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Postado às 12h45 | 16 Dez 2018 | Redação Cidade continua em situação de risco para doenças causadas pelo Aedes

Crédito da foto: Reprodução Aedes Aegypti continua sendo uma ameaça

No estado do Rio Grande do Norte, 131 cidades estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com o novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAA) de 2018. Desse total, 70 estão em alerta e 61 em risco de surto das doenças. Outras 35 estão em situação satisfatória.

Com índice de infestação em 4,3%, Mossoró está na lista mais perigosa, a de risco.

O problema é que o Município não consegue baixar o índice de infestação predial para um nível considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde, de 1%.

Na verdade, em alguns bairros, o índice de infestação vai muito além. Na Ilha de Santa Luzia, por exemplo, o índice chega a preocupantes 14,3%. Bom Jardim (12,1%), Redenção (11,6%), Pintos (10,0%), Paredões (7,1%), Santo Antônio (7%), Dom Jaime Câmara (6,2%), Boa Vista (5,5%), Planalto (5,5%) e Alto de São Manoel (5,0%) também apresentaram índice de infestação acima da média municipal no último Liraa.

O coordenador das Endemias da Vigilância à Saúde, Adriano Gledson, relata que um dos problemas enfrentados no combate ao Aedes aegypti em Mossoró é o grande número de caixas d’água descobertas.

O profissional destaca que a Prefeitura de Mossoró tem desenvolvido diversas ações ao longo do ano para impedir surto de doenças provocadas pelo mosquito, incluindo trabalho de educação nas escolas, rodas de conversar nos bairros e ações educativas. “Conseguimos diminuir os índices, e estamos há dois anos sem ter epidemias das arboviroses”, ressalta.

Adriano Gledson acrescenta que o quadro melhorou bastante nos últimos dois anos. “Em 2016, tivemos 16 mortes provocadas pelas arboviroses, já em 2017 e 2018 tivemos uma redução de mais de 90%”, compara.

No entanto, ele demonstra preocupação com o próximo ano. “A avaliação para 2019 é de uma possível epidemia, não só para Mossoró, mas para o país”, alerta.

Já pensando no próximo ano, os agentes de endemias passarão por capacitação na próxima semana, numa parceria do Município com a Secretaria Estadual de Saúde.

De acordo com dados apresentados pelo Município no final de novembro, Mossoró não registrou nenhuma morte por dengue ou chikungunya neste ano.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Maria da Saudade, os indicadores para o ano de 2018 são animadores.

A Prefeitura de Mossoró conta com um Plano de Contingência para o Enfrentamento do Aedes aegypti em 2019. A reportagem do JORNAL DE FATO tentou, mas não teve acesso a esse documento. A Secretaria Municipal de Saúde informou que só seria possível disponibilizá-lo nesta segunda-feira (17).

 

Moradores se engajam mais no combate ao mosquito

O combate ao mosquito Aedes aegypti só terá eficácia com a participação de toda a sociedade. E em razão de inúmeras campanhas de esclarecimento e conscientização, a população tem se engajado mais nessa verdadeira guerra.

Isso foi percebido durante as ações realizadas pela Prefeitura de Mossoró dentro da Semana Nacional de Mobilização Intersetorial de Combate ao Aedes aegypti, em novembro.

Na Ilha de Santa Luzia, por exemplo, vários moradores fizeram questão de acompanhar o trabalho do Município e de demonstrar apoio e cooperação no combate ao mosquito.

Morador há 30 anos no bairro, Antônio Nogueira, de 63 anos, disse que espera que essas ações continuem acontecendo. “Eu sou muito cuidadoso na minha casa. Não deixo nada que possa servir de casa para o mosquito”, afirmou.

Maria das Graças, 69 anos, mora na Ilha há quase 20 anos. Para ela, o trabalho contra o mosquito tem que ser feito por todos. “Quando eu vi o movimento das pessoas pegando os lixos, e eu tenho o costume de colocar à tarde, corri para entregar a eles. Lá em casa eu não deixo vasilha com água e estou bem vigilante quanto a isso. Meu muro é bem limpinho”, assegurou dona Maria.

Adriano Gledson confirma que a população está mais atuante e alerta. “Porém, ainda temos resistência em alguns bairros”, disse.

Durante uma das ações nos bairros, a diretora da Vigilância e Saúde, Iranilde Campos, destacou que o Município abraçou a causa de combater as arboviroses desde o ano passado e chamou a atenção para a importância da participação da população. “A população precisa entender que adoece com as arboviroses, que podem, até, levar à morte. Para termos resultados satisfatórios, precisamos do apoio total da população”, reforçou.

Ações devem ser permanentes e contam com apoio do Ministério da Saúde

As ações de prevenção e combate ao mosquito são permanentes e tratadas como prioridade pelo Governo Federal. Todas as ações são gerenciadas e monitoradas pela Sala Nacional de Coordenação e Controle para enfrentamento do Aedes que atua em conjunto com outros órgãos, como o Ministério da Educação; da Integração, do Desenvolvimento Social; do Meio Ambiente; Defesa; Casa Civil e Presidência da República. A Sala Nacional articula com as Salas Estaduais e Municipais as ações de mobilização e também monitora os ciclos de visita a imóveis urbanos no Brasil, que são vistoriados pelos agentes de combate às endemias.

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