Quinta-Feira, 25 de abril de 2024

Postado às 08h30 | 21 Jun 2018 | Redação MPPB denuncia 17 envolvidos no esquema criminoso de manipulação de jogos

Crédito da foto: Reprodução Os envolvidos são acusados de praticar vários crimes para manipular resultados de jogos

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou à 4ª Vara Criminal de João Pessoa 17 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa no âmbito dos órgãos e instituições que desempenhavam os principais papéis no gerenciamento do futebol paraibano. A informação consta no site do órgão estadual.

De acordo com o MPPB, elas são acusadas de praticar vários crimes para manipular resultados de jogos, beneficiando, com isso, dirigentes de times, funcionários da Federação Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol e do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF). O Ministério Público também pugnou pela destituição de todos os réus que ocupem cargos nas entidades, na FPF, na Comissão de Árbitros e no TJDF.

As investigações tiveram origem em um inquérito instaurado pela Delegacia de Defraudações (DDF) de João Pessoa, sobre supostos desvios de valores nas prestações de contas da FPF. De acordo com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPPB, o controle e a manipulação de jogos e resultados se dava há pelo menos dez anos por parte de dirigentes da FPF, de integrantes da Comissão de Árbitros, além da participação da presidência e da procuradoria do TJDF. Nesse período, várias denúncias foram arquivadas, sem que tivessem sido apuradas. O objetivo principal da organização era obter vantagens econômica, política e associativa.

Os 17 denunciados pelo MPPB incorreram nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes contra o futebol (Estatuto do Torcedor).

O esquema

As investigações apontam que a Orcrim se dividiu em núcleos (gestores/líderes, supervisores e logística), com atribuições distintas. Após praticar os crimes principais (manipulações dos resultados das partidas de futebol), utilizavam-se de influência política e social, para praticar diversos outros delitos subsidiários, que eram imprescindíveis para o sucesso da empreitada criminosa, como a utilização de documentos falsos, a intimidação de testemunhas, a ocultação e destruição de provas, entre outros. Os resultados dessas ações geravam elevados desvios econômicos, prejuízos financeiros e prejuízos que também atingiam a esfera moral da sociedade, com o descrédito no futebol paraibano.

A manipulação dos resultados das partidas de futebol se dava através de fraudes nos sorteios dos árbitros escalados, direcionando os juízes que integravam a Orcrim para atuarem nas partidas cujos resultados interessavam ao grupo criminoso. As fraudes também ocorriam durante a arbitragem dos jogos para beneficiar algumas equipes.

Confira a denúncia na íntegra, clicando aqui.

Os denunciados
1. Amadeu Rodrigues da Silva Júnior (presidente da FPF)
2. Breno Morais Almeida (vice-presidente de futebol do Botafogo/PB)
3. Leonaldo dos Santos Silva (presidente do TJDF-PB)
4. Marinaldo Roberto de Barros (procurador do TJDF-PB)
5. José Renato Albuquerque Soares (ex-presidente da Comissão de Arbitragem da FPF)
6. Severino José de Lemos (membro da Comissão de Arbitragem da FPF)
7. Genildo Januário da Silva (vice-presidente do Sindicato de Árbitros da Paraíba)
8. Adeilson Carmo Sales de Souza (atuou na Comissão de Arbitragem)
9. Antônio Carlos da Rocha (árbitro)
10. Antônio Umbelino de Santana (árbitro)
11. Eder Caxias Meneses (árbitro)
12. Francisco de Assis da Costa Santiago (árbitro)
13. João Bosco Sátiro da Nóbrega (árbitro)
14. José Maria de Lucena Netto (árbitro)
15. Tarcísio José de Souza (árbitro)
16. Josiel Ferreira da Silva (árbitro)
17. José Araújo da Penha (funcionário da FPF)

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