Quinta-Feira, 28 de março de 2024

Postado às 17h00 | 14 Dez 2018 | Redação Justiça de Goiás acata pedido do MP e determina prisão do médium João de Deus

Crédito da foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil João de Deus é alvo de denúncias de abusos sexuais

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás confirmou que o Tribunal de Justiça de Goiás acatou o pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e determinou a prisão do médium goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus. Ele é alvo de denúncias de abusos sexuais. Como o processo tramita em segredo de Justiça, o MP-GO não vai se manifestar.

A reportagem ainda não conseguiu falar com o advogado Alberto Toron, que defende o médium. O advogado protocolou nesta quinta (13) pedido para que o tribunal autorizasse o médium a continuar os atendimentos na Casa Dom Inácio Loyola, em Abadiânia.

Até esta quinta-feira, a força-tarefa criada pelo Ministério Público estadual para apurar as acusações de abusos sexuais contra João de Deus havia recebido 330 mensagens e contatos por telefone de mulheres que afirmam ser vítimas de crimes sexuais praticados pelo médium.

Memória

As denúncias começaram a vir a público na última sexta-feira (7) quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser vítimas do médium começaram a procurar as autoridades e a imprensa. Nessa quarta-feira, em sua primeira aparição pública, o médium disse que é inocente e está à disposição da Justiça brasileira.

"Irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo", declarou o médium ao passar pela Casa Dom Inácio, onde permaneceu por menos de dez minutos antes de sair alegando estar passando mal.

DEFESA

A defesa do médium goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus, afirmou, em nota divulgada na tarde desta sexta (14), que ainda não teve acesso aos depoimentos prestados por parte das centenas de mulheres que afirmam ser vítimas de abusos sexuais cometidos pelo médium ao longo de anos.

“Na última segunda-feira (10), estivemos no Ministério Público estadual, em Goiânia, para obter cópias dos depoimentos prestados pelas vítimas e amplamente noticiados pela imprensa. O pedido foi negado sob o argumento da preservação do sigilo”, afirmam os advogados Alberto Toron e Luisa Moraes Abreu Ferreira na nota divulgada poucas horas após a Justiça de Goiás acatar o pedido do MP estadual e determinar ap prisão preventiva do médium.

“É inaceitável a utilização de pretextos e artifícios para se impedir o exercício do direito de defesa. Sobretudo no que diz com o direito básico de se aferir a legalidade da decisão mediante a impetração de habeas corpus”, acrescentam os advogados, afirmando que nem mesmo o número do processo – que corre em segredo de Justiça por se tratar de crime sexual – foi informado à defesa.

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