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Postado às 11h00 | 10 Dez 2017 | Francisco Carlos: 'Mossoró deve ter papel de destaque em 2018'

Crédito da foto: Marcos Garcia/JORNAL DE FATO Vereador Francisco Carlos fala sobre as eleições 2018

Mossoró deverá assumir papel de destaque nas eleições estaduais do próximo ano. Segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, administrada por uma liderança estadual, a cidade estará presente em chapa majoritária para fazer valer a sua importância.

A opinião é do vereador Francisco Carlos (PP), que aponta a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) como a liderança que deve conduzir esse processo. “Ela já disputou eleições majoritárias estaduais com sucesso em duas oportunidades, elegendo-se senadora e governadora, e agora desempenha a quarta gestão na Prefeitura de Mossoró e como maior liderança política da cidade. Então, Rosalba está apta”, justifica.

Na manhã deste sábado, 18, Francisco Carlos tomou o “Cafezinho com César Santos”, com longa conversa sobre política e administração. Ele evitou citar nomes, mas disse que o grupo político da prefeita Rosalba, do qual faz parte, deverá indicar nomes ao Senado Federal e à Vice-Governadoria. “A cidade tem esse potencial”, afirmou.

A sucessão estadual está aberta, por toda a insegurança política que vivem hoje os grupos tradicionais e pelas incertezas do governador Robinson Faria. Pela importância de Mossoró no cenário estadual, por ser o segundo maior colégio eleitoral do RN, o senhor acredita que a cidade pode ser protagonista?

NÃO apenas pode, como deve. Mossoró conta com uma liderança estadual na condução da Prefeitura, que é Rosalba Ciarlini. Estamos falando da segunda maior cidade do estado, que é dirigida por uma liderança estadual, de um grupo político que conta um deputado federal e uma tradição de muitos anos atuando na política do Rio Grande do Norte. Então, com certeza, a cidade de Mossoró deverá ter um papel muito destacado nas eleições do próximo ano.

 

ESSE papel destacado ao qual o senhor se refere seria uma candidatura majoritária, além, claro, de postulantes à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados?

A CIDADE de Mossoró tem condições de indicar candidatos para a chapa majoritária, isso você não tenha dúvida. Senador ou vice-governador, provavelmente. Em outra ocasião, teve a oportunidade de indicar o próprio candidato ao Governo, que foi Rosalba Ciarlini, vitoriosa nas eleições de 2010. A chapa majoritária para 2018 está aberta, nós não vemos lideranças expressivas que já tenham ocupado naturalmente esses espaços, de modo que entendemos que Mossoró pode, sim, assumir lugar de destaque na sucessão do próximo ano.

 

A PREFEITA Rosalba, por ser a maior liderança política local, é que deve conduzir esse processo?

PENSO que a prefeita Rosalba Ciarlini deve ser procurada por qualquer um dos candidatos que queiram montar um projeto estadual, a partir da formação de coligações. Acho que ela será procurada por todos, dada a sua importância no segundo maior colégio eleitoral do estado. Acredito que Rosalba fará isso em conjunto com o seu partido, que tem o deputado Beto Rosado, o ex-deputado Betinho, que é presidente do PP estadual, o ex-deputado Carlos Augusto, e com essa conjunção de forças deverá sair a melhor composição possível para a cidade de Mossoró.

 

A GESTÃO Rosalba, a quarta dela à frente da Prefeitura de Mossoró, tem conseguido tirar a cidade da profunda crise em que ela encontrou. Em momento de crise, o gestor que se sobressai ganha em popularidade e, por consequência, ganha dividendo político. Essa avaliação fortalece a prefeita de Mossoró para 2018?

A GESTÃO da prefeita Rosalba está conseguindo, de fato, cumprir com os seus compromissos, dentro de um contexto que está dado, que é possível. Rosalba está fazendo o melhor, diante de um quadro de crise que afeta todas as gestões públicas. Isso potencializa a prefeita Rosalba e o seu grupo político a ocupar espaço no próximo ano. Basta comparar com Natal, a capital do estado, que tem um possível candidato ao Governo do Estado, que é o prefeito Carlos Eduardo (PDT), e que está passando por muitas dificuldades, bem maiores que a que estamos enfrentando na cidade de Mossoró. A gestão Rosalba está conseguindo atravessar esses momentos de dificuldade com dedicação, com esforço, seriedade, com boas propostas e experiência que a prefeita tem em gestão pública. Então, tenho certeza que Rosalba chegará no próximo ano forte.

 

O SENHOR acha que a população de Mossoró está entendendo a situação do momento e é consciente dos problemas encontrados pela gestão Rosalba?

UMA parcela da população entende, compreende; outra, não. Acho que a que entende é uma parcela bem maior; é o segmento que contextualiza o momento da conjuntura do país e sabe da forma como a prefeita recebeu o Município. Essa parcela faz uma avaliação positiva da gestão Rosalba Ciarlini. Obviamente que outras pessoas, numa parcela bem menor, diria, não conseguem fazer essa leitura contextualizada, o que é natural. No entanto, a gestão Rosalba caminha para sair do quadro de dificuldades e daqui pouco dará respostas positivas mais contundentes.

 

O SENHOR tem se destacado como um dos vereadores de Mossoró com sua atuação na Câmara Municipal reconhecida pelas pessoas. Esse bom desempenho do seu segundo mandato sugere a possibilidade de candidatura nas eleições estaduais do próximo ano?

EU NÃO tenho trabalhado com intuito de me posicionar como candidato, não tenho movimentado nesse sentido, quer seja por minhas ações no Parlamento, quer seja como o contato com as lideranças políticas do meu partido. De toda maneira, eu fico satisfeito por saber que a condução do nosso mandato na Câmara Municipal de Mossoró tem dado destaque ao nosso trabalho. E qualquer coisa, além disso, é o meu partido que se posicionará. Da minha parte, eu não tenho projetos pessoais.

 

A ATUAL legislatura da Câmara Municipal de Mossoró tem se comportado diferente de legislaturas anteriores, com posturas e posições de vereadores que indicam um melhor momento. É certo afirmar que o Legislativo mossoroense encontrou o caminho certo?

ACHO que a Câmara Municipal de Mossoró em seu conjunto, e aí eu não faço avaliação de valores individuais, está fazendo a interpretação correta do recado das urnas que, ao meu ver, foi bem claro: 13 vereadores não renovaram seus mandatos nas últimas eleições, e isso naturalmente influencia o comportamento da atual legislatura. Os vereadores estão procurando ser mais prudentes, mais cautelosos, o acirramento do debate não tem acontecido e quando esse debate se torna mais duro, mais franco, obedece determinados limites, tanto para quem está na situação quanto para quem está na oposição. Isso tem sido bastante positivo. A presidente Izabel Montenegro (PMDB) tem procurado conduzir a Casa de maneira a não comprometer a imagem do Legislativo, de modo que essa legislatura está se saindo bem.

 

HÁ MUITO tempo, a Câmara Municipal de Mossoró não oferece quadros para disputas estaduais com reais condições de ocupar espaços. Por que o Legislativo mossoroense sofre para revelar bons nomes para o estado?

A CÂMARA Municipal de Mossoró já teve em outros momentos, em outras legislaturas, nomes qualificados para esse tipo de desafio. Na atual legislatura tem vários nomes qualificados para isso. Fato. Agora, talvez isso aconteça porque, na maioria das vezes, os projetos surgem como aspiração pessoal e não de grupo. Como aspiração pessoal não prospera, fica com dificuldade de caminhar. Acho que qualquer candidatura surgida do interior da Casa Legislativa tem que ser um projeto de grupo, projeto político-partidário para dar respostas a desafios mais amplos da cidade de Mossoró e do estado. Partindo de um projeto individual, vejo com muita dificuldade de a Câmara assumir espaços em outros cenários, como Assembleia Legislativa ou mesmo na Câmara Federal.

 

A PREFEITA Rosalba Ciarlini vem enfrentando dificuldades quando envia projetos à Câmara, embora, até aqui, tenha conseguido votos necessários para aprová-los. Essas dificuldades em uma bancada que é maioria sinalizam uma relação difícil entre o Palácio da Resistência e seu grupo de vereadores? Por quê?

ESTAMOS vivendo um momento novo, do ponto de vista de fazer política, mesmo no Brasil. Muitas coisas têm acontecido no país e isso, naturalmente, interfere na forma de fazer política e também no relacionamento entre Executivo e Legislativo. É possível que isso, de alguma forma, esteja ocorrendo em Mossoró, contribuindo para aquilo que algumas pessoas consideram dificuldade de relacionamento. Apesar disso, não está havendo essa dificuldade entre o governo e a bancada. A prefeita Rosalba Ciarlini tem uma maioria na Câmara. Sempre que ela precisou, essa maioria se transformou em votos suficientes para aprovar as matérias que ela encaminhou, que ela pretendeu para cumprir os compromissos com a população, e acho que continuará dessa maneira. Um pouco de articulação, com um pouco de conversa, não precisa mais do que isso para que as coisas continuem caminhando bem.

 

COMO o senhor observa esse primeiro momento da gestão Rosalba Ciarlini?

O PRIMEIRO ano da gestão Rosalba começou bem, dentro das possibilidades que existem. A gente sabe que os problemas encontrados são enormes e que precisam ser resolvidos, principalmente de ordem financeira. Todos são conhecedores do tamanho do rombo nas contas públicas. Mas, é preciso reconhecer que a prefeita tem conseguido resolver essas dificuldades dentro das limitações inerentes ao momento de crise. Ela já conseguiu resolver os problemas na área da saúde; veja a questão dos leitos de UTI, que foi uma resposta quase imediata na área de terapia intensiva; a solução das cirurgias eletivas; a reestruturação da assistência básica que começa a acontecer. É importante reconhecer a retomada de várias obras na área de educação, que voltam a ser resgatadas; a articulação da prefeita com o Governo Federal, tendo a intermediação do deputado Beto Rosado para recuperar investimentos na cidade de Mossoró; e isso tudo é muito positivo. A gente reconhece que as dificuldades ainda precisam ser superadas. Agora, é preciso compreender que a prefeita ainda não concluiu o primeiro ano de mandato. Quem vai para uma campanha política pedir votos para ser prefeito de uma cidade, apresentando propostas que venham resolver a vida das pessoas, não vai prometendo resolver tudo no primeiro ano. De modo que Rosalba foi eleita para cumprir um programa de governo em quatro anos, e eu tenho certeza absoluta que, ao final desse período, a prefeita vai atender todas as expectativas dos mossoroenses

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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