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Postado às 14h45 | 08 Ago 2018 | Mossoró tem 36 candidatos oficializados em convenções

Crédito da foto: Reprodução Beto e Larissa Rosado são os atuais representantes de Mossoró na Câmara e na Assembleia Legislativa

Nas eleições de 2014, candidatos de todas as regiões do estado ocuparam o colégio eleitoral de Mossoró, o segundo maior do Rio Grande do Norte. Naquele ano, com 165 mil eleitores, a cidade foi importante para completar eleições de políticos que não tinham uma atuação local, em detrimento dos candidatos com origem em Mossoró. O efeito foi devastador.

Mossoró, que tinha dois deputados federais e dois deputados estaduais, terminou as eleições com apenas um deputado federal eleito, e sem nenhum representante à Assembleia Legislativa. Beto Rosado (PP), o único que escapou, obteve 64.445 votos (4.08%), uma votação considerada tímida, a partir de Mossoró. Ele obteve na sua base eleitoral apenas 15.321 votos, menos de 3 mil votos a mais do que o deputado federal Fábio Faria (PSD), que recebeu dos mossoroenses 12.423 votos.

A votação de Fábio e de outros candidatos de “fora” acabou reduzindo os votos de postulantes locais. A então deputada federal Sandra Rosado (PSDB), que era candidata à reeleição, teve menos de 20 mil votos na sua terra (18.271), o que colaborou para a sua não reeleição. Ela recebeu, no geral, 51.612 votos (3,26%).

Os deputados Leonardo Nogueira, então no DEM, e Larissa Rosado, que era filiada ao PSB (hoje no PSDB), também sofreram com a invasão da base eleitoral. Leonardo foi votado por apenas 9.111 eleitores e em todo o estado teve 20.754 votos (1,25%). Larissa até teve melhor performance em Mossoró, recebendo 24.585 votos, o que ajudou na sua votação geral de 32.876 (1,98%), mas ela acabou ficando de fora devido a sua “coligação pesada”.

Poderia ter sido diferente se o deputado Galeno Torquato (PSD), com apoio do então prefeito Silveira Júnior, não tivesse levado de Mossoró 12.306 votos, sendo o segundo mais votado. O discurso do “diga não aos Rosados”, levantado por Silveira, funcionou e atingiu os candidatos da terra, mas prejudicou principalmente a Mossoró. Os candidatos de outras regiões que levaram votos de Mossoró não corresponderam com a cidade. Galeno desapareceu e sequer, nesses três anos e oito meses de mandato, apresentou algum projeto ou qualquer outra ação em prol de Mossoró. O mesmo acontece com o deputado Souza (PHS), o quarto mais votado em Mossoró, com 4.186 votos.

 

“ENXURRADA”

Diante da decepção dos mossoroenses com os candidatos de fora, criou-se a expectativa que nas eleições de 2018 a opção do eleitor será o voto em candidatos da terra. Há uma linha de raciocínio, defendida por grupos políticos locais, que o eleitor vai optar por candidatos que têm atuação na cidade, diferente daqueles que só aparecem em período eleitoral.

Esse cenário – provavelmente – justifica o grande número de candidatos de Mossoró que foram oficializados nas convenções partidárias. São 21 postulantes à Assembleia Legislativa, nove candidatos a deputado federal e dois ao Senado da República. Tem ainda dois candidatos a vice-governador: Kadu Ciarlini (PP), vice de Carlos Eduardo (PDT); e Tião da Prest (PR), vice do governador Robinson Faria (PSD). Outro nome com origem em Mossoró é do bispo Heró Bezerra, candidato a governador pelo PRTB.

Para o deputado federal Beto Rosado, candidato à reeleição, é importante que o político com mandato – ou não – apresente o seu trabalho em defesa da sua cidade ou do seu estado. O parlamentar acha importante que o eleitor faça a sua avaliação na hora de votar.

A presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Izabel Montenegro (MDB), em recente entrevista ao “Cafezinho com César Santos”, disse que é importante os mossoroenses eleger candidatos que trabalham pela cidade, independentemente se “é daqui ou não”. No entanto, Montenegro entende que é mais fácil o político da terra trabalhar por seus conterrâneos do que outros que vêm apenas pedir o voto.

Veja os candidatos de Mossoró nas eleições de 2018:

DEPUTADO FEDERAL

Beto Rosado (PP)

Sandra Rosado (PSDB)

Alex do Frango (PMB)

Giordano Barreto (Novo)

Renato Fernandes (PSC)

Luzia Bessa (PC do B)

Lawrence Amorim (SDD)

Coronel Gomes (PSC)

Audiclésio Maia (Psol)

 

DEPUTADO ESTADUAL

Larissa Rosado (PSDB)

Gutemberg Dias (PC do B)

Flávio Tácito (PPL)

Izolda Dantas (PT)

Genildo da Barrinha (REDE)

Professor Hideraldo (PC do B)

Professor Zacarias (Psol)

Dr. Daniel (PSL)

Álisson Bezerra (SDD)

Genilson Alves (PMN)

Fred Escóssia (PMB)

Fafá Rosado (PSB)

Jorge do Rosário (PR)

Micael Melo (Avante)

Cinquentinha (DC)

Assis Filho (PT)

Irmã Ceição (PT)

Alison Pinto (DC)

Professor Barreto (DC)

Jair Queiroz (DC)

Cássia Madri (DC)

 

SENADO DA REPÚBLICA

Telma Gurgel (Psol)

João Morais (PSTU)

 

SUPLENTE DE SENADOR

Bernardo Rosado (PP)

 

GOVERNADOR

Heró Bezerra (PRTB)

 

VICE-GOVERNADOR

Kadu Ciarlini (PP)

Tião da Prest (PR)

Mossoró chegou a eleger 4 deputados na década de 70

Se nas eleições de 2014 nenhum candidato de Mossoró se elegeu à Assembleia Legislativa, 40 anos antes houve um feito inédito. Nas eleições de 1974, a cidade ajudou a eleger quatro deputados estaduais da terra: João Newton da Escóssia, Alcimar Torquato, Assis Amorim (FOTO) e Luís Sobrinho.

A partir daí, Mossoró passou a ter forte representação na Assembleia Legislativa, inclusive, chegando à presidência da Casa, com o ex-deputado Carlos Augusto (1983, na 52ª Legislatura), esposo da atual prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini.

Nas eleições de 1990, 1998 e 2002, Mossoró elegeu três deputados. Veja abaixo:

1974 - João Newton da Escóssia, Alcimar Torquato, Assis Amorim e Luís Sobrinho.

1978 – Carlos Augusto Rosado

1982 – Jota Belmont e Carlos Augusto Rosado

1986 – Laíre Rosado e Carlos Augusto Rosado

1990 – Carlos Augusto, Antônio Capistrano e Frederico Rosado

1994 – Frederico Rosado e Francisco José (pai)

1998 – Frederico Rosado, Sandra Rosado e Ruth Ciarlini

2002 – Larissa Rosado, Francisco José (pai) e Ruth Ciarlini

2006 – Larissa Rosado e Leonardo Nogueira

2010 – Larissa Rosado e Leonardo Nogueira

2014 – Nenhum

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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