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Postado às 09h45 | 01 Nov 2017 | Redação Dependência do dinheiro público colabora para acabar com o futebol

Crédito da foto: Allan Phablo Clássico Potiba disputado no Campeonato Estadual 2017 de baixo nível e posição na tabela vergonhosa

Por César Santos

Está se aproximando a temporada 2018 e, como sempre faz, as diretorias do Potiguar e do Baraúnas começam com a ladainha de que se a Prefeitura não colocar dinheiro público no futebol privado, os clube não disputarão o Campeonato Estadual.

Pressão, que em anos anteriores funcionaram. Neste ano, é improvável.

Por dois motivos bem simples de entendimento:

1 – O município não tem dinheiro para bancar clube de futebol; a crise financeira é uma das piores de todos os tempos;

2 – O Ministério Público Estadual (MPRN) já recomendou à Prefeitura a não transferir recursos públicos para os clubes, que são privados, sob pena de cometer crime de responsabilidade.

Daí, pergunta-se: a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) vai correr o risco, bancar a sua própria degola?

É improvável.

O fato é que os clubes de futebol de Mossoró não funcionam como clubes.

A Associação Cultural Desportiva Potiguar (ACDP) está fechada há anos, desde que a elite mossoroense, dona do clube e de seu patrimônio, virou as costas.

A Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas perdeu o seu patrimônio, rico, que se diga, por falta de organização e pela esperteza de alguns poucos. Seus terrenos, ao longo da margem da BR-304 (Complexo Viário Abolição) foram fatiados e vendidos por terceiros. O dinheiro nunca entrou no cofre do clube. Aliás, esse escândalo deveria provocar o MPRN para uma investigação profunda.

A Toca do Leão, terreno de alto valor, comprado na década de 80, na gestão do ex-presidente Evaristo Nogueira, hoje pertence à Associação do Sítio Florânia, criada por pessoas que se aproximaram do Baraúnas e que hoje são donos do patrimônio, sem nenhum centavo transferido para a conta do clube tricolor.

Esses são apenas alguns dos exemplos da desorganização de Potiguar e Baraúnas, clubes com mais de cinco décadas de existência, mas que sequer têm um campo para treinar. Aliás, viraram times amadores, que se formam uma vez por ano para disputar um campeonato, sem qualquer proposta séria ou que venham a valorizar o futebol.

Querer que o dinheiro público banque isso é um absurdo. Pior: é uma afronta à legalidade e às instituições responsáveis pelo controle do bem público.

Então, que o Ministério Público fique de olho para impedir que a Prefeitura distribua dinheiro público para clubes privados.

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