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Postado às 10h15 | 22 Nov 2017 | Redação Política de preços da Petrobras pode levar a demissões no Rio Grande do Norte

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte emitiu nota em que afirma que abrir um posto de combustíveis não é mais uma garantia de lucro. Segundo o sindicato, todo ano 16 postos encerram as atividades

Crédito da foto: Marcos Garcia Em alguns postos, o litro já chega a R$ 4,15

A política de preços adotada pela Petrobras não é motivo de reclamação apenas por parte dos consumidores. Os seguidos reajustes nos preços da gasolina e do diesel estão desagradando até os proprietários de postos de combustíveis.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (SINDIPOSTOS/RN) emitiu nota em que afirma que abrir um posto de combustíveis não é mais uma garantia de lucro.

Segundo o sindicato, todo ano 16 postos encerram as atividades no estado. “A baixa lucratividade, em razão das modificações diárias de preços imputadas pela Petrobras, repassadas imediatamente pelos distribuidores aos postos revendedores de combustível, além das diversas exigências dos órgãos fiscalizadores do setor, revelam que de um total de 596 postos existentes no Rio Grande do Norte, 16 não resistem e encerraram as atividades ano após ano”, destaca a nota.

O Sindipostos/RN critica a nova modalidade imposta pela Petrobras, que alterou o sistema de reajuste da gasolina e diesel, passando a alinhar os preços nacionais segundo a variação do dólar e dos preços do barril de petróleo e seus derivados no mercado internacional, que teria onerado o setor e aumentado as dificuldades de se manter um posto de combustível, “fazendo que os proprietários de postos revendedores reduzam seus custos operacionais ao limite máximo para a operação básica de seus empreendimentos”, acrescenta.

A dificuldade maior, segundo os administradores de postos, é segurar os preços, evitando acompanhar os reajustes da Petrobras.

Diante dessa política de reajuste, os postos já falam na possibilidade de demissões.

“Por enquanto, o revendedor está tendo cautela, está com esperança de que essa política vai mudar e está cortando outras despesas e segurando as demissões. Mas, com certeza, pode chegar a demissões”, alerta Cinthia Liane, administradora de uma rede de postos local.

A expectativa de melhora pelo incremento nas vendas por conta do 13° salário é outro fator que está segurando os postos de trabalho no setor. “Existe essa possibilidade de demissões, mas, de imediato, os postos estão carregando nas costas as consequências dessa política, diminuindo seus lucros para não cair tanto as vendas”, reforça Cinthia.

Em média, as vendas de combustíveis caíram 30% após a implantação da nova política de reajuste, mesmo nos postos que estão segurando os preços e vendendo gasolina, por exemplo, a R$ 3,99 o litro. Em alguns estabelecimentos, o litro já sai por R$ 4,15.

 

Gasolina subiu quase 20% após nova política de reajustes

Implantada em junho deste ano, a nova política de reajustes da Petrobras já elevou o preço da gasolina em quase 20% nas refinarias. Mesmo com duas reduções seguidas, de 1,4% no dia 18 de novembro e de 2,6% hoje, a gasolina acumula alta de 19,34% desde junho. O diesel teve valorização ainda maior nesse período: 24,39%.

Além da incerteza sobre os preços, os empresários reclamam também da alta taxa de impostos aplicada sobre a gasolina. “No Rio Grande do Norte, mais de 50% do valor pago pelo consumidor final no litro da gasolina são impostos. Ainda assim, a população desinformada culpa sempre os postos pelo montante pago na hora de abastecer”, critica o Sindipostos/RN.

O sindicato acrescenta que a revenda está pagando um preço muito alto, com a redução nas vendas de combustíveis, enquanto que “o governo segue seu plano de alcance da meta fiscal, prejudicando os empresários que mais arrecadam impostos no país, e consequentemente o consumidor em geral, que tem rateado essa conta conosco”, reforça.

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