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Postado às 09h45 | 07 Out 2018 | Redação Educação, saúde e emprego são os maiores desafios do futuro presidente

Crédito da foto: Reprodução Disputa pela presidência da República tem 13 candidatos

O Brasil tem hoje 12,7 milhões de pessoas desocupadas, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um contingente maior que a população da cidade de São Paulo e de países como Bolívia, Bélgica e Cuba.

Combate ao desemprego é, sem dúvida, o maior desafio do futuro presidente da República. Seja quem for o eleito, a perspectiva de adoção de medidas que resultem na diminuição do desemprego será um dos fatores que pesarão na escolha do candidato vitorioso.

Outra pauta importante, e urgente, é a melhoria na saúde pública. A atenção se volta sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição de 1988. O modelo brasileiro é reconhecido internacionalmente, mas enfrenta uma série de obstáculos.

Há um pedido de socorro dos brasileiros que dependem do sistema público. As unidades de saúde estão superlotadas, desafiando a estrutura. Esse quadro se agravada em outra ponta que exigirá a atenção do futuro presidente.

A sobrecarga de internações hospitalares no SUS está relacionada à falta de saneamento básico. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ao todo, foram 263,4 mil internações. O número ainda é elevado, mesmo com o decréscimo em relação aos casos registrados no ano anterior, quando 350,9 mil internações geraram custo de R$ 129 milhões.

O próximo governo terá como desafio universalizar o tratamento de esgoto para toda a população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em água e saneamento resultaria em uma economia de US$ 4,3 em custos de saúde no mundo.

A terceira área que exigirá muito do candidato eleito é a Educação. Os números da educação brasileira são tão grandes quanto o desafio do próximo presidente. Para assegurar a melhoria da qualidade, serão necessários investimentos em áreas distintas: garantir um ensino médio mais inclusivo e atrativo, ampliar o acesso e o financiamento ao ensino superior e melhorar a formação de docentes.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), quando saem da escola, ao final do ensino médio, sete a cada 10 estudantes não aprendem o básico em português. O mesmo número tem aprendizado insuficiente em matemática. Na outra ponta, apenas 4,5% dos estudantes alcançaram um nível de aprendizagem considerado adequado pelo MEC em matemática e 1,6% em língua portuguesa.

No ensino superior, o desafio ainda é a ampliação de matrícula. Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), lei em vigor desde 2014, a taxa bruta de matrícula, ou seja, o número total. Atualmente, professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas, ou seja, cerca de 25% a menos.

Essas áreas vitais para a vida das pessoas só poderão funcionar com qualidade, claro, se a economia do país voltar a crescer. O futuro presidente terá de vencer as barreiras de uma crise instalada há uma década e que impediu - até aqui - o país não reencontrou o caminho do crescimento.

Neste domingo, 7, mais de 147 milhões de brasileiros vão às urnas para escolher o futuro presidente do Brasil. Com treze candidatos, a corrida pelo Palácio de Planalto nas eleições de 2018 é a mais concorrida e pulverizada desde 1989, a primeira da redemocratização, quando foram 22 os presidenciáveis.

Além de PT e PSDB, que polarizam as disputas pelo Planalto desde 1994, a eleição de 2018 terá um candidato do MDB após 24 anos, um do PDT, depois de doze anos, e a estreia da Rede Sustentabilidade, criada em 2015, no cenário nacional.

Também estarão representados nas urnas com cabeças de chapa o Psol, que vem lançando candidatos à Presidência em todos os pleitos desde 2006, PSL, PPL e PSTU, além de partidos que aderiram à tendência de abolir siglas com os nomes Podemos, Novo, Democracia Cristã e Patriota.

 

CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA

Com treze candidatos, a corrida ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano é a mais concorrida e pulverizada desde 1989, a primeira da redemocratização, quando foram 22 os presidenciáveis.

Além de PT e PSDB, que polarizam as disputas pelo Planalto desde 1994, a eleição de 2018 tem um candidato do MDB após 24 anos, um do PDT, depois de doze anos, e a estreia da Rede Sustentabilidade, criada em 2015, no cenário nacional.

Também estarão representados nas urnas com cabeças de chapa o PSOL, que vem lançando candidatos à Presidência em todos os pleitos desde 2006, PSL, PPL e PSTU, além de partidos que aderiram à tendência de abolir siglas como nome: Podemos, Novo, Democracia Cristã e Patriota.

 

Jair Bolsonaro (PSL) – 17

Candidato da coligação PSL e PRTB, conta também com o apoio dos defensores da monarquia. Militar, Bolsonaro, 63 anos, está no sétimo mandato na Câmara dos Deputados e tem uma carreira de 25 anos ininterruptos no Congresso Nacional. Foi o candidato a deputado federal mais votado no Rio de Janeiro nas eleições de 2014, com 464 mil votos. Casado três vezes, tem cinco filhos, dos quais, três estão na vida política. Capitão da reserva do Exército, filiou-se ao PSL, seu nono partido, para disputar a eleição presidencial. Natural de Glicério (RJ), Bolsonaro construiu carreira política no Rio de Janeiro. Declarou patrimônio de R$ 2,3 milhões.

Vice: General Mourão (PRTB)

 

Fernando Haddad (PT) – 13

Candidato da coligação PT, PCdoB e PROS, Haddad nasceu em São Paulo (SP), em 1963. É professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), na qual estudou Direito na graduação, Economia no mestrado e Filosofia no doutorado. Inicialmente, estava como vice na chapa com Luiz Inácio Lula da Silva. Após a candidatura de Lula ter sido indeferida pela Justiça Eleitoral, assumiu o posto de candidato a presidente da coligação. Foi subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo. Integrou o Ministério do Planejamento no governo Lula. Em julho de 2005, assumiu o Ministério da Educação, no qual ficou até janeiro de 2012. Naquele ano, foi eleito prefeito de São Paulo. Declarou patrimônio de R$ 428,4 mil em bens.

Vice: Manuela D'ávila (PCdoB)

 

Ciro Gomes (PDT) – 12

Candidato da coligação PDT e Avante. É natural de Pindamonhangaba (SP), mas construiu sua carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época. Foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e tocou o projeto de Transposição do Rio São Francisco. Tem 60 anos e quatro filhos. Disputa a Presidência pela terceira vez. Declarou patrimônio de R$ 1,7 milhão.

Vice: Kátia Abreu (PDT)

 

Geraldo Alckmin (PSDB) – 45

Candidato da coligação PSDB, PTB, PP, PR, DEM, SD, PPS, PRB e PSD. Quatro vezes governador de São Paulo, Alckmin é um dos fundadores do PSDB. Formado em Medicina pela Universidade de Taubaté, começou a carreira política em 1972, em Pindamonhangaba, onde foi eleito vereador, presidente da Câmara dos Vereadores e prefeito da cidade. Em 1982, foi eleito deputado estadual. Participou da Assembleia Nacional Constituinte de 1986, antes de chegar ao Governo de São Paulo em 2001, como vice do governador Mário Covas. Aos 65 anos, vai disputar pela segunda vez a eleição presidencial. Declarou patrimônio de R$ 1,4 milhão.

Vice: Ana Amélia Lemos (PP)

 

Marina Silva (Rede) – 18

Disputa a eleição pela aliança Rede e PV. Nasceu em uma pequena localidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, em Rio Branco, no Acre. Em 1984, Marina Silva, 60 anos, ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. No ano seguinte, filiou-se ao PT. Foi eleita pela primeira vez a um cargo público nas eleições de 1988, quando foi a vereadora mais votada de Rio Branco. Depois disso, foi eleita deputada estadual e senadora (dois mandatos). Foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula. Disputará a eleição presidencial pela terceira vez. Declarou patrimônio de R$ 118,8 mil.

Vice: Eduardo Jorge (PV)

 

Álvaro Dias (Podemos) - 19

Candidato da coligação Pode, PRP, PSC e PTC, Álvaro Dias tem 73 anos e está no quarto mandato de senador. De 1987 a 1991, foi governador do Paraná, à época pelo PMDB. Na década de 1970, foi deputado federal por três legislaturas. Antes, foi vereador de Londrina (PR) e deputado estadual no Paraná. Formado em História, ele já mudou de siglas sete vezes. Eleito senador em 2014 pelo PSDB, migrou para o PV e, em julho do ano passado, buscou o Podemos, antigo PTN, para se unir à tentativa da sigla de imprimir a bandeira da renovação da política e da participação direta do povo. Declarou ter patrimônio de R$ 2,9 milhões.

Vice: Paulo Rabello (PSC)

 

Henrique Meirelles (MDB) – 15

Disputará a eleição presidencial pela coligação MDB e PHS. Goiano de Anápolis, tem 72 anos. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB, cargo do qual abdicou para comandar o Banco Central de 2003 a novembro de 2010, no governo Lula. No governo do presidente Michel Temer, comandou o Ministério da Fazenda de maio de 2016 a abril de 2018. Construiu a carreira como economista no mercado internacional, assumiu a presidência mundial do Bank Boston, no qual ingressou em 1974, e tornou-se presidente da instituição no Brasil em 1984. Tem patrimônio declarado R$ 377,5 milhões.

Vice: Germano Rigotto (MDB)

 

João Amoêdo (Novo) – 30

O Partido Novo não fez aliança para a eleição presidencial. Natural do Rio de Janeiro, Amoêdo, 55 anos, é formado em Engenharia Civil e Administração. Foi diretor executivo do Banco BBA Creditanstalt, presidente da Finaústria CFI, vice-presidente e membro do Conselho de Administração do Unibanco e integrante do Conselho de Administração do Banco Itaú BBA e do Conselho de Administração da empresa João Fortes Engenharia. Fundou o Partido Novo com membros da sociedade civil, que passam por processo seletivo para se tornarem candidatos. É casado e tem três filhas. Declarou patrimônio de R$ 425 milhões.

Vice: Professor Christian (Novo)

 

Guilherme Boulos (PSOL) – 50

Candidato da coligação PSOL e PCB. Natural de São Paulo, tem 35 anos, é filho de médicos e professores da Universidade de São Paulo (USP). Filósofo formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, na qual ingressou no ano 2000. Também é psicanalista, professor e escritor. Sua vida política começou em 1997, aos 15 anos, quando ingressou no movimento estudantil como militante na União da Juventude Comunista (UJC). Depois conheceu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual é coordenador. Declarou patrimônio de R$ 15,4 mil.

Vice: Sônia Guajajara (PSOL)

 

José Maria Eymael (Democracia Cristã) – 50

Pela quinta vez, disputa as eleições presidenciais. A Democracia Cristã não fez aliança para a eleição presidencial. Natural de Porto Alegre, Eymael, 78 anos, cursou Filosofia e Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul. É empresário há 46 anos nas áreas de marketing, comunicação e informática. Começou a trabalhar aos 12 anos de idade como auxiliar de tipografia. Mais tarde, foi um dos líderes da Juventude Operária Católica (JOC). Em 1962, ingressou no Partido Democrata Cristão (PDC) em Porto Alegre, passando a atuar na Juventude Democrata Cristã. Declarou patrimônio de R$ 6,1 milhões.

Vice: Helvio Costa (Democracia Cristã)

 

Cabo Daciolo (Patriota) - 51

O Patriota não fez aliança para a eleição presidencial. É a chamada chapa "puro sangue", quando há um único partido. O candidato foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2014. Integrante do Corpo de Bombeiros, Cabo Daciolo, 42 anos, foi filiado ao PSOL, PTdoB e ao Avante. Nascido em 1976, na cidade de Florianópolis, é casado com Cristiane Daciolo e tem três filhos. Bombeiro, ganhou notoriedade em 2011 por liderar a greve da categoria no Rio de Janeiro. Foi lançado pré-candidato em 28 de março de 2018 pelo Patriota, antigo PEN. Não apresentou lista de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Vice: Suelene Balduino (Patriota)

 

João Goulart Filho (PPL) - 54

Pela primeira vez na disputa para a Presidência da República, não fez coligação. João Goulart Filho, 61 anos, é poeta, filósofo, escritor e fundador do Instituto João Goulart, dedicado à pesquisa histórica e à reflexão sobre o processo político brasileiro. Filho do ex-presidente João Goulart, “Jango”, deposto em 1964 pelo golpe militar, o candidato adotou o nome político em homenagem ao pai. Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PDT, partido que trocou pelo PPL. É autor de Jango e Eu: Memórias de um Exílio sem Volta, indicado ao Prêmio Jabuti. Declarou patrimônio de R$ 8,6 milhões.

Vice: Léo Alves

 

Vera Lúcia (PSTU) - 16

Chapa "puro sangue", o PSTU não fez aliança para a eleição presidencial. Operária da indústria calçadista, com trajetória no movimento sindical e popular, Vera Lúcia, 50 anos, nasceu no sertão pernambucano e se mudou ainda criança para Aracaju, com a família, fugindo da seca. Na capital sergipana, trabalhou como garçonete e datilógrafa antes de conseguir um emprego na fábrica de calçados Azaleia, onde iniciou a militância sindical. É formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e se dedica atualmente à formação política de ativistas. Declarou patrimônio de R$ 20 mil.

Vice: Hertz Dias (PSTU).

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