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Postado às 18h30 | 22 Ago 2017 | Ministro do STJ prorroga prisões da Operação Anteros

Crédito da foto: Tribuna do Norte Magaly Cristina, que é funcionária da Assembleia Legislativa, vai continuar presa

Os assessores do governador Robinson Faria (PSD), presos na Operação Anteros, vão continuar detidos por mais tempo. O ministro Raul Araújo Filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF) e prorrogou por mais cinco dias a prisão de Magaly Cristina e Adelson Reis.

A decisão saiu na tarde desta terça-feira (22). Magaly e Adelson, que seriam liberados hoje, agora ficarão presos pelo menos até a próxima segunda-feira (28).

Para justificar o pedido de prorrogação das prisões, a Procuradoria da República ressaltou que se faz necessário devido a documentação apreendida na busca e apreensão da Operação Anteros ainda está sob análise.

Segundo o MPF, as mídias, smartphones e documentos encontrados estão nas mãos dos peritos, que fornecerão as informações necessárias à investigação.

A prorrogação das prisões, no entendimento da Polícia Federal e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é importante para ampliar as oitivas de Magaly e Adelson ao conteúdo encontrado na busca e apreensão.

A análise do conteúdo terá peso importante para que se comprove a materialidade dos supostos crimes praticados pelos investigados. A Polícia Federal cita HDs, smatphones, tablets, pendrives, planilhas e cheques que necessitam de atenção minuciosa dos peritos.

Na justificativa apresentada por Rodrigo Janot, ele foi incisivo ao afirmar que a coleta da prova oral ainda não se encerrou, uma vez que é necessário, agora, confrontar os suspeitos com as provas encontradas na busca e apreensão realizadas na Operação Anteros.

O procurador-geral da República citou cheques assinados pelo governador Robinson Faria, que estariam no material apreendido pela Polícia Federal, além de conversas através de whattsapp e de arquivos contendo tabelas.

 

Dama de Espadas

A Operação Anteros é baseada no conteúdo da delação premiada da ex-procuradora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Rita das Mercês Reinaldo, que foi presa em 2015 acusada de comandar esquema que desviou quase 10 milhões de reais da ALRN através de pagamento de salários à funcionários fantasmas.

A Operação Dama de Espadas, detonada pelo Ministério Público Estadual (MPRN), em agosto de 2015, além de alcançar Rita das Mercês, abriu caminho para descortinar esquema ainda maior envolvendo políticos e membros de outros Poderes.

Na delação, Rita das Mercês apontou Robinson Faria como o principal beneficiado. Ela relatou que Robinson, ainda quando era presidente da Assembleia Legislativa, recebia R$ 100 mil por mês, frutos do esquema dos funcionários fantasmas.

Com base na delação, o ministro Raul Araújo autorizou a Operação Anteros, realizada na terça-feira (15). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em duas residências do governador Robinson, na Assembleia Legislativa, na Governadoria, além das prisão de Magaly Cristina e Adelson Reis, ambos do staf do governador.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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