Quinta-Feira, 28 de março de 2024

Postado às 09h45 | 12 Jun 2019 | Redação Hospital Wilson Rosado ameaça suspender serviços do SUS

O motivo da suspensão é, segundo o próprio hospital, uma dívida de R$ 15 milhões, devido à falta de repasse do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM).

Crédito da foto: Arquivo O hospital afirma que Estado e Município têm dívida de R$ 15 milhões

O Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, informou que vai suspender o atendimento da UTI pediátrica e as cirurgias eletivas que ocorrem por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) no local. O motivo da suspensão é, segundo o próprio hospital, uma dívida de R$ 15 milhões, devido à falta de repasse do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM).

Desse valor total, 60% é referente ao débito do Governo do Estado e os 40% seriam o débito do Município. Ainda de acordo com o Hospital Wilson Rosado, a dívida da PMM ocorre porque há dois anos, o Município não paga a complementação dos serviços. O HWR afirma que há 60 dias o Governo do Estado pagou o “tcep” (cooperação entre Estado e Município, em que o Estado complementa com 60%), mas até ontem (11) o repasse não foi feito pelo Município.

O comunicado feito pelo hospital informa que os atendimentos da UTI pediátrica devem ser suspensos ainda nesta semana, caso não seja feito nenhum repasse por parte do Estado e do Município. Informou ainda que a previsão é de que as cirurgias ortopédicas e cardíacas também sejam suspensas, mas na próxima semana. Apenas as cirurgias oncológicas serão mantidas, até segunda ordem, uma vez que o hospital entende os problemas gerados com a suspensão desse serviço.

“Em razão das nossas dificuldades, da exaustão financeira do HWR, resolvemos tomar algumas providências: 1) suspensão do atendimento da UTI pediátrica, ainda nesta semana; 2) suspensão das cirurgias cardíacas na próxima semana, após comunicar aos profissionais; 3) suspensão das cirurgias ortopédicas na próxima semana; 4) as cirurgias oncológicas serão mantidas até segunda ordem, pois entendemos que sua suspensão gera danais irreparáveis”, informava a nota emitida pelo Hospital Wilson Rosado.

A reportagem do JORNAL DE FATO entrou em contato com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde para averiguar soluções para esse problema. Até o fechamento desta edição, apenas a Secretaria Municipal de Saúde respondeu a reportagem, informando que tem conhecimento sobre um débito com o HWR, mas que não conseguia ter os números exatos neste primeiro momento. A Secretaria de Saúde disse ainda que não foi comunicada sobre a decisão do hospital de suspender os serviços, que são essenciais para o funcionamento do SUS.

“A Secretaria não foi comunicada sobre a decisão de Hospital Wilson Rosado sobre a suspensão dos serviços. Existe realmente um débito, mas não tenho como afirmar sobre o valor exato, porque dependo de números, que foram solicitados, mas ainda não chegaram. Vale lembrar que a maior parte da dívida é do Governo do Estado”, informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde.

 

PAM do Bom Jardim deverá realizar cerca de 800 exames por mês

Após um trabalho intenso da Secretaria de Saúde na busca por sempre ofertar bons serviços na rede municipal, mesmo com dificuldades de todas as ordens, os exames de raios-X voltam a acontecer no Centro Clínico Professor Vingt-un Rosado (Pam do Bom Jardim). A partir desta semana, as Unidades Básicas de Saúde já estão podendo agendar os exames radiográficos.

Enquanto o equipamento de raios-X estava em manutenção, a população não estava sendo prejudicada porque o Município contratou o Instituto de Mama para auxiliar na realização desses exames. A secretária de Saúde, Saudade Azevedo, visitou o equipamento de raios-X do PAM para conferir o serviço e ouvir a opinião dos técnicos, que afirmaram estar satisfeitos com o trabalho. Saudade reforçou que vinha trabalhando desde que chegou a Mossoró para melhorar esse serviço.

“Colocar o equipamento de raios-X do PAM para funcionar foi um grande desafio. Mas eu gosto de desafios. Eu queria ter resolvido essa situação há muito tempo, mas não foi tão fácil. Quem está fora, pode pensar que sim, mas quem vive o SUS, sabe dos desafios”, afirmou Saudade.

Desde a última semana do mês de maio que o equipamento de raios-X estava consertado, mas por uma questão de zelo e responsabilidade com o mossoroense, a Secretaria de Saúde preferiu deixar esses dias de teste para ter certeza que o aparelho está apto a funcionar. Agora, por mês, vai ser possível realizar uma média de 800 exames radiográficos.

Para que o equipamento de raios-X pudesse funcionar de fato, a Secretaria de Saúde teve de trocar toda a rede elétrica do PAM do Bom Jardim, uma vez que a anterior não suportava o pique de atendimento e acabava por danificar o aparelho. Também colocou um ar-condicionado novo na sala do equipamento. De acordo com o Setor de Manutenção, a nova rede tem mais condições técnicas para assegurar uma constância e qualidade no fornecimento de energia elétrica.

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