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Postado às 08h00 | 22 Jun 2018 | Lucena afirma que PT não será 'esteira' para o deputado Souza

Crédito da foto: Elpísio Júnior Fernando Lucena afirma que o PT não aceitará imposição do PHS

O PP não vai coligar com o PHS na proporciona. Essa é a posição do momento que dificilmente será mudada até as convenções partidárias. Há resistência dentro do partido. São as tendências que defendem que o PT não deve priorizar exclusivamente a disputa majoritária, mas levar a termo nas eleições deste ano o projeto de também eleger representantes na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

Não se trata de confronto com o PHS, até porque caminha para possível parceria na disputa majoritária, uma vez que o PHS filiou a deputada federal Zenaide Maia (ex-PR) para ser candidata ao Senado na chapa da pré-candidata ao governo Fátima Bezerra. A resistência é justificada no projeto de o PT manter pelo menos a cadeira na Assembleia Legislativa e eleger um deputado federal, que seria o atual deputado estadual Fernando Mineiro ou a vereadora natalense Natália Bonavides.

Como o PHS tem apenas o deputado estadual Manoel da Cunha Neto, o Souza (foto acima), para oferecer à chapa proporcional, setores do PT entendem que o partido serviria apenas para fazer “esteira” em favor da reeleição de Souza. Essa posição foi exposta pelo vereador Fernando Lucena, em Natal. “O PT não vai aceitar a imposição do PHS; temos várias tendências que discordam da coligação na proporcional, por entender que o partido deve priorizar a eleição dos nossos candidatos a deputado estadual e federal”, disse.

Sem meia palavras, Lucena atacou o que ele chama de “sapato alto” do PHS. “Eles estão querendo impor e não assim que se faz alianças. O PT não vai aceitar imposição”, afirmou. O petista indicou que a coligação com o PHS se dará em chapa majoritária, para beneficiar as candidaturas de Fátima (governo) e Zenaide (senado).

Para justificar o posicionamento das correntes internas do partido, Fernando Lucena resgatou as eleições de 2014, quando o PT fez aliança com o PP que foi positiva para eleger a senadora Fátima Bezerra, mas o partido deixou de eleger um deputado federal. “Nós poderíamos ter elegido um deputado federal, mas quem se elegeu foi Beto Rosado, do PP”,lembrou. “Isso não vai se repetir neste ano”, garantiu.

A situação do deputado Souza é de dependência de uma coligação para renovar o mandato. Com pouca densidade eleitoral, o parlamentar precisa dos chamados “esteiras” para alcançar o coeficiente eleitoral e, por gravidade, assegurar a sua eleição. Foi o que aconteceu em 2014, quando o PHS construiu alianças com outras siglas “nanicas” e Souza acabou eleito com apenas 20.440 votos, na 30ª posição dos mais votados.

 

PC DO B

A mesma situação vive o deputado Carlos Augusto Maia (foto acima), que trocou o PSD, do governador Robinson Faria, pelo PC do B na tentativa de viabilizar o seu projeto de reeleição. A exemplo do PHS, o PC do B defende aliança proporcional com o PT, visto como necessária para renovar o mandato de Carlos Augusto.

 Nas eleições de 2014, Carlos Augusto foi candidato pelo PT do B, numa coligação de “nanicos” e acabou eleito com 20.140 votos, ficando uma posição abaixo de Souza, na 31ª. Ele precisa dos eleitores petistas, assim como Souza, para viabilizar a reeleição.

O PT, porém, tem nomes próprios. O partido vai priorizar a eleição de “Francisco do PT”, ex-prefeito de Parelhas, e de Isolda Dantas, vereadora de Mossoró, à Assembleia Legislativa. A legenda também tem outros pré-candidatos que formam uma nominata capaz de eleger pelo menos um deputado estadual.

Na corrida pela Câmara dos Deputados, o PT aposta em Mineiro e Natália Bonavides, e sabe que o PHS e o PC do B não têm nomes para fortalecer a chapa. Dessa forma, entende que a coligação proporcional deve ser descartada.

No entanto, Fernando Lucena acha que, com relação ao PC do B, é possível que o PT aceite abrir a chapa, por se tratar de um parceiro histórico. “As dificuldades são as mesmas com o PC do B, mas a parceria histórica pode viabilizar o entendimento”, ressaltou.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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