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Postado às 13h45 | 19 Set 2017 | Ney Robson O cigarro é o grande vilão do câncer de boca

È alarmante o número de novos casos de câncer que surgem a cada dia em nosso pais. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) divulgou recentemente que só em 2016 surgiram aproximadamente 15.500 novos casos de câncer de boca, sendo pouco mais de 11 mil nos homens e mais de 4 mil em mulheres, na maioria  em pessoas acima de 35 anos mas que também atingem todas as idades inclusive as crianças.

É preciso todos ficar alertas em tempo integral. Um machucado na boca que incomoda há mais de 15 dias e não cicatriza. O que inicialmente parece ser somente uma afta pode se revelar algo muito mais grave. Se a pessoa for usuária de álcool e cigarro, então, os motivos para preocupação são ainda maiores. Esse ferimento pode ser um câncer bucal.

Alguns fatores de risco potencializam o desenvolvimento da doença e o tabagismo é o primeiro da lista onde a grande maioria (90%) dos pacientes portadores desse tipo de tumor são fumantes. Esta situação se agrava ainda mais quando este hábito está associado com o habito de ingerir bebida alcoólica.

Também podem contribuir para o surgimento de câncer bucal a higiene oral feita de forma inadequada; uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais; a radiação solar, principalmente em pessoas com pele branca; e o vírus HPV (papilomavírus humano), adquirido em relação sexual oral sem proteção ou pelo beijo.

Desconfie de uma lesão ou ferida existente no interior da boca com mais de 15 dias sem cicatrizar, mesmo sendo assintomático. Pode também apresentar dificuldades de mastigar, dificuldades de encaixar a prótese dentária removível, o mau hálito e a perda de peso persistente surgido de forma inesperada já são sinais de preocupação. Também pode ocorrer dor persistente, nódulo ou espessamento na bochecha, além de mancha ou placa avermelhada (eritroplasia) ou esbranquiçada (leucoplasia) nas gengivas, na língua ou na amídala.

Pode também ser observado caroços no pescoço que geralmente já estão relacionados ao avanço da doença.

Tratamento

Na presença de algum destes  sinais e ou sintomas  procure  logo um dentista, pois ele poderá avaliar tecnicamente e ajudar  no diagnostico das lesões corretamente, se são benignas ou malignas. Através de apenas um exame clinico o Cirurgião Dentista já pode ter uma ideia da gravidade dessas lesões e logo solicitar para exames complementares de tomografias e uma biópsia.


Prevenção

Esta sempre será a melhor alternativa para combatermos esta doença. A conscientização da sociedade sobre os fatores de risco, o diagnóstico precoce e a eliminação de lesões pré-cancerígenas são as principais  medidas de prevenção.

Ao contrário do no câncer de mama, o autoexame não apresenta efetividade na prevenção ao câncer de boca. A principal arma contra a doença é a prevenção primária, ou seja, não fumar; manter uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras e legumes; se beber, que seja moderadamente; manter uma higiene bucal adequada; proteger-se da radiação solar excessiva.

A prevenção secundária é a visita regular ao dentista para, em caso de aparecimento da doença, ser diagnosticada de forma precoce  e tratado adequadamente fazendo com que 80% dos casos tenham êxito na sua cura

Cirurgia (Tratamento pode deixar sequelas)

Dependendo do local, tempo e extensão do tumor, podemos ter o tratamento envolvendo cirurgia e pode ser complementado com radioterapia, quimioterapia e até câmera hiperbárica.

Cirurgias de mandíbula, palato (céu da boca) ou língua podem comprometer a fala. A radioterapia pode trazer irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar.

Portanto, é preciso manter cada vez mais esta relação com o cirurgião dentista e fazer tratamentos prévios para evitar e amenizar eventuais sequelas irreparáveis mesmo diante de modernas técnicas cirúrgicas da Cirurgia plástica.

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Saúde bucal
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Conexão Saúde

Ney Robson Vieira Alencar é especialista em Implantodontia com Pós-graduação em Prótese Dental/USP. Atende na Oral Clínica, localizada à Rua Pedro Velho, 99. Foi secretário de saúde do município de Alexandria (RN) e diretor-geral do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) em Mossoró (RN). Assina a coluna Conexão Saúde no Jornal de Fato e no Defato.com.