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Postado às 11h30 | 18 Mai 2018 | Redação Morre o padre Raimundo Osvaldo, ex-prefeito do município de Luís Gomes

Crédito da foto: Reprodução Padre Osvaldo foi prefeito da cidade de Luís Gomes

A Diocese de Santa Luzia de Mossoró, na pessoa do seu Bispo Diocesano, Dom Mariano Manzana, comunica, com profundo pesar, o falecimento do Padre Raimundo Osvaldo da Rocha (91), ocorrido na manhã desta sexta-feira,18, na UTI do hospital Santa Terezinha, em Souza PB.

O corpo de Padre Osvaldo será velado na Matriz de Senhora Santana, em Luis Gomes, e o seu sepultamento neste domingo, dia 20, às 15h, após a Celebração das Exéquias presidida pelo Bispo Diocesano Dom Mariano Manzana.

Padre Osvaldo será sepultado no cemitério da cidade.

A Diocese de Mossoró, profundamente agradecida pela sua dedicação e ao mesmo tempo que reza por este seu filho, se solidariza com todos aqueles que conheceram e conviveram com o Padre Osvaldo. Particular afeto e solidariedade manifesta aos seus familiares e amigos. Que Maria, Virgem da Vitória, interceda junto ao seu Filho Jesus pelo repouso eterno deste nosso irmão.

Dom Mariano Manzana

 

HISTÓRIA

Em dezembro de 2007, no Jubileu de Ouro do padre Osvaldo, que foi o maior prefeito do município de Luís Gomes, no Alto Oeste potiguar, Alguiberto Morais escreveu sobre a história do religioso. Leia:

“Uma história de sacrifício e dedicação a serviço da igreja e do povo que ele tomou como família. Assim podem ser contados os 50 anos vida religiosa do padre Raimundo Osvaldo Rocha, que hoje comemora seus 50 anos de sacerdócio.

Pe. Osvaldo, como é conhecido em todo o Estado do Rio Grande do Norte, nasceu no dia 4 de agosto de 1930, em Mutambeira, distrito de Santana do Acaraú/CE.

Ainda jovem e recém-ordenado, chegou ao município de Luís Gomes no dia 22 de dezembro de 1960, três anos após a sua ordenação e realização da sua primeira missa, que aconteceu no dia 29 de dezembro de 1957, em sua terra natal Mutambeira.

Paralelamente à sua formação religiosa, Pe. Osvaldo dedicou-se por muitos anos como professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, UERN, e como diretor do Colégio Comercial Luís Gomes, fundado por ele e que hoje leva o seu nome, como uma forma do povo luísgomense retribuir uma das obras mais importante que ele trouxe ao município, sendo também a que ele mais tem orgulho de ter conseguido para o povo da terra que ele pretende permanecer até os dias finais de sua vida.

Além de exercer estas funções, religiosa e pedagógica, o reverendo ainda arrumou tempo para administrar a cidade de Luís Gomes por três mandatos, destacando-se como um dos melhores prefeitos do Estado. Trabalhou em prol dos mais pobres e dos mais necessitados durante quatorze anos, erguendo várias obras de grande relevância para o povo luísgomense, como o açude público Dona Lulu Pinto, um ícone de sua administração. Sem falar nas inúmeras obras que foram trazidas por ele durante os quatorze anos que ficou à frente da prefeitura. Porém, a vocação missionária é que tomou a maior parte do seu tempo.

Para o ex-prefeito Agnaldo Fernandes Dantas, o Pe. Osvaldo além de ser um grande evangelizador e um grande administrador, é também seu segundo pai. “Tenho o Pe. Osvaldo como meu segundo pai, pois foi ele que me deu todas as oportunidades de vida que tenho hoje”, comentou.

Hoje, com seus 77 anos de vida, Pe. Osvaldo encontra-se trabalhando diariamente, exercendo o papel de padre auxiliar da matriz de Senhora Santana, onde celebra missas, casamentos e batizados por toda as comunidades que fazem parte da Paróquia de Senhora Santana.

Para comemorar os 50 anos sacerdotal, a Diocese de Santa Luzia de Mossoró, a Paróquia de Senhora Santana e o povo de Luís Gomes, vai realizar neste sábado, 22 de dezembro, uma grande festa religiosa.

Em contato com o homenageado, ele falou de tudo um pouco. Disse que nestes 50 anos de vida servindo a Deus, sempre procurou fazer o melhor, orientando os fiéis nas horas mais difíceis de suas vidas, pois é o papel de um sacerdócio na comunidade onde escolheu para viver.

Sobre a satisfação de viver em Luís Gomes, uma cidade longe do seu torrão natal, ele disse que se sente como um filho da terra. Apesar de não ter nenhum parente residindo nesta cidade. Disse também que é um homem muito alegre e satisfeito e considera a todos como irmãos.

No quesito amizade, ele disse que faz o que pode pra ajudar a todos os que o procuram, do mais rico ao mais pobre. “Hoje tenho orgulho de viver quase 50 anos numa cidade e não ter um único inimigo, nem mesmo político”, destacou.

Perguntado sobre o que acha da terra que escolheu pra viver durante estes 50 anos como padre, ele foi muito breve na resposta. Disse que para provar o quanto ele gosta de Luís Gomes, já pediu para alguns amigos próximos, que na sua morte quer ser sepultado em território luísgomense.

Para falar um pouco do homem que dedicou toda sua vida ao povo de Luís Gomes, fomos a procura da sra. Maria Aparecida Fernandes Pascoal, Dona Cidinha, uma luísgomense que reside na capital da Paraíba, mas que veio até Luís Gomes neste final de semana para comemorar os 50 anos de sacerdócio de Pe. Osvaldo.

Esta nos falou que Pe. Osvaldo representa uma figura de maior valor para o povo luísgomense e como educador ela disse que o vigário sobressai-se pela fundação do colégio, um marco do empreendimento exercido por ele, pois o valor de um povo está no grau de cultura que lhe é oferecido.

Na política, Dona Cidinha disse que Pe. Osvaldo administrou a cidade por três mandatos e “fez política com o P maiúsculo, dedicando-se a causa dos mais necessitados fazendo o bem sem olhar a quem. Fazendo tal qual Moisés, o pastor das almas”.

Perguntada o que ela está sentindo neste momento de visita a cidade de Luís Gomes, Dona Cidinha disse: “Voltar a Luís Gomes para mim, é o que tenho de melhor na minha vida, pois é aqui que revejo meus amigos e conterrâneos e, sendo para homenagear meu grande amigo Pe. Osvaldo, a satisfação é maior ainda”.

Para o ex-sacristão, ex-motorista e ex-secretário, Antonio de Pádua, o Pe. Osvaldo foi uma figura de fundamental importância para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de Luís Gomes.”

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