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Postado às 02h00 | 24 Jun 2018 | Luiz Soares: 'Pobre infância e juventude brasileira

Crédito da foto: Ilustração Infância e juventude são grupos etários, sempre carentes

(*) Luiz Soares do Semiárido Brasileiro

O país com suas estatísticas prima em criar a vergonhosamente, algum tipo de descriminação. A vida nacional sempre quando demonstrada, cria a barreira que tipifica pessoas, pela sua descendência, condições de vida e local onde residem. O absurdo se consagra, quando se refere a negros, pobres, afrodescendentes, indígenas e quilombolas, culminando com geografia regional, especificando sempre o Norte e o Nordeste.

O Brasil possui uma população de 201,5 milhões de pessoas, dos quais 59,7 milhões têm menos de 18 anos de idade (Pnad 2013). São dezenas de milhões de pessoas que possuem direitos e deveres e necessitam de condições para se desenvolverem com plenitude todo o seu potencial.

De 1990 a 2013, o percentual de crianças com idade escolar obrigatória fora da escola caiu 64%, passando de 19,6% para 7% (Pnad). No entanto, mesmo com tantos avanços, mais de três milhões de meninos e meninas ainda estão fora da escola (Pnad, 2013). E grande parte vive nas periferias dos grandes centros urbanos, no Semiárido, na Amazônia e na zona rural. Muitos deixam a escola para trabalhar e contribuir com a renda familiar.

Quase 1,7 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 15 anos ainda trabalham no Brasil (Pnad 2014). Embora, entre 2007 e 2014, o trabalho nessa faixa etária tenha caído 44%, de 2013 para 2014, o número de meninas e meninos entre 5 e 15 anos trabalhando no País subiu 8%.

Infância e juventude são grupos etários, sempre carentes (sem tipificação é claro), em suas muitas particularidades. São vulneráveis por excelência, especialmente quanto aos agravos físicos, psíquicos e sociais. Neste particular, o Brasil criou a maior distorção da historia universal, ao considerar tais necessidades sem, entretanto entender, criar e disponibilizar as condições mínimas para se reverter tamanha distorção.

O antidoto brasileiro foi criar uma Lei. A lei apenas reconhece e, no mais torna cada um destes indivíduos, em excepcionais, intocáveis, imputáveis, avessos a qualquer tipo de ocupação, arredios e arrogantes, desrespeitosos convictos a tudo e a todos. Até na sagrada educação, missão básica e fundamental dos pais, no âmbito familiar, o estado infringiu a ordem e acabou com a hierarquia e o respeito. O resultado é desastroso, em todos os sentidos da vida e convivência em coletividade!

Sem atacar a causa primordial, qual seja o ganho mínimo salarial ou renda de um esforço, de cunho ocupacional, advindo da sua emancipação. O primeiro por massacre e o segundo surrupiado pela famigerada Carga Tributária, deixando a família, os pais e todos eles, a mercê dos acontecimentos que, geralmente denigrem a personalidade humana. O pior deles é serem usados como laranjas na distribuição e uso das drogas. Aprendizes dos pequenos furtos e assaltantes que matam as suas vitimas, de forma cruel e inadmissível.

Sem ganho e dignidade jamais haveremos de acreditar na personalidade construtiva nata do ser humano. Por isso mesmo, os países são classificados justamente pelo ganho salarial ou ocupacional da sua população. Representa o estado mentor e nunca tutor da vida em coletividade. Ao contrário do Brasil, onde o estado é omisso, discriminativo, manipulador que, além de covarde, ainda se alardeia como vitima. Neste elenco, facilmente se incluem todo o sistema financeiro, econômico e educacional brasileiro.

Concomitantemente, não existem creches, escolas infantis e educandários. As escolas técnicas foram vergonhosamente transformadas em universidades. As universidades são aglomeradas de analfabetos convictos e irremediáveis. O conceito de jovens aprendizes, sem admitir os absurdos, foi transformado em Trabalho Escravo. Tudo, enfim está na contramão da verdadeira Ordem e Progresso!

(*) Luiz Soares é Eng. Agrônomo, Professor Aposentado da UFERSA e Agropecuarista no município de Baraúna/RN

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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