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Postado às 17h08 | 03 Abr 2017 | Vereador Didi de Arnor que trazer indústria de reciclagem para Mossoró

Por Edilson Damasceno - Fotos: Marcos Garcia Vereador em primeiro mandato, Didi de Arnor, do PRB, sabe perfeitamente que a Câmara Municipal pode ser um caminho que tende a direcionar à melhoria da qualidade de vida da população, e isso pode ser comentado a partir de uma afirmação dele acerca da geração de emprego e renda. É que, mesmo sabendo que não tem como um vereador garantir emprego, ele está fazendo o que considera certo: conversando com uma empresa de reciclagem de lixo sediada em Fortaleza para que possa, dependendo dos entendimentos com a Prefeitura, se instalar em Mossoró e garantir oportunidades de emprego e, também, direcionar algo diferenciado para o meio ambiente. Nesta entrevista, Didi de Arnor fala de um projeto que depende da interferência da Assembleia Legislativa e que diz respeito à instalação de uma escola de ensino médio na zona rural para atender a demanda no campo e facilitar o acesso de jovens e adultos à educação. Confira a entrevista: JORNAL DE FATO – O que lhe motivou a entrar para a política? DIDI DE ARNOR – Entrei por meus pais, pelo trabalho que eles desenvolvem na comunidade. Incentivaram-me bastante a entrar no caminho da política. Eles trabalhavam no Conselho Comunitário. Nunca tive ligação com políticos. Nem emprego, por portaria, eu tive em canto nenhum. O motivo mesmo foi esse: meu pai foi presidente do Conselho Comunitário do bairro Ouro Negro três vezes. Fez um bom trabalho no Bom Pastor e a comunidade pediu para ele ser candidato a vereador. Então, ele respondeu que iria colocar o “menino” dele. Somente com a força dele mesmo. Você vê que existem candidatos apoiados por vários políticos com influência na cidade e comigo isso não existiu. Só foi através dos meus pais e dos amigos que a gente tem. O SENHOR tinha noção de como era a Câmara Municipal? MUITO pouco, mas ali é uma faculdade. São quatro anos (de mandato) e dá para aprender muitas coisas. O que vale mesmo é a intenção, e a pessoa tendo boa intenção, consegue levar várias coisas, vários projetos bons para a comunidade. Principalmente nas comunidades nas quais a gente convive e que são bastante precárias. Quando se tem boa vontade para ajudar, o fato de não ter experiência não conta muito, porque a gente aprende. Estamos na Câmara para aprendermos. Estamos na Câmara para fazermos a nossa parte e trabalharmos para que tenhamos melhor qualidade de vida. Entendo que o papel de vereador vai além do que se discute nas sessões. O vereador tem que estar vigilante o tempo todo e trabalhar pelo povo ininterruptamente. Afinal, estamos ali porque o povo permitiu e nada mais justo do que retornarmos a confiança recebida com trabalho para a sociedade, como um todo. E AGORA, como vereador, como o senhor pretende trabalhar? JÁ ESTAMOS trabalhando. Muitas áreas precisam de interferência dos poderes Legislativo e Executivo. Estamos fazendo a nossa parte. Um dos problemas que afeta todas as comunidades de Mossoró diz respeito à falta d’água. Já estamos tentando resolver esse problema em Jucuri, Pedra Branca, São João, Barrinha... Nessas outras comunidades do bairro Ouro Negro, Bom Pastor. No Ouro Negro, inclusive, já entramos com ofício e encaminhamos à Prefeitura de Mossoró, à prefeita Rosalba Ciarlini, para trazer uma das passarelas para ser construída em frente à rodoviária. Ali, os acidentes são constantes. E outra passarela no bairro Aeroporto, que vai facilitar a travessia dos pedestres. TEM alguma ação específica que o senhor defenderá na Câmara Municipal? TEM, sim. Já estamos vendo alguns projetos. Não podemos dizer agora porque precisamos estudar bastante para que possa dar certo. Não vem beneficiar somente a zona rural. Queremos desenvolver projetos que possam atender toda a Mossoró. Acredito que será possível realizar essa ação porque a cidade está precisando de geração de emprego e renda... ENTÃO, esse seu projeto se volta para a vinda de alguma empresa ou indústria para Mossoró? COM certeza. Precisamos desenvolver, todos nós, ações que possam atender o que o povo quer. No momento, e isso é bem visível para todos, Mossoró precisa de emprego e renda. Falo isso com base em recente fato que aconteceu na cidade com o anúncio de 400 vagas na A&C. Uma fila enorme se formou e muitas pessoas não tiveram como ser atendidas. Isso exemplifica a carência que existe na cidade. O papel do vereador, no meu entendimento, é o de contribuir com o Executivo, para que empresas e indústrias possam se instalar na cidade e gerar emprego e renda para jovens e adultos. É bem verdade que o vereador não tem poderes para resolver, mas pode indicar e intermediar reuniões entre empresas e Prefeitura para que se possa reduzir a questão. É preciso a união de todos para que a cidade possa se desenvolver e estamos fazendo a nossa parte. COMO seria? ATUO na área da reciclagem. Se o nosso mandato conseguir trazer uma ou duas empresas que atuam em Fortaleza, próximo de Mossoró, vão gerar emprego e renda, além de melhorar o meio ambiente em Mossoró. SERIA nos moldes da Acrevi, que atua na coleta e reciclagem de lixo? NÃO. Falo das indústrias de reciclagem mesmo, que trabalham com material jogado fora e que até chega a ser enterrado. Algo que não teria serventia alguma... SERIA, então, pegar uma garrafa pet e transformá-la em algum produto e colocar à venda? SIM, com certeza. Uma garrafa pet se transforma em uma vassoura e que pode ser vendida. Pegar uma sacola de plástico e reciclá-la. Uma cadeira de plástico, quando quebrada, é jogada fora. A gente pode pegá-la e retransformá-la em cadeira. Tudo pode ser transformado. Aliás, a reciclagem é algo interessante porque muita gente pensa que não dá para se recriar nada com o que, aparentemente, não tem serventia. Mas o mundo precisa disso. Precisa de um novo olhar para as questões ambientais. E a reciclagem atua nesse sentido, de preservar o meio ambiente. É uma ação louvável e um trabalho digno. JÁ TEM contato com alguma indústria de reciclagem? JÁ, SIM. Tenho uma parceria e, antes mesmo de ser vereador, já trabalhava com reciclagem. Vou a Fortaleza para conversar e trazer eles (da diretoria) aqui para ver convênio com a Prefeitura de Mossoró. Dando certo, a empresa se instala e será uma boa para Mossoró, que ainda não tem projeto de reciclagem. O fato de eu ser tímido não me impede de trabalhar pela sociedade. Posso até não falar direito, não saber me expressar direito, mas as minhas intenções são as melhores para a minha cidade. Lá na Câmara Municipal, o que importa é o sim ou o não. Tenho meus planos e vou segui-los. Lá dentro, na Câmara, não vale esse negócio de timidez, de não saber se expressar. O que importa é a decisão que a gente toma a partir do que sente no coração. O SENHOR está no mandato há três meses. A Câmara é o que o senhor imaginava? É NÃO. Lá a coisa não é tão solta quanto se imagina. Existem decisões que não podem ser do jeito que a gente quer. Tem que ter uns debates e a gente tem que dar umas puxadas (defender as ideias) e está dando certo. Tenho certeza que temos boas parcerias lá dentro e, juntamente com a prefeita Rosalba Ciarlini, vamos trabalhar em prol das comunidades. Está dando certo. OS PARTIDOS já estão se alinhando e dando sinais sobre como será 2018... O MEU partido, o PRB, está discutindo. Não tem nada traçado. Estamos vendo a possibilidade e, se acharem viável se será bom para o partido lançar um candidato (a deputado estadual), vamos seguir. Caso contrário, vamos definir um candidato que possa somar com a gente e vamos apoiar. O PRB cresceu bastante. Em Mossoró, fez dois vereadores e foi a segunda legenda mais votada. Na região, se não me engano, foram eleitos 44 vereadores e quatro prefeitos. SERÁ feito algum trabalho de fortalecimento do partido? VAI, sim. O presidente do partido bate muito nessa tecla. Vamos trabalhar não só em Mossoró. Vamos trabalhar em toda a região, para que o PRB possa crescer no Rio Grande do Norte. A GENTE percebe que o senhor tem atenção para a zona rural... NASCI e me criei na zona rural. Meus planos não são garantir só água para a zona rural, mas penso também na questão das estradas, dos acessos. Carro pequeno, se não for traçado, não entra em algumas localidades. Já estive na secretaria (de Infraestrutura) e fui bem recebido. A Prefeitura já está dando atenção à parte de melhoria nas estradas e isso vai resolver bastante o deslocamento das pessoas que moram na zona rural para a cidade. POR falar em zona rural, o ensino médio ainda é distante dos jovens que lá moram. Embora exista o transporte escolar, o número de pessoas que estão em sala de aula poderia ser bem maior se houvesse escola perto de casa... ENTRAMOS com um requerimento e foi aprovado pela Câmara. A gente sabe que o ensino médio é uma competência do Governo do Estado e estamos tentando parceria com algum deputado – ou até mesmo com a deputada Larissa Rosado, que é de Mossoró – para tentarmos resolver a questão. Para levar o debate para a Assembleia Legislativa e tentar aprovar projeto e trazer escola do ensino médio para a zona rural, atendendo todas as localidades. Jucuri, Cabelo de Negro e adjacências, todos os jovens vêm para Mossoró. Se houver uma escola de ensino médio na zona rural, o trajeto será menor e ajudará no incentivo, porque a escola ficará perto dos jovens.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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