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Postado às 10h45 | 12 Fev 2019 | Redação Sindsaúde denuncia ameaças sofridas por direção do Hospital Tarcísio Maia

Crédito da foto: Sindsaúde Sindicato informa que Walmir Alves teria “ameaçado” colocar falta em servidores grevistas

O Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE), regional de Mossoró, denuncia que funcionários do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) estão sendo oprimidos pelo atual diretor administrativo da unidade, Valmir Alves, devido os protestos que estão sendo realizados durante a greve. Os servidores da Saúde estão em greve desde o dia 5 de fevereiro.

De acordo com o sindicato, Valmir Alves teria dito que quem estivesse participando da manifestação iria ficar com falta. Por nota, o Sindsaúde informou que o atual diretor do segundo maior hospital do Estado teria ido até a ala do repouso feminino e “ameaçado” os servidores que estão trabalhando em regime de revezamento.

A reportagem teve acesso ainda a alguns áudios, nos quais era possível identificar o medo de alguns servidores, diante da postura do diretor administrativo do HRTM, em que ele teria falado aos grevistas que alguém iria “responder por aquilo” (movimentação grevista), ou os servidores ou o próprio sindicato.

“Valmir Alves – diretor do HRTM nomeado pelo governo Fátima (PT) – visitou o Repouso Feminino, ocasião em que afirmou que “quem estiver participando do revezamento (escala de greve) vai ficar com falta”. De acordo com as denúncias recebidas, na mesma ocasião, Valmir ameaçou que caso a greve continuasse, “alguém iria responder, ou vocês ou o sindicato”, informava a nota que o Sindsaúde emitiu para a imprensa.

O sindicato divulgou ainda conversas que ocorreram em um grupo de WhatsApp formado pelos servidores que estão em greve. Nele, os servidores da Saúde comentam que o diretor administrativo do Tarcísio Mais teria informado que não aceitaria o movimento de revezamento. “Ora, o diretor técnico disse que não aceitava a greve, se a gente bate o ponto, tem que trabalhar. E não aceitava ficar só os 30%”, disse um servidor que teve sua identidade preservada.

Em seguida, outro servidor comenta que a intenção do diretor da unidade é fazer que os servidores não batam o ponto e seja justificada a falta deles. Na nota divulgada à imprensa, o sindicato se mostra revoltado com a atitude do diretor Valmir Alves, uma vez que ele tem um longo histórico de inclusão em sindicatos.

“A postura do diretor gerou revolta entre os servidores e servidoras que estão participando da greve, isso porque Valmir Alves possui longo histórico como sindicalista, tendo sido diretor do Secom por anos, inclusive já tendo participado de mobilizações junto ao Sindsaúde/RN em outras ocasiões”, informou o sindicato.

Diante das ameaças que os servidores da Saúde relataram, o Sindsaúde informou que considera descabido esse tipo de atitude, principalmente por partir de uma pessoa que pertence ao Partido dos Trabalhadores (PT), que tem um grande histórico de liderança sindicalista. O sindicato reforça ainda que a greve é legal, justa e que ocorre devido o atraso salarial dos servidores.

“O Sindsaúde Mossoró afirma que é descabida qualquer ameaça ao direito de greve - previsto na Constituição Federal em seu artigo 9° - por parte da direção do Tarcísio Maia. Mais grave ainda se essa perseguição partir por parte de lideranças históricas do Partido dos Trabalhadores (PT), conhecidas pelo seu histórico sindicalista. Afirmamos que a greve é legal, justa e está respeitando os 30% exigíveis para manutenção do serviço essencial. Lutamos para receber salários atrasados, por um trabalho que foi desempenhado não para governo A ou B, mas em prol da população do Rio Grande do Norte”, informou.

 

Servidores da Saúde estão em greve desde o dia 5 de fevereiro

A greve dos servidores da Saúde do Rio Grande do Norte foi deflagrada ainda no mês de janeiro, após assembleia realizada em Natal. O movimento grevista ocorre em decorrência do não pagamento dos salários dos servidores estaduais. Estão sendo reivindicados os pagamentos do 13° salário de 2017, o pagamento do salário de novembro de 2018 para aqueles que recebem acima de R$ 5 mil, o salário de dezembro de 2018 e o 13° salário de 2018.

O Sindsaúde-RN ainda demanda o fim do parcelamento dos salários, da divisão entre ativos e aposentados, reivindicando, além disso, melhores condições de trabalho, abastecimento das unidades hospitalares e um concurso público para saúde para sanar a sobrecarga de trabalho.

Os servidores da Saúde demonstram bastante insatisfação com o que a governadora Fátima Bezerra vem tratando como prioridade no pagamento nestes primeiros meses de gestão. Eles esperavam que ela fosse mudar a realidade dos salários atrasados das categorias. “Os servidores esperavam uma resposta mais incisiva, mais direta do governo Fátima. Esperavam que ela buscasse se esforçar mais para resolver a situação dos salários atrasados”, informou a assessoria.

O Sindsaúde toma como exemplo a remoção de recursos de pagamentos da OAS, que é uma empresa que está envolvida em escândalos de corrupção. Cita ainda que poderiam existir outras possibilidades de conseguir o dinheiro sem ser pela liberação dos royalties (medida extraordinária), como a possibilidade de pagar à empresa que gerencia a Arena das Dunas, ou até mesmo a cobrança de dívidas antigas de empresas.

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