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Postado às 09h30 | 20 Mar 2018 | Redação RN poderia ter evitado quase 18 mil acidentes de trabalho, aponta levantamento

Crédito da foto: EBC/Arquivo Em 2012 foram 3.722 notificações de acidentes, contra 1.941 em 2017

Dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, desenvolvido Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que o Rio Grande do Norte poderia ter evitado quase 18 mil acidentes de trabalho entre 2012 e 2017. O número foi publicado no site do Tribunal Regional do Trabalho.

Segundo o levantamento, o estado registrou quase 18 mil pedidos auxílios-doença por acidente do trabalho (B91) no período. Os pedidos provocaram um impacto financeiro nos cofres da Previdência Social superior a R$ 184 milhões.

"Esses números somente se somam ao alerta que a Justiça do Trabalho vem fazendo desde a implementação do Programa Trabalho Seguro, em 2012, sobre a necessidade de prevenção aos acidentes de Trabalho", na avaliação da juíza do trabalho Simone Jalil.

"Em 2012 foram 3.722 notificações de acidentes, contra 1.941 em 2017. As notificações de morte decorrentes de acidentes de trabalho, a redução não foi expressiva, passando de 22 em 2012 para 20 em 2017", contabiliza a juíza.

Ainda de acordo com a pesquisa, os setores econômicos com maior número de afastamentos no Rio Grande do Norte são o setor de confecção de roupas seguida da construção civil.

Em terceiro lugar nesse ranking do adoecimento de trabalhadores ficou a administração pública, seguida do comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados e supermercados.

Para a coordenadora regional do programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Norte, os números assustam e são inaceitáveis, considerando que a maioria dos acidentes pode ser evitado.

"Os empregadores devem tomar medidas que evitem o acidente e que impeçam o adoecimento do trabalhador", defende Simone Jalil.

Por outro lado, observa a juíza, "as Normas Regulamentadoras se encontram desatualizadas, deixando lacunas importantes sobre as novas formas de trabalho e precisam ser revisadas".

Para a coordenadora do programa Trabalho Seguro no RN, evitar acidentes de trabalho é possível por meio da conscientização e da prevenção, "o que somente ratifica a necessidade de uma política pública mais efetiva para evitar a morte do trabalhador".

"Acidente não é uma fatalidade. É importante conscientizar o empresariado e os trabalhadores para o cumprimento das normas de proteção contra os riscos de doenças e acidentes, o uso adequado dos EPI''s e a cobrança de um meio ambiente de trabalho saudável", finalizou Simone Jalil.

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