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Postado às 10h15 | 23 Mai 2019 | Redação No vermelho: Porto de Natal gera prejuízo de R$ 300 milhões

Crédito da foto: Divulgação/PF As constantes apreensões de cocaína no Porto de Natal têm sido um dos gargalos enfrentados pela dire

Em entrevista ao programa Hora Extra da Notícia (91.9 FM), o diretor-presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN), almirante Elis Treidler Öberg, revelou que a Companhia acumula um prejuízo que gira em torno de R$ 300 milhões.

A Codern tem registrado nos últimos dois anos uma série de problemas que vão desde embargos causados por problemas estruturais, falta de equipamento e apreensões de toneladas de drogas. Somadas, as apreensões de fevereiro e outras realizadas pela polícia holandesa desde outubro do ano passado chegaram a 10 toneladas de cocaína. Diante de tudo isso, existe ainda a ameaça de privatização desde o começo do ano, para o Porto de Natal passa por mudanças que visam a dar um “choque de gestão” na Codern.

Segundo Elis Treidler Öberg, o principal objetivo dessa modernização é sanear as contas da empresa, que hoje tem um passivo que gira em torno de R$ 300 milhões.

Ao revelar o número, o almirante disse não querer analisar “decisões e dificuldades” das diretorias passadas, mas ressaltou que hoje a situação da Codern é de um fluxo de caixa negativo.

“Há um passivo expressivo que beira R$ 250 milhões a R$ 300 milhões a ser saldado, então isso tudo implica numa melhoria profunda, num choque de gestão na parte de administração e finanças da empresa”, disse o almirante.

Elis Öberg assumiu a presidência da Codern em 22 de fevereiro deste ano. A estimativa dada por ele é que em meados de novembro próximo, a empresa consiga atingir o equilíbrio financeiro para começar a investir em ações consideradas necessárias para o porto de Natal.

Scanner disponível é obsoleto e não resolve o problema

Um dos principais equipamentos previstos para estancar o tráfico internacional de drogas através do porto de Natal seria a utilização de um scanner que estaria “encaixotado” no Porto de Natal, conforme revelou o secretário de Agricultura e Pecuária do RN, Guilherme Saldanha, também em entrevista ao Hora Extra da Notícia. O presidente esclarece que o equipamento é “obsoleto”, precisa de reparos e não atende à necessidade de verificação de cargas para a identificação de drogas.

O equipamento, segundo o presidente, não é compatível com uma resolução de 2014, da Receita Federal, que estabelece as especificações que um scanner portuário deve ter.

Apesar disso, o diretor-presidente solicitou à Receita Federal o reparo do scanner para usá-lo no Porto de Natal “como um instrumento de ensino”, para definir com antecedência os procedimentos que serão usados quando a Codern adquirir o scanner definitivo.

“No que tange ao scanner definitivo, é uma aquisição cara, gira em torno de R$ 11 milhões e o que nós estamos fazendo é buscando parcerias com os atores envolvidos nas exportações de cargas, os fruticultores, operadores portuários, os armadores, no sentido de se obter uma parceria que possibilite a obtenção desse scanner adequado para o porto”, pontua o diretor-presidente.

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