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Postado às 11h00 | 30 Jul 2017 | BRENA SANTOS Documentário mostra visão de cubanos sobre reaproximação com os EUA

Crédito da foto: ADALBERTO ROQUE / AFP Desfile de comemoração de 26 de julho em Pinar del Río, cenário onde foi gravada a web série

POR MICHELE DE MELLO - CARTA CAPITAL

Pinar del Río, Cuba, 26 de julho, dia da rebeldia nacional. Centenas de milhares de cubanos saíram às ruas numa quarta feira para celebrar 64 anos do assalto ao quartel Moncada, que gerou a prisão de Fidel Castroe foi o estopim para, seis anos mais tarde, o triunfo da revolução cubana.

O dia, além de nomear o movimento, que dirigiu a revolução, composto pelos irmãos Castro, Ernesto Che Guevara, Camilo Cienfuegos, Célia Sanchez, Vilma Espín e tantos outros, é feriado nacional no país e motivo de festejos em todo o território.

A cada ano, uma nova cidade recebe o desfile principal de comemoração e, em 2017, a capital mais ocidental, Pinar del Río, teve praças públicas, museus e parques reformados para sediar o primeiro desfile.

A cidade também é o cenário, onde foi gravada a web série Ilhados: Cuba e Estados Unidos, do Bloqueio à Reaproximação, que retrata a opinião das três gerações de três famílias cubanas sobre as mudanças nas relações políticas, econômicas e diplomáticas dos dois países, nas últimas cinco décadas. (Você pode assistir ao filme completo abaixo)

Geograficamente separados por apenas 145 km, mas politicamente em campos opostos. As relações diplomáticas entre Cuba e EUA estavam rompidas, somente em dezembro de 2014 um processo de reaproximação foi firmado por Raúl Castro e Barack Obama.

Em junho de 2017, sob a gestão do republicano Donald Trump, algumas medidas foram revogadas, como a liberação de multas a viagens turísticas de cidadãos norte americanos à ilha caribenha.

A situação divide opiniões entre os avós, que foram jovens quando triunfou a revolução cubana; seus filhos que nasceram já em uma sociedade socialista, que sofria com o bloqueio dos EUA; e os netos que são criados em meio à década de maior recessão econômica, após a queda da União Soviética.

É o caso de Evelia Martínez, 90 anos, pinarenha, dona de casa que diz que as mudanças não lhe agradam: “não gostaria de ir aos Estados Unidos nem a passeio”. Já sua neta, Yoannet Diaz, 22 anos, pinarenha, estudante de engenharia de telecomunicações avalia positivamente os acordos diplomáticos.

“São mudanças há muito tempo esperadas, que hoje já estão acontecendo. Pra mim o ideal seria mesclar as coisas boas do socialismo com o capitalismo e criar uma espécie de sistema híbrido”, afirma.

A série traça a história dos dois países em três períodos históricos diferentes: 1962, quando foi decretado o bloqueio econômico; 1993, ano em que Fidel Castro aprovou a despenalização do uso do dólar para cidadãos cubanos; e 17 de dezembro de 2014, data em que foi anunciado o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, rompidas desde 1961.

Em cada episódio, jornalistas, economistas, historiadores e outros especialistas no tema ajudam a caracterizar cada época e a entender esse contexto contraditório.

Neste 26 de julho, Evelia, Yoannet, Zorileidys, Lourdes, Caridad e outros personagens da série se vestem com as cores da bandeira nacional e ocupam as ruas de sua cidade natal para comemorar o feito do grupo rebelde e chorar o luto de Fidel.


 *Michele de Melo é jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina

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