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Postado às 11h00 | 23 Mai 2018 | Redação Caminhoneiros voltam a interditam BR 304 em protesto contra aumento do diesel

Crédito da foto: Marcos Garcia O protesto teve início por volta das 8h20 e deve se estender por todo o dia

Pelo segundo dia consecutivo, caminhoneiros interditam parcialmente trecho da BR 304 em Mossoró. A interdição é na entrada do Conjunto Redenção, altura do KM 33 da rodovia federal. Os manifestantes colaram pneus na via e somente uma das faixas de cada lado da pista está liberada para o fluxo de veículos.

O protesto teve início por volta das 8h20 desta quarta-feira, 23, e deve se estender por todo dia, informou o caminhoneiro David Silva Oliveira a reportagem do DE FATO.COM nesta manhã. A manifestação na cidade teve início na tarde desta terça-feira, 22, quando houve o bloqueio.

Segundo David, o trânsito está liberado para ônibus, carros pequenos, ambulâncias e motos. Os veículos movidos a diesel estão sendo parados no local. “Somente os caminhões estão sendo parados para integrar o nosso movimento. Carros pequenos, ônibus, motos e ambulâncias estão sendo liberados para trafegar no local. Pretendemos ficar aqui o dia inteiro para fortalecer o movimento. Precisamos também do apoio da população para com essa luta”, disse.

O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, publicou nesta terça-feira (22) novo vídeo pedindo aos caminhoneiros a continuidade das manifestações.

Apesar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ter manifestado interesse em reduzir a alíquota da Cide, a categoria manterá a agenda de protestos pelo país. É imprescindível uma política de isenção dos impostos incidentes no óleo diesel e o controle dos aumentos do combustível.

Vale lembrar que a incidência tributária é responsável por 27% do preço final do produto, sendo 1% Cide, 12% Pis/Cofins e 14% ICMS. A cobrança da Cide é de R$ 0,10 por litro de gasolina e de R$ 0,05 por litro de diesel.

Até um posicionamento efetivo do Governo, a entidade pede firmeza nos protestos de todas as regiões do país.

Os protestos pelo país tiveram início na última segunda-feira, 21. No primeiro dia, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), responsável pela convocação da Paralisação Nacional dos Caminhoneiros, registrou ao longo do dia a manifestação da categoria em 19 estados brasileiros, entre eles: Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, Ceará, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal. Estima-se que cerca de 200 mil caminhoneiros tenham participado do protesto.

De acordo com a Abcam, a decisão foi tomada após esperar por uma resposta do Governo Federal, que até o momento, não tomou qualquer iniciativa em relação aos pleitos feitos pela categoria. São eles:

- a redução da carga tributária incidente sobre operações com óleo diesel a 0 (zero), sendo elas as alíquotas da contribuição para PIS/PASEP - e Confins - incidentes sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador autônomo de cargas.
- e torne isentas da contribuição de intervenção no domínio econômico — cide, incidente sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador autônomo de cargas.

Ainda segundo a entidade, o aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizado pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios.

*Fotos: Marcos Garcia/DE FATO

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