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Postado às 16h45 | 22 Ago 2017 | Parcelamentos e aplicação na Previ foram feitos à revelia

Crédito da foto: Esdras Marchezan Eliete Vieira, presidente do Conselho da Previ Mossoró, diz que operação financeira foi feita à revelia

Por Esdras Marchezan

Os parcelamentos das dívidas do Instituto Municipal da Previdência Social (Previ) e a aplicação de R$ 7 milhões em fundos imobiliários de São Paulo foram feitos sem o conhecimento do Conselho da Previ.

A afirmação foi dada pela presidente do Conselho, Eliete Vieira, em entrevista ao Jornal da Tarde, apresentado pelo jornalista Saulo Vale (Rádio Rural de Mossoró).

“A gente tomou conhecimento dessa aplicação através do atual presidente do Instituto [Elviro Rebouças]. Essas informações não foram passadas ao Conselho. Foram feitas à revelia. Eles tiraram esse dinheiro de contas fixas, seguras, e colocaram esse investimento em um fundo que tem apenas dois clientes, sendo a Previ o principal”, afirmou.

Ainda segundo Eliete Vieira, técnicos da Previ, o Instituto Lema, empresa terceirizada que presta serviço de consultoria à Previ, deu parecer contrário à aplicação, na época. “Foi feito a revelia do instituto e do conselho”. Questionada se a aplicação pode ser lucrativa, Eliete afirmou: “Pode ser lucrativo se consolidar como um investimento que venha a lucrar. O que temos hoje é dúvida e receio que esse dinheiro não retorne para a Previ, porque é um investidor novo, que está investindo em uma construção”, acrescentou.

Eliete afirmou ainda que o Conselho permitiu ao atual presidente da Previ, economista Elviro Rebouças, que a previdência municipal comprasse as ações para que o dinheiro retorne, pelo menos em parte, aos cofres da Previ. “O que foi feito, foi feito de má fé e nós não tivemos conhecimento antes, somente depois”, criticou.

Projeto do Executivo será votado pelo Conselho

Ainda durante a entrevista à Rádio Rural de Mossoró, Eliete Vieira, que também é sindicalista, criticou o número de parcelas que a atual gestão da Previ propõe no projeto de parcelamentos de dívidas do órgão. A proposta já foi aprovada pela Câmara Municipal de Mossoró, mas deve seguir para votação no Conselho, para entrar em vigor.

Segundo ela, a dívida total da Previ, somando as parcelas vencidas, parcelas a vencer e atrasos dos repasses patronais, chegam a R$ 83 milhões. “A gente não vai concordar com esse parcelamento tão grande de 16 anos. É tempo demais”, criticou.

Eliete afirmou que a Previ tem atualmente seis parcelamos, todos foram feitos à revelia do Conselho. A proposta do Executivo é unir os seis parcelamentos e dividi-los em 200 meses.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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