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Postado às 07h30 | 16 Jul 2018 | Redação Acidentes com motos representam mais de 80% dos atendimentos oriundos do trânsito no HRTM

Entre janeiro e junho deste ano, Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) atendeu 1.568 vítimas de queda, colisão ou atropelamento por motos. Mossoró possui mais de 77 mil motos em circulação atualmente conforme balanço do Detran/RN

Crédito da foto: Arquivo Mossoró possui mais de 77 mil motos em circulação atualmente

Maricelio Almeida/Da Redação

Facilidade de crédito, baixo preço das prestações, menor consumo de combustível. São inúmeras as vantagens para quem opta pela motocicleta. Com tantos benefícios, é natural que esse tipo de veículo esteja cada vez mais presente no cotidiano e nas ruas das cidades, o que aumenta, também, a quantidade de acidentes nas estradas. Dados do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) mostram que, de janeiro a junho de 2018, do total de pacientes vítimas de acidentes de trânsito em Mossoró e região, 83,95% caíram, colidiram ou foram atropelados por motos.

Foram 1.568 (51,55%) pacientes de queda de moto, 915 (30%) de colisão com motoqueiros e 64 (2,4%) vítimas de atropelamento por moto. Colisões e atropelamentos por carros representam, por exemplo, apenas 3,2% e 1,4%, respectivamente, do total de atendimentos decorrentes de acidentes de trânsito.

Estatística oficial da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) coloca a frota de motos de Mossoró entre as 50 maiores do Brasil. Atualmente, somadas as motocicletas, motonetas e ciclomotores, circulam na cidade 77.820 veículos de duas rodas. A quantidade de carros totaliza 57.636, conforme balanço do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN).

Para o comandante do 2° Distrito de Polícia Rodoviária Estadual (DPRE), major Manoel de Lima, a grande quantidade de veículos, aliada à imprudência e falta de instrução, justifica esse elevado número de acidentes envolvendo motos. “Nossa orientação é que o cidadão, primeiramente, para guiar algum tipo de veículo, tem que passar pelo banco escolar, por uma autoescola, tirar a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). É comprovado que quando o cidadão recebe instruções de como se comportar no trânsito, como obedecer às leis, as sinalizações, ele fica mais preparado para enfrentar o trânsito, onde quer que ele guie o seu veículo”, destaca o comandante.

Major Lima pontua que, em muitos casos, por estarem conduzindo seus veículos de forma irregular, as vítimas de acidentes não chegam a acionar o 2° DPRE, responsável pela fiscalização em 29 municípios potiguares. “O atendimento vai direto para o Hospital Tarcísio Maia. Muitos condutores não acionam a equipe de plantão para ir ao local fazer o boletim de ocorrência, às vezes por estarem irregular, faltando algum documento”, explica.

O comandante acrescenta que o 2° Distrito de Polícia Rodoviária Estadual está constantemente realizando blitzes educativas e ministrando palestras, orientando e conscientizando o cidadão quanto aos seus direitos e deveres.

E é a falta de conscientização de muitos condutores que acarreta os mais diversos tipos de acidentes no trânsito. O professor de dança Nylson Torres, por exemplo, esteve recentemente no HRTM acompanhando o pai e uma tia, que foram vítimas de uma colisão no Centro da cidade. Felizmente, nesse caso específico, os ferimentos foram leves.

“Eles estavam indo para o Centro, um rapaz fez uma ultrapassagem indevida pela lateral direita e houve a colisão. Meu pai e minha tia caíram. Meu pai teve o dedo quebrado, minha tia teve escoriações na testa e na coxa, mas já passam bem”, conta Nylson Torres.

O próprio professor já sofreu dois acidentes de moto e reforça a importância de os condutores estar sempre atentos no trânsito. “Eu, mais do que ninguém, sei da importância de usar o capacete com a jugular fechada, a viseira fechada, de ter atenção redobrada em todas as curvas, a importância de ligar o pisca-alerta. Temos que dirigir por nós e pelos outros, porque há muitas pessoas imprudentes no trânsito que não têm cuidado com o próximo”, diz.

 

Total de pacientes vítimas de acidentes de trânsito atendidos no HRTM*

– Queda de moto: 1.568 (51,55%)

– Colisão motoqueiro: 915 (30%)

– Queda de bicicleta: 147 (4,95%)

– Colisão carro: 97 (3,2%)

– Atropelamento por moto: 64 (2,1%)

– Colisão carro de grande porte: 69 (2,3%)

– Capotamento: 62 (2%)

– Colisão ciclista: 56 (1,8%)

– Atropelamento por carro: 43 (1,4%)

– Atropelamento por tração animal: 12 (0,4%)

- Atropelamento por carro de grande porte: 6 (0,2%)

- Atropelamento por bicicleta: 3 (0,1%)

(*) Dados relativos aos seis primeiros meses de 2018.

 

Acidentes sem vítimas caem 11% no primeiro semestre em Mossoró

Se por um lado o número de acidentes de trânsito com pacientes que precisam de atendimento é alarmante na cidade, a quantidade de ocorrências sem vítimas caiu no primeiro semestre deste ano. É o que aponta a Secretaria Executiva de Mobilidade Urbana e Trânsito.

Balanço divulgado pela pasta mostra que, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 228 acidentes com perícias realizadas pelos 81 agentes de trânsito do Município. No mesmo período do ano passado, esse total chegou a 256.

“Os acidentes mais frequentes são as batidas transversais em cruzamentos, batidas na traseira e batidas laterais. O Município vem procurando melhorar a sinalização, fazendo campanhas educativas, como o Maio Amarelo, realizando palestras nas escolas e empresas e intensificando a fiscalização por meio dos agentes de trânsito”, comenta o secretário executivo de Mobilidade Urbana e Trânsito, Adalberto Jales.

O secretário acredita que a consciência do condutor mossoroense tem melhorado, mas ainda há muito o que ser trabalhado. “É preciso compreender que o trânsito é feito por todos, cada um tem a sua responsabilidade. Por isso, solicitamos que, ao utilizar as vias, procurem fazê-lo de maneira correta, obedecendo e respeitando a sinalização, conscientes de que todos têm o mesmo direito”, finaliza Adalberto Jales.

 

Infrações mais comuns no trânsito mossoroense

Ausência de cinto: 24,17%

Estacionar impedindo movimentação de outro veículo: 15,32%

Executar conversão à esquerda em local proibido: 9,79%

Avançar o sinal vermelho do semáforo: 7,16%

Estacionar formando fila dupla: 6,06%.

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