Quinta-Feira, 25 de abril de 2024

Postado às 09h30 | 22 Fev 2018 | Redação Blog do César Santos: divisão enfreaquece greve dos professores da Uern

Crédito da foto: Arquivo Professores da Uern são convocados para assembleia nesta sexta-feira quando a greve será discutida

A greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) caminha para o fim, com risco de a categoria não ter conquistado seu objetivo, que é a atualização dos salários. Há uma divisão entre os docentes, com forte pressão para que o movimento seja interrompido e outras alternativas sejam implementadas para convencer o governo a cumprir o dever de pagar em dia.

Professores da Faculdade de Direito assumiram, de público, a posição pelo fim da greve. Em carta enviada ao reitor Pedro Fernandes, ao sindicato da categoria (Aduern) e a sociedade, os docentes apresentam sugestões e sugerem o fim da greve, que já dura mais de 100 dias.

Leia a carta:

"Estamos em estado de greve há mais de cem dias, motivados pelo legítimo interesse de reivindicar a regularização do pagamento salarial. Todavia, decorrido esse tempo, o Governo não mudou o quadro de atrasos e nem tem demonstrado que o fará a curto prazo, gerando um impasse prejudicial à educação superior no Estado, notadamente à classe discente, que tem ficado órfã do direito constitucional à sua formação profissional, intelectual e crítica.

Embora noutros momentos o instrumento da greve tenha sido eficaz para as conquistas salariais, no momento resta evidenciado que ele não tem se mostrado o mais adequado para conquistarmos os objetivos pautados pelas categorias.

Lembramos aos colegas servidores que vivenciamos um contexto de desvalia e precarização das instituições, não se ignorando um movimento crescente de defensores do Estado mínimo, especialmente no ensino superior.

Aproveitando que o Rio Grande do Norte enfrenta grave crise política e administrativa, esses desestruturadores sociais colocaram indevidamente a UERN em suas “alças de mira”, numa campanha organizada de minimização de sua importância.

É impossível, também, não notar as coincidências entre o caminho da educação e o desenvolvimento das formas de legitimação política moderna. A UERN é um forte elemento de conscientização política da sociedade e de formação profissional, interessando a alguns a sua desmobilização.

Por essa e outras razões, pleiteamos o retorno às atividades acadêmicas, adotando outras posturas combativas em substituição à greve, que ousamos apresentar a seguir:

1 – engajar os alunos e suas famílias na ressignificação da Universidade;

2 – adotar estratégias para ocupação de espaços políticos e decisórios institucionais;

3 – buscar a sustentabilidade econômica da Universidade e a sua viabilização financeira, inclusive mediante a prestação de serviços externos;

4 – retomar a discussão sobre a proposta de autonomia financeira;

5 – promover um conjunto de informações positivas da Universidade (importância econômica, social, cultural), com a construção, divulgação e avaliação de indicadores de eficiência da UERN;

6 – promover seminários regionais temáticos, pontuando as realizações da UERN nos seus 50 anos de existência;

7 – trabalhar com a conscientização política e social sobre o valor da UERN e da própria educação como vetor de desenvolvimento econômico e equalizador social.

Assim, manifestamo-nos pelo RETORNO ÀS ATIVIDADES NA UERN, sem prejuízo da continuidade da luta em defesa dos nossos direitos, mediante novas estratégias.

Mossoró-RN, 20 de fevereiro de 2018.

DOCENTES (FACULDADE DE DIREITO)."

NOTA DO BLOG – Nesta sexta-feira (23) a Aduern comanda mais uma assembleia para avaliar a greve e adotar novas medidas. A sugestão dos professores da Faculdade de Direito, pelo fim da paralisação, será colocada em discussão. A possibilidade de o movimento ser suspenso é bem real, principalmente depois de perder fôlego com o fim da greve dos servidores da saúde, que estavam juntos na luta com os professores da Uern.

Tags:

Greve
Uern
professores
divisão
assembleia
Faculdade de Direito
salários

voltar