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Postado às 09h45 | 20 Jul 2017 | Redação Produção de petróleo e gás no RN diminui quase 18% em um ano, aponta ANP

Crédito da foto: Marcos Garcia O secretário-geral do Sindipetro, Pedro Lúcio, diz que há uma redução programática da Petrobras no R

O último levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) revelou que a produção de petróleo e gás no Rio Grande do Norte teve uma acentuada queda. Conforme dados publicados na edição do último dia 3 de julho do boletim mensal da ANP, o volume extraído do território potiguar no mês de maio/17 foi de apenas 52.460 barris de óleo equivalente por dia (boe/d).

Segundo a ANP, a diminuição na produção atingiu 18% nos últimos doze meses. O resultado obtido em maio/17 é 7% inferior àquele extraído no mês anterior (abril/17) e 17,6% menor que os 63.714 boe/d, retirados há um ano, em maio/16.

O secretário-geral do Sindipetro/RN, Pedro Lúcio explica que a queda na produção é devido a redução das atividades da estatal no estado.

“A Petrobras vem reduzindo suas operações aqui (no Rio Grande do Norte) de forma programada há um bom tempo. Hoje nós só temos quatro sondas, mas já tivemos 20 no Nordeste. Tudo isso significa redução da manutenção dos postos na perfuração. Inclusive, em 2015 tivemos um recorde de perfuração na nossa bacia”, e completa.

“Desde 2015 a Petrobras tem um Plano de Negócio e Gestão a saída programática daqui e isso vem se concretizando até esse ponto que estamos vendo de perda de dezoito por cento em um ano. A nossa curva de produção se eu não fizer nada em um ano eu caio dez por cento de produção. Nisso você já tem um dado claro de que, além do abandono das instalações e do abandono da produção aqui, existe também a intenção de reduzir a produção na bacia potiguar e o tamanho da Petrobras aqui. Isso influencia na queda da produção aqui no RN”.

Pedro Lúcio afirma que essa saída programada da estatal do estado resultaria em mais o desemprego e desintegração completa da indústria potiguar. Segundo ele, a indústria potiguar é voltada para, especialmente, o setor de petróleo. “O setor de petróleo aqui no Rio Grande do Norte já respondeu por 47% do PIB industrial. Isso é matar o estado”, sentencia.

O resultado obtido em maio/17 é 7% inferior àquele extraído no mês anterior (abril/17) e 17,6% menor que os 63.714 boe/d, retirados há um ano, em maio/16. Em outras palavras é como se toda a produção atual do campo de Canto do Amaro, um dos maiores do país, situado na região oeste do Estado, tivesse cessado, durante os últimos 12 meses.

O membro do Sindipetro revela que no ano passado houve a menor arrecadação de royalties no Rio Grande do Norte da série histórica e que para 2017 as notícias não nada animadoras. “Em 2016 tivemos a menor arrecadação da série histórica de royalties, que vem desde 1999. Esse ano tende a ser menor ainda. Então é mais dificuldade e falta de verba”.

Nos últimos anos mais de 15 mil postos de trabalhos no setor foram perdidos, revela Pedro Lúcio. “Somente de empregos diretos perdemos mais de 15 mil postos de trabalho. É muita gente que perdeu o emprego. Os empregos indiretos é difícil de calcular. Isso é uma decisão política de focar a saída da Petrobras.

De acordo com o sindicato, o resultado do RN contrasta com o desempenho nacional. Em maio/17, a produção total de petróleo e gás natural no País foi de aproximadamente 3,312 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d).

Tal volume representa um crescimento de 4% em relação a abril/17 e de 6,3% em um ano, quando comparado ao resultado obtido em maio/16.

Ainda segundo a edição de julho do boletim mensal da ANP, a produção do Pré-sal em maio/17, oriunda de 75 poços, foi de 1,572 milhões de boe/d, sendo equivalente a 47,5% de toda a produção nacional.

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