O governo Robinson Faria (PSD) tenta liberar meio bilhão de reais do Tesouro Nacional para atualizar os salários e pagar o décimo terceiro ao funcionalismo público estadual. Essa é a solução imediata que o governo alimenta, sem, contudo, ter a certeza da bondade do presidente Michel Temer (PMDB).
A esperança do governador é que os recursos possam ser vinculados aos votos que o PSD oferecerá para aprovação da reforma da Previdência. O presidente Temer, inclusive, sentou para conversar com o presidente nacional da sigla, ministro Gilberto Kassab, quando cobrou os votos do PSD.
As ações de médio e longo prazo para equilibrar as contas públicas, planejadas pelo governo, passam pelos empréstimos de R$ 698 milhões junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e de R$ 800 milhões ao Banco do Brasil, além da venda de ativos. Uma das possibilidades é a negociação do Centro de Convenções de Natal, que seria transferido para uma empresa ou um consórcio.
A venda de ações da Potigás também é avaliada pelo governo. O modelo de negociação ainda está em estudo, porém, o governo acelera os passos para definir o mais breve possível.
Quanto a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), que esteve na pauta por longo tempo, o governo não inclui na lista de privatização. É assunto proibido desde que o governador Robinson foi acusado por delatores da JBS de ter recebido R$ 10 milhões em troca da venda da Caern.
Se colocar a Caern no tabuleiro no mercado, o governador acabaria admitindo que os delatores da JBS falaram a verdade. Portanto, venda da Caern é assunto proibido.
O Governo do Estado ainda não conseguiu concluir a folha salarial de outubro. Os servidores que ganham acima de R$ 4 mil esperam receber o dinheiro nesta quarta-feira, 13, conforme prometido.
Quanto as folhas de novembro e dezembro e o décimo terceiro, até aqui não há previsão. O governo tem dito que está trabalhando com a expectativa de conseguir os recursos do Governo Federal para honrar os compromissos.
Diante do caos financeiro, salários atrasados e outras demandas represadas, três categorias decidiram paralisar as atividades desde novembro: professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), servidores da saúde e do Detran-RN.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.