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Postado às 08h45 | 03 Jul 2018 | Sucessão estadual acelera ritmo com definições de alianças partidárias

Crédito da foto: PT/Assessoria Reunião da Executiva Estadual do PT definiu aliança com PHS e PC do B

O fim de semana foi intenso nas negociações e definições na sucessão estadual do Rio Grande do Norte. Todos os pré-candidatos e partidos se movimentaram nos bastidores e anunciaram decisões importantes.

Os novos fatos começaram a surgir na sexta-feira (29), quando o pré-candidato a governador Carlos Eduardo (PDT) apresentou o deputado federal Antônio Jácome (Podemos) como pré-candidato ao Senado Federal ao lado do senador e pré-candidato à reeleição Garibaldi Filho (MDB). Com isso, o senador José Agripino Maia (DEM), que participou das articulações, desistiu da reeleição e será candidato à Câmara dos Deputados.

Dessa forma, a chapa majoritária ficou praticamente definida, faltando apenas a indicação do nome a vice-governador e dois suplentes de senador. Carlos Eduardo desembarcou em Mossoró para convencer a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) a indicar o vice. Uma reunião foi realizada na noite de sexta-feira, sem anúncio do que foi discutido.

No dia seguinte, Carlos Eduardo caminhou com o rosalbismo no “Boca da Noite”, evento que encerrou o Mossoró Cidade Junina 2018. Chamou a atenção a presença do jovem publicitário Kadu Ciarlini, filho de Rosalba, sempre ao lado de Carlos Eduardo, sugerindo que ele pode ser o vice na chapa do pedetista.

Também na sexta-feira, o PSDB anunciou que apoiará o projeto de reeleição do governador Robinson Faria (PSD), indicando um dos candidatos ao Senado, que é o ex-governador e ex-senador Geraldo José de Melo. No evento tucano, porém, o governador não esteve presente. E dois dos oito deputados estaduais não compareceram, no caso Gustavo Fernandes e Raimundo Fernandes, que não aceitam apoiar Robinson. Outro que resiste ao apoio é Tomba Faria, além da deputada Márcia Maia.

No domingo, 1°, foi a vez de o PT ocupar o noticiário político, ao anunciar coligação na majoritária e na proporcional com o PC do B e o PHS, confirmando as pré-candidaturas ao Governo do Estado e ao Senado Federal da senadora Fátima Bezerra (PT) e da deputada Zenaide Maia (PHS), respectivamente.

Havia resistência dentro do PT para se coligar na proporcional com PC do B e PHS. Os petistas contrários acabaram sendo vencidos e entenderam que os candidatos do PT à Assembleia Legislativa servirão apenas de “esteiras” para os deputados Carlos Augusto Maia e Manoel da Cunha Neto, “Souza”, que são do PC do B e PHS, respectivamente.

O PT decidiu ainda que indicará o outro candidato ao Senado e o PC do B oferecerá um nome para vice-governador. O PC do B apresentou os nomes de Airene Paiva, Antenor Roberto, Francisco Canindé de França e Gutemberg Dias. Um deles será o vice de Fátima.

CAPITÃO

O outro fato novo da sucessão é a inclusão do capitão Styvenson Valentim (sem partido) na lista dos pré-candidatos ao Senado. Ele foi a surpresa na pesquisa do Instituto Consult, contratada e divulgada pelo Blog do BG, de Natal, em que aparece empatado tecnicamente com os dois primeiros colocados Garibaldi Filho e Zenaide Maia.

Segundo a Consult, Styvenson tem 11,24% da intenção de votos, na terceira posição, contra 14,12% do primeiro colocado Garibaldi; e 12,88% da segunda colocada Zenaide.

O capitão Styvenson foi convidado para ser candidato ao Senado pelo Solidariedade, ao lado da ex-atleta Magnólia Figueiredo. Eles formariam chapa com o pré-candidato a governador Breno Queiroga, ex-prefeito da cidade oestana de Olho D’Água do Borges. No entanto, o capitão ainda não deu resposta.

Com os fatos novos, definições de bastidores, é provável que o processo sucessório estadual acelere ainda mais nesta semana rumo às convenções partidárias, que serão realizadas entre os dias 20 de junho e 4 de agosto.

QUINTO MANDATO

O senador José Agripino Maia, presidente do Democratas do Rio Grande do Norte, planejava se eleger para cumprir o quinto e último mandato no Senado Federal. Mas, as dificuldades jurídicas e, principalmente de respaldo popular, o obrigaram a mudar os seus planos e ele não tentará mais a reeleição. Provavelmente, será candidato à Câmara dos Deputados.

Agripino usou da maturidade e experiência política para mudar os planos. A sua saída da disputa majoritária permitiu a acomodação do deputado federal Antônio Jácome (Podemos) como pré-candidato a senador na chapa encabeçada pelo pré-candidato a governador Carlos Eduardo (PDT), que tem ainda o senador Garibaldi Filho (MDB).

Além de viabilizar a formação da chapa, a saída de Agripino permitiu que o Pros se juntasse ao Podemos no apoio a Carlos Eduardo. A aliança já tinha PDT, MDB e DEM, e ainda pode contar com o PP da prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini. Se permanecesse na chapa majoritária, muito dificilmente o PP de Rosalba apoiaria Carlos Eduardo, devido divergência com José Agripino desde 2014, quando ele não deu legenda para Rosalba, então governadora, ser candidata à reeleição.

Agripino cumpre o quarto mandato no Senado Federal. Ele foi eleito senador pela primeira vez em 1986. Em 1990, renunciou ao cargo para ser governador eleito. Em 1994, voltou a se eleger senador, renovando o mandato 2002 e 2010.

Antes, Agripino foi prefeito de Natal (biônico) no período de 15 de março de 1979 a 15 de maio de 1982 e foi eleito governador duas vezes: 1982, derrotando nas urnas o ex-governador e ex-ministro Aluízio Alves; em 1990, vencendo o ex-governador Lavoisier Maia.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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