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Postado às 08h30 | 22 Ago 2017 | Dinheiro da Previ Mossoró foi parar no Banco Paulista

Crédito da foto: Ilustração Instituto da Previdência Municipal de Mossoró sofreu com o desmantelo na gestão do ex-prefeito Silveira Júnior

O saque de R$ 7 milhões no dia 26 de dezembro de 2016, da PreviMossoró, foi feito pelo então presidente do órgão, Abraão Dantas – que hoje comanda o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (DETRAN), unidade de Mossoró. O dinheiro saiu da agência 0036-1 do Banco do Brasil e foi parar no Banco Paulista, em São Paulo, nominal ao Fundo Terra Nova de Investimento Ltda., com aplicação prevista para 10 anos, sem que a PreviMossoró pudesse fazer qualquer tipo de movimentação.

Essas informações constam de material enviado à Promotoria da Vara da Fazenda Pública de Mossoró e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), segundo informou o presidente da entidade, Elviro Rebouças. (LEIA AQUI)

A operação foi legal. O Fundo de Investimento está cadastrado e faz parte do serviço monetário do Brasil. Mas, por quais motivos se investiria R$ 7 milhões em um banco de São Paulo e por um prazo de 10 anos, sabendo que a PreviMossoró poderia precisar fazer uso da verba em caso de complicações financeiras para atender alguma especificidade? Esta é a pergunta que se faz e a leitura explícita seria que a operação se concretizou apenas para prejudicar a própria Previ, já que não se poderá mexer com o dinheiro por um prazo de 10 anos.

Elviro Rebouças informou que enviou toda a documentação envolvendo a transação, bem como documentos relacionados à atividade financeira da PreviMossoró, para o Tribunal de Contas do Estado e também para a Promotoria da Fazenda Pública de Mossoró. Ele frisou que atendeu solicitação das duas entidades.

O repórter manteve contato com o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Gilberto Jales. Ele disse que ainda não teria sido informado sobre a chegada da documentação solicitada. Disse apenas que quando os documentos chegam seguem direto para um relator. Disse também que o fato de estar na presidência o impede de relatar alguma matéria. E reforçou: “O documento, assim que chegue, é distribuído para um relator do Município.”

 

PROBLEMAS HERDADOS

Elviro Rebouças preferiu não fazer juízo de valor sobre a intenção do ex-presidente da Previ de depositar R$ 7 milhões no Banco Paulista e disse que está deixando seus afazeres empresariais para cuidar da instituição.

Ele disse que a gestão do prefeito Silveira Júnior havia recolhido R$ 10 milhões dos servidores e não repassou o dinheiro para a Previ. Somando-se a isso, falou que não houve recolhimento de R$ 22 milhões da classe patronal entre 2014 e 2016.

Além disso, a gestão Silveira Júnior parcelou R$ 24 milhões de dívidas em 60 meses. O parcelamento foi feito no final da administração e não foi autorizado pelo Conselho da Previdência, mesmo tendo parcelamento em andamento que não estava sendo cumprido. Todas essas informações estão nas mãos do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. Se haverá algum juízo de valor jurídico, o presidente da Previ afirmou que não poderia responder.

Fonte: Jornal de Fato

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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