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Postado às 15h15 | 26 Set 2017 | O homem que ninguém prende

Crédito da foto: Cedida A celebridade na sequência de imagens é um bandido conhecido por Paulinho da Bacia

Rubens Lemos Filho, em seu prestigiado blog rubenslemos.com.br

A celebridade na sequência de imagens é um bandido conhecido por Paulinho da Bacia. Na cena, ele acaba de roubar o meu filho e levar equipamentos de trabalho no valor de R$ 15 mil. Um notebook e uma câmera de filmagem. Ali, em Petrópolis, na Rua Seridó, pertinho da Biblioteca Câmara Cascudo e do Colégio Atheneu em Natal, Capital do Medo.

Quem me informou o apelido do marginal foram policiais civis da 4a Delegacia de Polícia em Mãe Luíza e PMs da área. Me disseram mais, aliás, me mostraram: Paulinho da Bacia tem dois mandados de prisão em aberto.

É acusado, entre outros crimes, de ter assaltado a Farmácia Pague Menos na Avenida Hermes da Fonseca e – por perversidade, apenas por sadismo – atirado no rosto do cirurgião Ayrton Wanderley, um médico de 87 anos que sequer reagiu.

Paulinho da Bacia também é tido como o autor do roubo  ao carro oficial da prefeitura, tempos atrás, nas proximidades da Câmara de Vereadores.

Prestamos Boletim de Ocorrência, contactamos com o 1o Batalhão de Policia Militar, com o Comando de Policiamento da Capital(CPC) e todo mundo reafirmou em coro: é Paulinho da Bacia, ligado à facção criminosa Sindicato do Crime.

Há 12 dias, a polícia sabe de tudo. O vídeo, fomos nós quem conseguimos.

Idem a sequência de fotografias.

Dá pra concluir que Paulinho da Bacia é mais inacessível que Osama Bin Laden, o terrorista que destruiu as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001 e que os Estados Unidos levaram cerca de 10 anos para encontrar e matar, em 2 de maio de 2011.

Não, ninguém quer privilégio. Quer a prisão do bandido, que anda tranquilo e calmo, possivelmente fazendo outras vítimas.

Agora, duas convicções eu tenho:

Primeira:

Ele estaria preso – no mínimo – se Maurílio Pinto de Medeiros, o Xerife, ainda apitasse alguma coisa na polícia:

Segunda:

Ele estaria preso se eu fosse Secretário de Estado, função que exerci de 2003 até 2010 sem jamais abusar do cargo em proveito próprio.

Mas teriam agido, para me agradar e conseguir benefícios com a governadora que me nomeou.

Paulinho da Bacia é o Bin Laden de Natal.

A diferença é que a polícia sabe onde ele anda.

Não prende,  não me pergunte o motivo.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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