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Postado às 08h15 | 23 Fev 2019 | Redação Semiárido potiguar deverá ter chuvas dentro da média

Prognóstico foi apontado por meteorologistas do Nordeste após reunião climática realizada na sede da Emparn, em Natal. No Rio Grande do Norte, 92% do território é semiárido; engloba as regiões Central, Oeste e quase toda região Agreste

Crédito da foto: Marcos Garcia Previsão de que vai chover na média é bom prognóstico diante de anos de seca

Meteorologistas do Nordeste e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) divulgaram nesta sexta, 22, o resultado das discussões e análises realizadas durante toda a quinta-feira, 21, na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN). Para o semiárido potiguar, que abrange as regiões Central, Oeste e boa parte do Agreste, o volume de chuva deve ficar dentro da média, para o trimestre março, abril e maio.

A análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da superfície do mar, entre outros) e dos resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do Brasil (Funceme, Inmet, CPTEC/Inpe) e do exterior indicou que no período de março, abril e maio de 2019 na região Nordeste do Brasil as chuvas deverão ocorrer próximo da média climatológica.

No Rio Grande do Norte, 92% do território é semiárido; engloba as regiões Central, Oeste e quase toda região Agreste. Portanto, saber como será o inverno é importante porque interfere diretamente em vários setores da economia, como agricultura, agropecuária e também no abastecimento de água.

De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, da Emparn, durante a reunião climática, “foi observado que no Oceano Pacífico Equatorial há a continuidade do fenômeno El Niño com intensidade fraca, mas ocupando uma grande área na superfície desse oceano. A permanência dessa condição vem ocorrendo de acordo com os resultados dos modelos de previsão de anomalia de TSM e projetam que essa condição permanecerá nos próximos meses”.

Os meteorologistas também observaram que o Oceano Atlântico Sul, em média, se manteve mais aquecido que a parte norte desse oceano. Essa condição termodinâmica no comportamento do Oceano Atlântico é necessária para que ocorra o deslocamento e a manutenção da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT- principal sistema meteorológico causador das chuvas no Norte do Nordeste no período de fevereiro a maio), para posições mais ao sul da Linha do Equador, favorecendo assim, a ocorrência de chuvas regulares sobre a região Nordeste durante o período de março a maio de 2019.

Na reunião climática de janeiro, em Fortaleza (CE), a previsão foi de chuvas na média até acima da média para os meses de fevereiro, março e abril. E vem chovendo bem: desde o início de fevereiro, até esta sexta, 22, já são 105 municípios com volume acumulado de chuvas de normal a acima do normal, o que para os meteorologistas já caracteriza o início do período chuvoso no sertão potiguar.

Participaram da elaboração desse prognóstico para o período chuvoso no semiárido nordestino representantes da Emparn, Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Agência Executiva de Águas do Estado da Paraíba (AESA), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), CPTEC/Inpe e Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

A previsão de que vai chover na média já é bom prognóstico diante de um cenário de anos de seca, situação que melhorou um pouco no ano passado quando a média de chuva no estado ficou apenas 7% abaixo da média. Bem diferente dos anos anteriores de 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, que foram secos e choveu bem abaixo da média.

 

Região Leste deve concentrar maior volume de chuvas

Para os meses de março, abril e maio, a região Leste potiguar deve registrar, conforme o resultado apresentado na reunião climática realizada na Emparn, o maior volume de chuvas do estado: 533,8 milímetros. Em seguida, vem a região Oeste, com 479,2 mm; Central (378,3 mm) e Agreste (343,2 mm).

A previsão entusiasma, uma vez que no período de 2012 a 2017, o volume de chuvas ficou em 35,9%, abaixo da média para o estado, que é de 758,3 milímetros no período de janeiro a julho. Destaque para o ano de 2012, que choveu apenas 378,6 mm, volume que ficou 53,4% abaixo da média.

O ano de 2018 apresentou um comportamento pluviométrico melhor, mesmo com algumas microrregiões registrando chuva abaixo da média do volume normal para o período. No balanço para o estado, o acumulado entre os meses de janeiro a julho de 2018 ficou em 734,6 mm, um volume bem próximo da média esperada que é de 758,3 mm.

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