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Postado às 10h00 | 11 Nov 2017 | Coluna - 11 de novembro de 2017

Vai ser bom ou ruim?

A reforma trabalhista foi concebida em ambiente hostil, devido ao palanque político-eleitoral que se formou em torno do debate, que deveria ser exclusivamente social. Todos, porém, admitiram que a reforma era urgente e necessária. Em meio a discussões acirradas, opiniões divergentes, confronto governo x oposição, o cidadão simples, agredido com tantas (des)informações, não teve o direito de conhecer ao certo o que estava sendo aprovado e sancionado pela Presidência da República.

Para o governo, seguindo a linha central do relator da proposta, deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), a alteração em cem pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) vai gerar empregos, reduzir demandas de ações na Justiça e facilitar as relações trabalhistas. Destaca pontos como parcelamento de férias em três períodos, horas extras, trabalho de gestante e redução da hora do almoço.

Especialistas contrários à reforma confrontam com o discurso de que a nova lei não só vai precarizar as relações de trabalho, como provocará uma enxurrada de processos judiciais. Alegam, principalmente, porque vai criar “duas categorias” de trabalhadores: os que já estão no mercado e os que vão entrar agora e seguir a nova lei, que entra em vigor neste sábado, 11.

O cenário de “guerra” tornou-se ainda mais hostil com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, o que mexe no cofre de mais de 17 mil entidades sindicais que existem no País. As centrais levantaram voz, usando como “pano de fundo” itens da reforma que penalizariam o trabalhador, sem expor o interesse real de resguardar a receita de bilhões advinda da contribuição sindical.

O relator Rogério Marinho reagiu de forma contundente, afirmando que a contribuição sindical é “herança fascista” que já dura 70 anos. A contribuição movimenta cerca de R$ 3,6 bilhões por ano, revelou.

Pois bem.

O debate desceu para o ambiente insalubre da política menor, não oferecendo a boa informação ao cidadão brasileiro, que ainda não sabe se a reforma trabalhista é boa ou ruim.

O JORNAL DE FATO publica hoje um material especial, assinado pelo jornalista Magnos Alves, que tira dúvidas e mostra como ficam pontos importantes como jornada de trabalho, férias, intervalo de almoço, mulheres em trabalho insalubre, indenização por danos morais, rescisão contratual, demissão, registro, trabalho esporádico, terceirização, etc. Confira o caderno especial.

 

FRASE

"Caso a situação não seja resolvida, corremos o risco de não pagar os salários de dezembro e o décimo.

GILBERTO JALES – Presidente do TCE-RN sobre o atraso do duodécimo desde julho.

 

209 obras

 O programa "Agora, é Avançar", lançado pelo presidente Temer, contempla o Rio Grande do Norte com R$ 1,3 bilhão em 2018. Os recursos serão investidos na retomada de 209 obras estruturantes no estado, em áreas da educação, saúde, recursos hídricos, estradas. É provável que a "Estrada do Cajueiro" finalmente saia do papel. Uma luta de década para o desenvolvimento regional.

 

RN sustentável

 O Hospital Regional Materno-Infantil está inserido no "RN Sustentável", programa criado no governo Rosalba Ciarlini, com financiamento de 540 milhões de dólares do Banco Mundial. O projeto ficou pronto para o atual governo tocar, com investimento de 140 milhões de reais. Se arrastou em burocracia por três anos e agora está pronto para ser iniciado. Em Mossoró.

 

O alvo

 O Dia Nacional de Lutas e Protestos no RN direcionou as manifestações contra o Governo do Estado. Em Natal e Mossoró ecoou o grito contra o atraso de salários. O movimento marcou o início da greve dos professores da Uern, que há 20 meses recebem com atraso

 

Pano rápido

 A Polícia Federal prendeu um advogado acusado de "vender influências" nos tribunais superior (STJ e STF) por até R$ 2 milhões. Ótimo, um atravessador a menos. Agora, se ele vendia influências, de quem era a caneta que assinava as decisões?

 

Ufa!

 Não tem mais greve dos policiais militares. O Governo do Estado se comprometeu a atualizar os salários dos policiais da ativa na segunda-feira (13) e dos inativos e pensionistas na sexta-feira (17). A categoria ficará com o "tutu" em dia.

 

Crise aguda

 O desabastecimento na rede de saúde de Mossoró castiga o cidadão simples que depende do serviço público. Crise aguda nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA). Choradeira geral.

 

 É NOTÍCIA

1 - Hoje, completa oito anos da morte do padre Guido Tonelotto, italiano de Veneza, que se destacou na Paróquia de São José, com o Projeto Esperança, em defesa dos meninos de rua.

2 - O Centro de Atividades do Sesc-Mossoró completa hoje 39 anos de fundação. Inaugurado pelo senador Jessé Freire, presidente da Confederação Nacional do Comércio, e pelo governador Tarcísio Maia. O cantor Jair Rodrigues foi a atração cultural.

3 - O governador Robinson Faria (PSD) mudou mais uma vez o comando do Corpo de Bombeiros, exonerando o coronel Ulysses Valle dos Santos e nomeando o coronel Luiz Monteiro da Silva.

4 - A inflação fechou os primeiros dez meses do ano com alta de 2,21%, a menor taxa acumulada em um mês de outubro desde o 1,44% de outubro de 1998.

5 - A cultura popular de Mossoró perdeu dona Clinária, benzedeira e mestra de Boi de Reis. Morreu nesta sexta-feira, no bairro Papoco, aos 100 anos de idade.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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