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Postado às 09h45 | 14 Mai 2019 | Coluna César Santos - 14 de maio

Crédito da foto: Reprodução Senador Jean Paul Prates votou pelo enfraquecimento do combate à corrupção

OLHE AS DIGITAIS DA CORRUPÇÃO

Um dos assessores do senador Jean Paul Prates (PT), que assina blog e vive em sentinela nas redes sociais, bradou: “Paul Prates ajudou a derrotar Moro”. Orientado, ou não, pelo patrão, o título seria uma forma de cantar vitória do petista sobre o ministro da Justiça e da Segurança Pública.

E o que seria a derrota de Sérgio Moro: a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) do Ministério da Justiça para a Economia. A Comissão formada por deputados e senadores, que analisou a proposta de reforma administrativa, fez a alteração no relatório final, mandando o Coaf para o Ministério da Economia. Paul Prates colocou as suas digitais, votando a favor da mudança.

Ponto.

Agora, numa leitura séria, divorciada dos interesses políticos, e de outros interesses inconfessáveis, deve-se afirmar que Jean Paul Prates, que é senador pelo RN, ajudou a enfraquecer a luta contra a corrupção. Logo, a derrota de Moro é a derrota do Brasil.

O Coaf é instrumento importantíssimo da engrenagem de combate ao crime financeiro e, por consequência, à corrupção. No Ministério da Justiça, teria papel decisivo. Na pasta da Economia, servirá de instrumento caviloso de interesses indecentes, em nome dos corruptos deste País.

Mas, por que Paul Prates votou para fragilizar a luta contra a corrupção? Só ele deve explicar, o que provavelmente não o fará. No máximo, uma desculpa para iludir a massa menos esclarecida. O fato é que não há qualquer explicação para justificar o enfraquecimento do combate à corrupção.

O mais grave é que as torcidas organizadas, e remuneradas, ocuparam as arquibancadas para vender a ideia de que Paul Prates ajudou a derrotar Moro, como se isso fosse bom para o País, e a massa de manobra acabou embarcando na onda, digamos, imoral.

O que incomoda, e incomoda mesmo, é que o brasileiro quando é chamado para opinar, aponta o combate a corrupção como número 1, mas sem encolhe quando seu político de estimação faz manobra para beneficiar a corrupção e os corruptos.

O que vem acontecendo no Congresso Nacional, a partir de decisões como a que tira o Coaf do Ministério da Justiça, é um processo de enfrentamento das instituições e de ferramentas de combate à corrupção, com mira voltada para a Operação Lava Jato.

E não precisa gastar neurônios para alcançar o óbvio ululante: a turma da mão sebosa, da rapinagem, da roubalheira, viciada na coisa alheia, no cofre público, quer desmontar as instituições de combate à corrupção, para desfazer o que a Lava Jato começou a construir: cadeia para ladrão de qualquer naipe.

Portanto, Paul Prates não ajudou a derrotar Moro, mas sim o Brasil e os brasileiros.

 

FRASE

"A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa."

JÔ SOARES – Ator, humorista, escritor, apresentador.

 

PETRÓLEO

 A chegada da Petrorecôncavo para reativar os 34 campos maduros de petróleo já está movimentando o setor. O empresário Vilmar Pereira, dono da Vipetro, tem inúmeros proprietários de terra, na região da bacia potiguar, para fazer consultas. Como se sabe, a Vipetro já trabalhou em todos os campos terrestres da Petrobras no Rio Grande do Norte. São os efeitos positivos.

 

UNINASSAU

 A conhecida "avenida do shopping" em Mossoró vai ganhar um novo campus universitário. A Faculdade Maurício da Nassau, a Uninassau, está fazendo o investimento em área próxima ao Partage e do campus da UnP. A instituição ampliou a sua presença na cidade, oferecendo a partir deste ano novas graduações em Farmácia, Odontologia, Enfermagem e Educação Física.

 

BALAIO DE GATO

 O ex-suplente de deputado federal Abraão Lincoln garantiu ao comerciante Fernandinho das Padarias que ele continuará na presidência do PRB de Mossoró. Teria negociado com o presidente estadual do partido, deputado federal Benes Leocádio. Se verdade for, Rodrigo Bolão sobrará na curva. Ele espera pela palavra de Benes.

 

SIMAS

 Uma das mais longas e desgastante briga empresarial do RN vive seu último capítulo: a Justiça executou o grupo Simas Industrial a pagar R$ 159 milhões a Tiago Gadelha, por sua parte na formação acionária. O grupo tem 15 dias para cumprir a execução. A briga durou 12 anos. Agora, a Simas pertence 100% a Eduardo Gadelha.

 

SEGUE

 A briga no Grupo Simas começou em 2007, quando Thiago Gadelha tinha 66 anos. Agora, com 88 anos e a saúde debilitada, ele pouco vai usufruir do que é seu de direito, condenado pela morosidade da Justiça.

 

TÁBUA DE PIRULITO

 A RN-117, rodovia estadual que liga Mossoró ao Médio e Alto Oeste potiguar, está esburacada. Alguns trechos intransitáveis, como o que liga os municípios de Rafael Godeiro/Almino Afonso. Consequência das chuvas.

 

 É NOTÍCIA

1 - A empresa Samuka iniciou a montagem da estrutura do Mossoró Cidade Junina nesta segunda-feira, 13. Começou pela Arena Deodete Dias, que recebe o Festival de Quadrilhas.

2 - Hoje, completa sete anos da morte do empresário e desportista Manoel Barreto. Foi ele que levou o Potiguar para o Campeonato de 1974. Também foi sob a presidência de Manoel Barreto que o Potiguar conquistou o primeiro título estadual, em 2004.

3 - O Brasil chora desde domingo, 12, a morte de Lúcio Mauro, que fez o país gargalhar no "Balança Mas Não Cai", "Os Trapalhões", "Chico City" e "Escolinha do Professor Raimundo".

4 - Há exatos 30 anos, Fernando Collor de Mello renunciava ao Governo de Alagoas para ser candidato e se eleger presidente do Brasil. O resto da história o brasileiro conhece e chora até hoje.

5 - Morreu Perilo Júnior, que trabalhava no Gabinete Civil desde a primeira gestão da prefeita Rosalba Ciarlini, em 1989. Tinha 56 anos. Sepultado em Fortaleza, nesta segunda-feira, 13.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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