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Postado às 18h15 | 19 Out 2017 | Redação Casal de pastores é indiciado por estupros de fiéis. Dizia que era para quebrar 'maldição'

Crédito da foto: Divulgação/ Polícia Civil Casal é indiciado por estupros de fiéis em Edeia

Por Paula Resende, G1 GO

Polícia Civil indiciou na quarta-feira (18) os pastores Antônio Carlos de Jesus e Jéssica Teles da Cruz por estupros de fiéis, inclusive adolescentes, em Edeia, na região sul de Goiás. Segundo a investigação, eles diziam às vítimas que elas deveriam ter relações sexuais com o homem para quebrar maldições. O casal está preso e negou à polícia ter cometido os crimes.

“Com as maiores de idade, Antônio falava que tinha uma maldição para quebrar e dava duas opções, uma opção era ter relação sexual com o cunhado ou o sogro e a outra, com ele. Se não fizesse, dizia que a vítima ou parentes iam morrer, ameaçava. Nas menores ele não dava a opção esdrúxula, dizia que tinha de quebrar a maldição com ele”, disse ao G1 o delegado responsável pelo caso, Quéops Barreto.

O G1 não conseguiu localizar a defesa do casal até a última atualização desta reportagem.

Antônio Carlos foi indiciado pelo estupro de cinco fiéis da Igreja Falando com Deus, sendo uma de 13 e outra de 14 anos. Já a mulher dele deve responder apenas pelos abusos cometidos contra as duas adolescentes.

“Constatamos que ela teve participação e deve responder pelos crimes porque ajudava a amedrontar as vítimas, instigava o medo e ajudava a convencê-las de fazer o ‘sacrifício’”, explicou o delegado.

Denúncia

O casal está preso desde o dia 22 de setembro. O caso só foi descoberto neste ano porque a mãe de uma vítima, de 16 anos, estranhou o comportamento da filha relacionado à questão de virgindade no namoro. Ao questioná-la, ela revelou o que aconteceu.

“O pastor disse que ela deveria fazer o ‘Sacrifício de Abraão’ porque ela tinha a maldição de sexo e só quebrava com sexo. Ele falava que, se não fizesse, a mãe e os irmãos iam morrer, usava a fé e o medo”, explicou Barreto.

A adolescente foi vítima dos abusos dos 13 aos 15 anos. Barretos explica que o pastor abusou da menina em quase 20 ocasiões. A menina ia para a igreja, e ele a levava para a casa dele, que fica nas proximidades.

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