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Postado às 02h30 | 13 Ago 2017 | Como a fisioterapia proporciona alívio à dor oncológica

(*) Cinthia Moreno

Definida pela Associação Internacional para Estudo da Dor como uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos, algumas vezes a dor é o primeiro sintoma do câncer. Ela também pode surgir em conseqüência de exames invasivos, do tratamento, complicações pós-operatórias ou gravidade da doença, como o surgimento de metástases. A presença de dor pode causar insônia, diminuição ou perda do convívio social, restrição ao leito que, por sua vez, pode comprometer a amplitude de movimento (ADM) das articulações, o condicionamento físico, a força e a extensibilidade muscular.

A maioria das pessoas acredita que a dor de quem tem câncer é terrível e incontrolável, mas há muitas formas de amenizar a dor, principalmente, quando é avaliada e tratada adequadamente. A Fisioterapia tem recursos específicos que podem não só controlar ou reduzir a dor, mas também contribuir para a diminuição do uso de analgésicos e, consequentemente, seus efeitos colaterais.

A estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS) é uma das modalidades utilizadas. A corrente elétrica produzida consegue impedir que as informações de dor sejam transmitidas ao cérebro e estimula a liberação de opioides endógenos (analgésicos naturais) como as endorfinas. Outra modalidade utilizada é a crioterapia (aplicação local de compressas de gelo) que diminui o fluxo sanguíneo, o inchaço e reduz a velocidade de condução do nervo que leva os estímulos de dor ao cérebro. Técnicas de massagem podem ser utilizadas para promover relaxamento muscular e conforto. Todos os recursos para diminuir a dor são utilizados também em cuidados paliativos, quando não se tem possibilidade terapêutica de cura e o objetivo principal é promover conforto e qualidade de vida.

Pacientes com dores decorrentes do desuso ou repouso no leito tem melhora considerável através do exercício físico, melhorando também a ADM, resistência, forca muscular e padrão de marcha (caminhada).

As crianças e adolescentes com câncer que são atendidos no setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva são beneficiadas com todos esses recursos para tratar e aliviar as dores e ainda são orientados a tomar medidas preventivas para que não tenham piora do quadro doloroso.

Também podemos “desviar a atenção” de crianças com dor usando brinquedos, jogos, desenhos e contando histórias para proporcionar um momento de diversão e bem estar. O fisioterapeuta, integrantes da equipe multidisciplinar e familiares que cuidam de crianças e adolescentes com câncer devem ter atenção e valorizar (sem potencializar) as queixas dolorosas, para tomar medidas efetivas visando diminuir a dor e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida.

(*) Cinthia Moreno - Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva

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Fisioterapia
oncologia
Cinthia Moreno

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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