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Postado às 10h00 | 11 Jan 2018 | Coluna - 11 de janeiro de 2018

CRIME NÃO TEME A POLÍCIA

A Polícia Militar decidiu voltar ao trabalho após 23 dias de paralisação. A Polícia Civil já havia anunciado o fim da paralisação. As atividades ostensivas serão retomadas gradativamente, enquanto as Forças Armadas cumprem os últimos dias da Operação Potiguar III, que se encerrará neste sábado, 12.

O retorno das forças de segurança do Estado, no entanto, não alimentam a esperança da população em dias melhores. A escalada da violência escalou degraus; o crime organizado firmou alicerces bem mais estruturados do que o aparelhamento do Estado; a solução para o fim da insegurança não está na volta às ruas da polícia, nem das novas viaturas anunciadas pelo governo.

Não vai daqui o sentimento menor do quanto pior melhor. Longe disso. Mas, sim, o retrato de uma realidade que castiga o dia a dia do cidadão de bem. Basta observar os números. Em 2017, o pior da história do Rio Grande do Norte em violência, foram 2.405 assassinatos. Nunca tombou tanto corpo no chão rachado potiguar. Bateu todos os recordes, com destaque mais do que negativo em Natal e Mossoró.

Nem a presença dos 2,8 mil homens das Forças Armadas, desde o dia 29 de dezembro, inibiu a ação criminosa. Só nos primeiros oito dias de 2018, foram registrados 45 assassinatos, o aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 38 mortes violentas, segundo dados do Observatório da Violência (OBVIO). Entre os dias 19 de novembro e 8 de janeiro, que compreende o período de paralisação das polícias Militar e Civil, em protesto ao atraso de salários, foram registrados 144 homicídios, numa sequência sangrenta nunca antes vista por essas bandas desprotegidas.

Pois bem...

O crime organizado avançou porque o Estado foi negligente, incapaz, incompetente. Não construiu um plano estratégico para se impor, estabelecer a sua condição de Estado, permitindo, por consequência, que os marginais assumissem as ruas, com leis próprias, instalando o governo paralelo, fazendo a população obedecer as suas ordens.

Não cabe aqui eleger ou apontar culpados, no entanto, é fato que o governador Robinson Faria (PSD) absorve a culpa. Primeiro, por ser o gestor do momento; depois, por ter prometido, antes, durante e depois da campanha eleitoral que resolveria o problema da (in)segurança.

Robinson disse que faria o "governo da segurança", porque estudou o assunto, conhecia de perto a situação e que era a pessoa mais preparada para resolver a questão. Não resolveu, e hoje é vítima da própria promessa.

 

FRASE

"Conforme o Estado for dando condições, os policiais estarão nas ruas."

DALCHEM VIANA – Representante da associação de policiais e bombeiros.

 

LIBERTADORA FM

 A Rádio Libertadora de Mossoró iniciou a nova fase depois de migrar de AM para FM. Sob o controle da Assembleia de Deus, com programação exclusivamente evangélica, a emissora passa a ser sintonizada na faixa FM 96.3. E para marcar os cinco anos de comando da Assembleia de Deus, a emissora realizará programação especial no final de semana, no Templo da Av. Leste Oeste.

 

SEM ÁGUA

 Os municípios de Messias Targino e Patu, no Oeste potiguar, entraram para a lista dos que sofrem com o colapso no abastecimento de água. Já são 16 municípios nessa condição. Messias Targino e Patu sofrem com o baixo volume da barragem Armando Ribeiro, em Assú, que reduziu para 50% a capacidade da adutora Médio Oeste. Consequência da seca interminável que castiga o RN.

 

ARMA

 O presidente Temer promete liberar R$ 10 bilhões para obras em redutos eleitorais de quem votar pela aprovação da reforma da Previdência. Outra pressão é a ameaça de congelamento de despesas que pode chegar a R$ 50 bilhões sem a reforma. Jogo bruto.

 

PACOTE FISCAL

 A sessão de votação do pacote fiscal do Governo na Assembleia Legislativa está marcada para esta sexta-feira, 12, a partir das 10h. Se não for possível votar os 18 projetos, haverá nova sessão segunda ou terça-feira.

 

CADÊ O DINHEIRO?

 A Prefeitura de Almino Afonso não atrasava salários havia duas décadas, sequência interrompida pela atual gestão. Os servidores amargam o atraso da folha de dezembro e parte do décimo, além do PMAQ. Consequência do desastre administrativo do prefeito Valdênio Amorim (PMDB).

 

FALHA NOSSA

 É Haroldo Azevedo, e não Flávio Azevedo, o nome escolhido para vice na chapa da senadora governadorável Fátima Bezerra (PT). A coluna citou o nome de Flávio equivocadamente. Feita a correção, então.

 

 É NOTÍCIA

1 - A inflação oficial fechou o ano de 2017 em 2,95%, abaixo do piso da meta fixada pelo Governo, de 3%. Números bastante positivos de um governo impopular, porém, eficiente. Vá entender...

2 - Os órgãos da administração municipal de Mossoró estão funcionando em expediente especial, das 8h às 14h. O chamado expediente "corrido" segue até o dia 31 de janeiro, conforme decreto assinado pela prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

3 - O governador Robinson Faria tem um momento de alegria em meio à crise: nasceu Jane, sua neta, segunda filha do deputado Fábio Faria e Patrícia Abravanel. Também neta de Sílvio Santos.

4 - A greve dos professores da Uern completou dois meses sem solução nesta quarta-feira, 10, e ganhou o reforço dos técnicos administrativos, que aderiram ao movimento.

5 - O Detran-RN prorrogou até 30 de março o prazo para pagamento da taxa de licenciamento sem reajuste (R$ 60,00). A partir de 1° de abril, a taxa sobe para R$ 90,00.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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