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Postado às 09h15 | 22 Mai 2019 | Coluna César Santos - 22 de maio

Crédito da foto: Arquivo Estação das Artes Elizeu Ventania fica lotada em noite de shows

22 ANOS DO MOSSORÓ CIDADE JUNINA

Nesta data, em 1997, a prefeita Rosalba Ciarlini (PP), no primeiro ano do seu segundo mandato na Prefeitura de Mossoró, lançava o projeto Mossoró Cidade Junina. Naquela noite, no Teatro Lauro Monte Filho, diante de representantes de grupos culturais, Rosalba vaticinou que estava plantando uma semente que se tornaria algo maior no futuro, do ponto de vista cultural e econômico. Poucos entenderam. Houve quem criticasse, dizendo que, ao invés de construir casas, postos de saúde e escolas, a prefeita estava jogando dinheiro fora com festa.

Poucos tiveram a visão de futuro; poucos entenderam que o projeto Cidade Junina elevaria Mossoró a um patamar bem acima de outras cidades do seu porte. O projeto se baseava em duas correntes: 1 – resgatar e valorizar as expressões culturais da cidade; 2 – transformar o evento em um dos vetores da economia local, potencializando pelo turismo.

No primeiro ano, o Mossoró Cidade Junina colocou dentro da Estação das Artes Elizeu Ventania todos os festejos que eram realizados nos bairros. Os arraiás se concentraram em um só projeto, formando a base necessária para que o MCJ se sustentasse na ideia central e, por consequência, crescesse ano a ano.

Foi o que aconteceu. O Cidade Junina logo se espalhou pelo Corredor Cultural, ao longo da Avenida Rio Branco, e ganhou subprojetos importantes que valorizaram a arte e os artistas locais, com destaque para o espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró, que narra o feito heroico do povo mossoroense de resistir e expulsar o bando do cangaceiro Lampião. No adro da centenária capela de São Vicente, artistas locais contam como foi aquele 13 de junho de 1927.

Entre os anos de 2005 e 2012, o Cidade Junina experimentou o seu maior crescimento e chegou a desenvolver 28 subprojetos, transformando o MCJ no são-joão mais cultural do Brasil. Ao longo do mês de junho e distribuído por todo o Corredor Cultural, cresceram atividades como Festival de Quadrilhas Juninas (Arena Deodete Dias), Festival de Humor, de Repentistas, de Sanfoneiros, Burro-Táxi, Fórmula Jegue, Brinquedos e Brincadeiras (para crianças), Tapera Junina, Cidadela Junina, Seminário do Cangaço, além dos grandes shows na Estação das Artes e das apresentações no palco do Chuva de Balas no País de Mossoró. Mais recentemente, o MCJ ganhou o “Pingo da Mei Dia”, considerado o maior comboio junino do país, e o “Boca da Noite”, que encerra a festa no finalzinho de junho.

Houve uma queda na qualidade da festa entre 2014 e 2016, quando a gestão do ex-prefeito Silveira Júnior, que tinha como secretária da Cultura a atual deputada estadual Isolda Dantas (PT), fez desaparecer quase uma dezena dos subprojetos e quase acabou com o tradicional Festival de Quadrilhas Juninas.

Agora, há uma sinalização de recuperação da imagem e do prestígio do Mossoró Cidade Junina. O evento ganha melhor organização, melhor estrutura e volta a apostar na ideia do são-joão mais cultural do Brasil.

É certeza que a semente plantada há 22 anos oferece os bons frutos projetados por quem idealizou o projeto. O cenário favorável comprova isso. Observe o fator econômico, inserido e bem localizado no contexto do Cidade Junina. Pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), tomando por base a edição de 2018, mostra que, para cada R$ 1,00 investido no MCJ, o Município recebe R$ 4,00 de volta. Ou seja, faz girar a roda econômica local, beneficiando desde o grande empresário até o pequeno comerciante. A previsão é que a edição de 2019 supere todos os resultados das edições anteriores.

Que bom que o Mossoró Cidade Junina chega aos 22 anos, completados nesta quarta-feira, com a sua essência preservada, mas cheia de disposição de se tornar ainda maior.

 

FRASE

"Mossoró Cidade Junina valoriza a nossa cultura, mas também gera emprego e renda."

ROSALBA CIARLINI – Prefeita de Mossoró, sobre o evento criado em 1997, na sua segunda gestão na Prefeitura.

 

MILITANTE NEGRA

 A filósofa, escritora e militante negra Djamila Ribeiro fará palestra em Mossoró no dia 5 de junho. Conhecida na mídia por abordar o feminismo negro, Djamila fará abertura do Congresso Científico organizado pela UnP, ao lado do cantor e compositor Dorgival Dantas, que apresentará ao público a sua música e sua história. O congresso será aberto ao público no campus local da UnP.

 

SEM ESTOQUE

 A direção do Hospital Walfredo Gurgel (HWG) está pedindo socorro ao Governo do Estado. O maior pronto-socorro do Rio Grande do Norte tem pouca comida para pacientes, acompanhantes e servidores. As empresas fornecedoras reduziram a prestação de serviço, reclamando que em 2019 ainda não viram a cor do dinheiro. Dívidas acumuladas vêm desde 2018. É grave.

 

CANASTRA REAL

 A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RN decidiu por nova prisão da ex-chefe da presidência de Assembleia Legislativa Ana Augusta Simas. Ela é acusada de ter comandado esquema criminoso de desvio de recursos através de "funcionários fantasmas". Ana Simas foi alcançada pela Operação Canastra Real, detonada em 2018.

 

MARACUJINA

 A prisão de Ana Simas faz aumentar o consumo de maracujina nos bastidores da turma de gravata. Se ela abrir a boca, a "Canastra Real" baterá o jogo de paciência que busca os cabeças dos "fantasmas" da Assembleia.

 

NADA DE NOVO

 A governadora Fátima Bezerra (PT) repetiu em Mossoró, nesta terça-feira, 21, que vai anunciar o calendário de pagamento dos salários de 2019. Quando? A governadora não soube precisar. E o calendário dos salários atrasados? Fátima também optou pelo silêncio.

 

VALE TUDO

 A turma do "deixa disso" evitou a troca de socos entre os vereadores Rondinelli Carlos (PMN) e Ráerio Cabeça (PRB). O primeiro partiu para cima do segundo quando foi acusado de ter se vendido ao governo. Clima tenso, que não ajuda em nada a imagem da Câmara Municipal.

 

 É NOTÍCIA

1 - Nesta data, em 1990, o presidente Fernando Collor de Mello demitia 20 mil funcionários da Rede Ferroviária Federal. Era o início do fim da RFFSA e do transporte ferroviário do país.

2 - O Enem registrou 143.880 inscritos no Rio Grande do Norte. No Brasil, foram 6.384.957 de inscritos. Os participantes têm até esta quinta-feira, 23, para pagar a taxa de R$ 85,00. As provas serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro.

3 - Mais de 530 obras com recursos federais estão paralisadas ou inacabadas no Rio Grande do Norte. Recursos da ordem de R$ 2,2 bilhões. Desperdício de dinheiro que castiga a todos.

4 - Apenas 63,4% do público-alvo se vacinou contra a gripe em todo o país, um total de 37,7 milhões de pessoas. Estamos a duas semanas do fim da campanha de vacinação. É preocupante.

5 - Governadores de 13 Estados e do Distrito Federal assinaram carta contra o decreto de armas editado pelo presidente Jair Bolsonaro. Fátima Bezerra (PT) colocou assinatura no documento.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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