A presidente do Baraúnas, Josirene Ribeiro, assinou nota “ameaçando” deixar o time fora do Campeonato Estadual 2018 por falta de dinheiro. E deu o prazo até 13 de dezembro (quarta-feira próxima) para alguém chegar “junto”; do contrário, oficializará o pedido de licenciamento na Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF).
Se Josirene, via nota, está querendo dizer que sem dinheiro não tem como o Baraúnas voltar aos gramados, merece o aplausos pela atitude de afirmar que vai pedir licenciamento. Mais do que isso, deve, sim, pedir licenciamento. Se não tem dinheiro, não tem como bancar as contas – altas – de uma competição profissional.
Aliás, já passou da hora de o Baraúnas fechar para balanço. É preciso parar e, quem sabe, um dia voltar como um verdadeiro clube. O que existe hoje, vamos combinar, é apenas a memória do que foi o clube do bairro 12 Anos. Nada mais, nada menos.
Não cabe, aqui, encontrar culpados. Correto afirmar que a administração do futebol mudou ao longo tempo, ficou extremamente profissional, logo, os clubes que continuaram e persistiram no amadorismo praticamente deixaram de existir. Baraúnas e Potiguar se encaixam nessa realidade. Não são mais clubes e, sim, times que se formam para disputar um campeonato.
Baraúnas e Potiguar ainda disputam competições pelo fato de o futebol mexer com as emoções, paixões, sentimentos, etc. Fosse em qualquer outro segmento produtivo, já teriam encerrado as atividades há muito tempo.
Dito isso, é hora de sugerir aos dirigentes que reavaliem o futebol de Mossoró; que procure o melhor caminho; não pelo lado exclusivamente passional, mas de forma profissional e responsável. E isso só será possível com licenciamento dos dois clubes, para que eles possam ser reconstruídos, planejados e, no futuro, voltar aos gramados como grandes clubes.
Portanto, acerta a presidente do Baraúnas se realmente pedir licenciamento do Campeonato Estadual.
Agora, se a nota de Josirene for apenas uma pressão para a Prefeitura de Mossoró liberar dinheiro público, a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) não deve ceder sob nenhuma hipótese, por três motivos bem claros:
1 – A prefeita, se assim o fizer, estará incorrendo em grave erro perante a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ficando sujeita a penas por crime de responsabilidade;
2 – Jogar o dinheiro, que é do povo, nas mãos dos dirigentes, tira deles a responsabilidade e o dever de buscar o gerenciamento correto e o profissionalismo que o setor exige;
3 – O dinheiro público pode resolver a questão do momento, mas, por outro lado, alimentará o “vício” no cofre público que tem castigado o futebol mossoroenses nos últimos anos.
Então, que Josirene, como presidente do Baraúnas, não esteja blefando em nota, e realmente oficialize o licenciamento. Para o bem tricolor; para bem do futebol de Mossoró.
E, quem sabe, o Potiguar siga o exemplo.
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