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Postado às 21h00 | 19 Set 2017 | Redação Governador Robinson é denunciado pela PGR em processo da operação Anteros

Denúncia que está no gabinete do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça, ainda vai passar pela apreciação da Corte Especial. Se de for acatada, o governador do Rio Grande do Norte vira réu no escândalo dos servidores fantasmas na ALRN

Crédito da foto: Carlos Costa/JORNAL DE FATO Governador Robinson Faria foi denunciado em delação premiada da ex-procuradora Rita das Mercês

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o governador Robinson Faria (PSD), em processo que apura desvio de recursos da Assembleia Legislativa. A denúncia deriva das operações Dama de Espadas e Anteros, que levou para cadeia assessores e ex-assessores de Robinson (VEJA AQUI).

A denúncia que está no gabinete do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda vai passar pela apreciação da Corte Especial. Não há data prevista para isso.

Se a denúncia for aceita, o governador se tornará réu.

Além do governador, foram denunciados os servidores  Magaly Cristina da Silva e Adelson Freitas dos Reis, o popular “Zé Bonitinho”, todos da confiança de Robinson, e que foram presos na Operação Anteros, detonada pela Polícia Federal no dia 15 de agosto.

Na operação, Robinson foi alvo de mandados de busca e apreensão.

A operação Anteros apurou supostas manobras ilegais por parte de Robinson Faria e de servidores do governo potiguar para impedir investigações sobre os desvios na Assembleia Legislativa

Os dois são suspeitos de tentar comprar o silêncio da ex-procuradora da assembleia, Rita das Mercês, a mando do governador. O objetivo seria impedir que ela firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPRN)para denunciar os desvios de recursos, mas a ex-procuradora não cedeu e firmou acordo de delação com o Ministério Público Federal (MPF).

Rita e seu filho, Gustavo Villarroel, são listados como testemunhas na denúncia oferecida.

Ritinha, como é conhecida a ex-procuradora da AL, presa em agosto de 2015 na operação Dama de Espadas, contou em delação que o governador Robinson recebia cerca de R$ 100 mil por mês, entre os anos de 2006 a 2010, através de contratações de servidores fantasmas das Assembleia Legislativa.

Robinson começou a presidir a Assembleia em 2003.

Ritinha revelou que a partir de 2006 ele passou a determinar a inclusão, na folha de pagamento, de pessoas que "não exerciam quaisquer funções no órgão, com o único objetivo de desviar recursos públicos oriundos de suas remunerações em favor do presidente e de outras pessoas".

Rita afirmou que inicialmente foram nomeadas pessoas para cargos em comissão que existiam na estrutura do Legislativo, mas que não exerciam nenhuma atividade. O pagamento era feito por meio de cheques-salário que eram descontados pelo envolvidos no esquema dentro de uma agência na própria assembleia e eram repassados ao governador através de assessores dele.

Segundo a delatora, quando não havia mais cargos disponíveis na AL, o então presidente mandou que fossem incluídas pessoas na folha para recebimento de gratificações. Quando esse tipo de nomeação também se esgotou, o grupo encontrou outra solução para continuar os desvios.

"A terceira modalidade de desvio surgiu em razão da inexistência de cargos comissionados livres e da extrapolação do número de gratificações passíveis de serem concedidas. Diante deste cenário, de acordo com Rita das Mercês, Robinson Faria determinou a arregimentação de pessoas e a simples inclusão na folha de pagamento, sem que fossem nomeadas para algum cargo ou mesmo designados para o recebimento de gratificação", diz o documento.

As investigações contra o governador Robinson Faria surgiram a partir da Operação Dama de Espadas, do Ministério Público Estadual, que apurava a existência de servidores fantasmas na Assembleia Legislativa. E avançaram em outra operação, a Candeeiro, que levou para cadeia o filho de Rita das Mercês, Gutson Reinaldo, acusado de comandar esquema que desvio pelo menos R$ 19 milhões do Idema-RN.

Gutson foi o primeiro a fechar acordo de delação premiada. Como ele citou o governador Robinson, que tem foro privilegiado, o caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça. Um dos principais alvos da operação, a ex-procuradora procurou diretamente o MPF para propor a delação. Outro filho dela, Gustavo Villarroel, também fechou acordo.

* Com as informações do G1 - RN

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