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Postado às 13h15 | 03 Fev 2018 | Redação Morre em São Paulo, aos 85 anos, o ator Oswaldo Loureiro. Ele tinha Alzheimer

Crédito da foto: Divulgação O ator Oswaldo Loureiro em cena da peça "Cmo matar um playboy", em 1998

O ator e diretor Oswaldo Loureiro Filho morreu neste sábado, em São Paulo, aos 85 anos. Com carreira no teatro, no cinema e na TV, ele fez mais de 140 peças e atuou em mais de 20 novelas da TV Globo, entre elas sucessos como "Sangue e areia" (1968) e "Véu de noiva" (1969), de Janete Clair, "Roque Santeiro" (1985), de Dias Gomes, e "Que Rei sou Eu?" (1989), de Cassiano Gabus Mendes, entre outras. O ator sofria de Alzheimer.

Oswaldo Loureiro nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1932. Iniciou a sua carreira artística ainda criança, aos 12 anos, quando atuou em filmes como "O Brasileiro João de Souza", "É proibido sonhar" e "Romance proibido", todos realizados em 1944.

Filho de artistas — a mãe era cantora lírica e o pai era jornalista e ator —, Oswaldo se decidiu mesmo pela carreira teatral nos anos 1950, quando ingressou na companhia de Henriette Morineau e estreou na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, em 1955. Em entrevista para o Jornal Hoje, em 1979, ele se disse muito orgulhoso por ter começado no teatro profissional em uma peça de Nelson Rodrigues:

“Vestido de Noiva era um clássico da dramaturgia brasileira, que o Nelson Rodrigues conseguiu fazer possivelmente a peça mais importante do nosso teatro, o que para mim foi uma sorte muito grande”.

O ator voltaria a se encontrar com a dramaturgia de Nelson em mais duas oportunidades, em 1961, em uma montagem para "Beijo no asfalto", com direção de Fernando Torres e cenário de Gianni Ratto, e em 1962, em "Oto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária", com direção de Martim Gonçalves.

Em 1956, integrou o elenco de "Otelo", de William Shakespeare, pela Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), com direção de Adolfo Celi. Já nos anos 1960 atuou em espetáculos como "A Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht, e "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar.

Em 1964, estreou na TV em "O direito de nascer", da TV Tupi. Em 1968, Oswaldo integrou uma das primeiras turmas de atores da TV Globo. Começou interpretando o ranzinza Antônio, em "Sangue e areia", de Janette Clair, trabalho seguido pelo mecânico Chico, em "Véu de noiva", da mesma autora.

Nos anos 1970, o ator interpretou importantes papeis no teatro, como o Ceronte de "Gota D’água" (1975), de Chico Buarque e Paulo Pontes, em que contracenava com Bibi Ferreira; e também em peças como "A longa noite de Cristal" (1976), de Vianinha; e "Dois perdidos numa noite suja" (1977), de Plínio Marcos.

LUTA SINDICAL

Nos anos 1980, engajou-se na luta sindical pelo reconhecimento da profissão de ator e em defesa da liberdade de expressão, chegando a presidir o Sindicato dos Artistas.

Durante os momentos finais da ditadura, em 1983, defendeu a manutenção em cartaz da peça "Vargas", afirmando publicamente que a situação era um boicote político. Na época, o musical escrito por Dias Gomes e Ferreira Gullar levara milhares de pessoas ao teatro. Naquele ano, Oswaldo também ganhou o troféu Mambembe de Melhor Ator, pela atuação na comédia "Motel Paradiso", onde interpretava um banqueiro inescrupuloso, dirigido por Juca de Oliveira.

Fonte: O Globo

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