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Postado às 10h45 | 24 Dez 2017 | 'Voto contra a reforma da Previdência', reafirma deputado Beto

Crédito da foto: Marcos Garcia Deputado federal Beto Rosado tomou o Cafezinho com César Santos na redação do JORNAL DE FATO

O deputado federal Beto Rosado (PP) reafirma: votará contra a reforma da Previdência. E não tem medo de retaliações do Planalto, mesmo com as ameaças feitas pelo presidente Michel Temer (PMDB).

O fato de o seu partido ser da base aliada do Planalto não o obriga a seguir o que o governo determina. O parlamentar entende que a questão da Previdência exige um debate maior, para evitar que direitos conquistados sejam subtraídos.

No “Cafezinho com César Santos” desta semana, Beto Rosado confirma que será candidato à reeleição e defende que o seu grupo político, com base sólida em Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, tenha um papel de destaque na sucessão estadual do próximo ano.

O deputado presta contas do seu mandato, destacando emendas parlamentares de sua autoria que contemplaram, principalmente, a cidade de Mossoró. Também faz uma análise do governo Robinson Faria (PSD) e diz que o PP ainda não definiu o rumo que seguirá no pleito de 2018.

 

O SENHOR é o único representante de Mossoró, segunda maior cidade do RN, na Câmara dos Deputados. Evidentemente, a sua responsabilidade foi potencializada. Ao final do terceiro ano de mandato, o senhor considera que a missão está sendo cumprida?

CÉSAR, eu sinto muito orgulho de ser um representante não só de Mossoró, mas de todo o interior do estado, uma vez que sou o único parlamentar que mora no interior. Minha responsabilidade é potencializada, sim, e levo isso comigo em todas as ações do mandato. Chegamos ao terceiro ano de legislatura com a sensação de que o dever está sendo cumprido. A cada ano, novos desafios surgem, mas temos o mesmo objetivo de sempre: criar projetos que proporcionem oportunidades para todos e defendam os interesses do desenvolvimento econômico e social do nosso estado, como também destinar emendas parlamentares aos municípios que mais precisam daqueles recursos para melhorar a qualidade de vida dos potiguares.

 

O MUNICÍPIO de Mossoró tem recebido um volume considerável de recursos federais oriundos de emendas parlamentares de sua autoria. Em momento de crise financeira, os repasses têm sido fundamentais. Justifica-se, aí, a importância de a cidade ter um representante legítimo em Brasília?

SIM. Infelizmente, a crise financeira é resultado da frustração de receitas, que ocasionou a queda nos repasses federais a todos os municípios da União. Aqui no Rio Grande do Norte, como em todos os estados do Brasil, alguns gestores estão com dificuldade de pagar até o funcionalismo em dia. Para Mossoró, através das lutas que travamos em defesa do nosso município em Brasília, o nosso mandato já destinou mais de R$ 20 milhões em emendas. Aprovamos o projeto que reduz alíquota fiscal das empresas de call center; articulamos a prorrogação da Lei Antidumping, que protege o sal potiguar, preservando os empregos; estamos na luta pelo decreto do presidente que reconhece o sal como bem de interesse social; aprovamos na Comissão de Meio Ambiente o projeto de lei 4.663/16, para recuperar os empregos na produção terrestre de petróleo, repassando à iniciativa privada os poços maduros que a Petrobras não tem mais interesse de explorar; e outra luta nossa é pela abertura do mercado chinês para o melão potiguar, que vai dobrar a produção e geração de empregos no setor. Na saúde, garantimos a reforma de 16 UBSs; 10 gabinetes odontológicos; semi-UTI móvel para o Samu; novos equipamentos para a Liga de Estudos e combate ao Câncer de Mossoró. Destinamos ainda R$ 1,7 milhão para a Uern; só neste ano destinamos R$ 500 mil para infraestrutura urbana; e R$ 730 mil, aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas. Essas são só algumas das nossas ações, entre muitas outras.

 

ESSA ação que o senhor está desempenhando, colocando Mossoró como prioridade, o credencia a pedir novo mandato de deputado federal? O senhor será candidato à reeleição?

SIM. Colocarei meu nome à disposição nas próximas eleições para garantir ainda mais benefícios, não só para o nosso município, mas para todo o Rio Grande do Norte.

 

O SENHOR anunciou que vota contra a reforma da Previdência, mesmo o seu partido sendo da base aliada do governo. Por que essa posição? O senhor considera que a reforma é desnecessária?

NÓS entendemos que a reforma é necessária, mas precisa passar por uma ampla discussão com a população, para que tenhamos um texto que não retire direitos conquistados. Por isso, nos posicionamos contra a reforma.

 

O PRESIDENTE Temer tem deixado claro que não “perdoará” os deputados da base aliada que votarem contra a reforma da Previdência. O senhor indicou cargos federais no RN, com posições na Codern e na Funasa, por exemplo. O senhor teme retaliações vindas do Planalto?

NÃO.

 

O SENHOR votou a favor da Reforma Trabalhista, correndo o risco da resistência popular. A sua convicção na importância da reforma foi mais decisiva do que o medo da impopularidade?

EM UM país onde existem 13 milhões de desempregados, a Reforma Trabalhista garantiu a criação de um ambiente favorável à geração de emprego e renda. Foi um grande avanço. Existiu uma tentativa de distorcer as informações, o que gerou certa repercussão negativa. Em longo prazo, a população vai compreender como a reforma foi importante para esse processo de superação da crise.

 

O SEU partido apoiou a candidatura de Robinson Faria em 2014 e faz parte do Governo, embora com poucos espaços. Qual a posição do PP nas eleições para governador do RN em 2018?

O PARTIDO Progressista representa mais de 1 milhão de potiguares, o que significa que temos um papel importante no pleito do próximo ano. No entanto, nós ainda não iniciamos as conversas com vistas às eleições.

 

O GOVERNO Robinson passa por uma crise sem precedentes, com salários atrasados, segurança que não funciona, saúde no caos. Segundo a pesquisa Consult/Fiern, a reprovação do Governo chega a 85%. Por que a gestão de Robinson não deu certo?

O GOVERNADOR enfrenta uma crise muito profunda na economia. A situação se agravou e ele não conseguiu tomar as providências necessárias para ajustar a situação financeira do Estado. O atraso no pagamento dos servidores, fato que gera o maior desgaste da gestão, prejudica todos os serviços prestados pelo Governo e é nocivo à economia.

 

RECENTEMENTE, o vereador Francisco Carlos, que é do PP, defendeu que Mossoró assuma posição de destaque na sucessão estadual do próximo ano, a partir da liderança da prefeita Rosalba Ciarlini. O partido seguirá com esse pensamento para definir a sua atuação em 2018?

É NATURAL que, pela representatividade que temos, principalmente em Mossoró, tenhamos a responsabilidade de levar nossa cidade a uma posição de protagonismo no pleito. Mas, ainda não é o momento de definirmos qualquer posicionamento.

 

É POSSÍVEL afirmar que o seu grupo político terá nome na disputa majoritária?

AINDA é cedo, mas temos todas as condições de ter. Esse assunto será debatido no momento oportuno.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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