Quarta-Feira, 24 de abril de 2024

Postado às 09h15 | 20 Jun 2018 | Redação Singás-RN pede apoio do Governo do Estado para garantir abastecimento

Crédito da foto: Gazeta RS Faltam botijões de gás em todos os municípios do RN, segundo informação do Singás-RN

O Rio Grande do Norte começa a sentir os impactos do desabastecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de GLP (SINGÁS-RN), Francisco Correia, que participou ontem (19) de uma audiência na Procuradoria-Geral do Estado e na assessoria do Governo, disse que já falta GLP em todos os 167 municípios do RN.

Segundo ele, a Procuradoria Geral do Estado e o Governo do Estado prometeram convocar a Petrobras para prestar esclarecimento sobre a redução da produção de gás no estado.

ABASTECIMENTO DE GÁS

Ainda segundo ele, atualmente os 167 municípios potiguares convivem com a falta do gás. “Estamos à beira de um colapso. A situação é crítica, e as autoridades precisam tomar uma providência”, disse Francisco Correia, em contato com a reportagem do DE FATO.

Ele disse que a quantidade de gás que atualmente chega ao estado potiguar só consegue abastecer a metade da demanda exigida. “O pior de tudo é que nós produzimos gás e não temos gás para atender a demanda. A Petrobras reduziu a oferta e prejudicou o mercado. Para se ter uma ideia, antes nós mandávamos mil botijões para a cidade de Canguaretama por semana. Agora, nós mandamos 100”, revela o presidente do Singás.

Ele acrescenta que a Petrobras produz hoje na Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, 50% do gás de cozinha demandado pelo Rio Grande do Norte. Os outros 50% são divididos entre o Ceará e Pernambuco. “Mas os navios que levam o gás a Fortaleza estão atrasando, e eles pararam de nos mandar. Em Pernambuco, o Ministério Público entrou com uma ação com relação ao desabastecimento deles, e o estado pernambucano também não está mais enviando o gás para o RN”, explica.

Francisco Correia diz que a expectativa é que a Petrobras possa voltar a assegurar um volume de produção de GLP, que possa atender à demanda da RN. Para ele, só o retorno da quantidade anterior de gás oferecido poderá impedir que o Estado fique definitivamente sem gás.

Segundo o Singás, a produção começou a diminuir nos últimos quatro anos, até atingir os atuais 50%.

 

Petrobras nega redução da oferta de gás para revendedores

O Singás informa que no Rio Grande do Norte existem atualmente 800 revendedores de gás, o que garante uma comercialização diária de 38 mil botijões.

Ele acrescenta que, atualmente, 80% das revendedoras estão fechadas. Na loja em que Francisco Correia é proprietário, seus funcionários estão em casa porque, segundo ele, não há sentido mantê-los nos postos de trabalho. São cerca de 130 pessoas que colaboram, mas que no momento estão liberadas.

Sua expectativa é que possa receber mais um carregamento nesta quarta-feira (20). O sindicalista declara que diariamente recebia 3 mil unidades do produto, o que somava 15 mil semanalmente, e na última semana chegaram apenas 800 botijões para o estoque.

Através de nota, a Petrobras alegou que a venda de gás de cozinha está acima do volume contratado com as distribuidoras para o mês de junho. “Além disso, frisamos que o estoque da Petrobras desse produto no país se encontra em nível confortável”, diz a nota.

A estatal afirmou também que a sua produção do gás no estado é “historicamente inferior” às vendas das distribuidoras no RN, conforme consumo aparente publicado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Assim, a Petrobras confirmou que, regularmente, parte do gás de cozinha vendido para a população potiguar é oriunda de instalações da Petrobras fora do Rio Grande do Norte.

A Petrobras informou ainda que a produção de petróleo e gás natural (LGN) em maio no RN foi de 2,67 barris.

A produção nacional, já excluída a produção de liquefeito, foi de 81 milhões de metros cúbicos.

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