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Postado às 16h15 | 25 Out 2017 | Redação Plenário da Câmara abre nova sessão para dar andamento à análise de denúncia contra Temer

O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco são acusados de formar uma organização criminosa para ocupar cargos públicos e arrecadar propinas, estimadas em R$ 587 milhões. Temer também é acusado de obstrução de Justiça

Crédito da foto: Reprodução/TV Câmara O presidente e os ministros são acusados de formar uma organização criminosa

Agência Brasil

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abriu nova sessão deliberativa para continuar a análise da denúncia contra Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. A primeira sessão atingiu a duração máxima de cinco horas e teve de ser encerrada. O painel de presença foi zerado para a nova sessão e a contagem do quórum foi reiniciada.

Maia encerrou a reunião logo após o plenário rejeitar, por 184 votos contrários e 4 favoráveis, o requerimento de adiamento de votação apresentado pela base aliada do governo como estratégia para atrair os deputados ausentes para o plenário, sob o risco de corte do ponto dos parlamentares.

Depois da apresentação do requerimento, o clima no plenário esquentou. Alguns integrantes da oposição registraram presença, mas mantiveram a obstrução sob gritos "Fora Temer".

A base governista continuou fazendo apelos para que os parlamentares que já estão na Câmara registrem presença no plenário para terminar a votação e garantir que a pauta legislativa volte à normalidade. “A nossa missão é só uma, é votar. (….) Nós não podemos nos esconder nos banheiros por aí, vamos cumprir nossa missão”, disse Mauro Pereira (PMDB-RS).

O vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi, engrossou o couro. “Oposição tenha vergonha, não se esconda pelos banheiros da Casa. (….) Brizola está se revirando nos túmulos com a covardia da oposição. E faço apelo também aos tucanos que venham dar presença. Mais da metade já veio. Que os tucanos que não vieram, venham também”.

Para que o processo de votação seja iniciado, é necessário que pelo menos 342 deputados estejam presentes no plenário. O número corresponde a dois terços do total de 513 deputados e atende ao estabelecido na Constituição Federal para votações de processos de abertura de investigação contra presidente da República.

Para impedir o avanço da denúncia na Justiça é preciso pelo menos 172 votos. Já a oposição precisaria de 342 para admitir a autorização de investigação das acusações no Supremo Tribunal Federal.

A expectativa da liderança do governo na Câmara é que a votação ocorra ainda hoje. “A gente está aqui pra votar, se a oposição não quer votar a matéria, a compreensão dela é essa porque não tem o número de votos suficientes. (…) Eu acho que por responsabilidade com o país, tem que enfrentar essa matéria e votar de acordo com sua consciência”, disse o líder Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

“Como esperado, o governo enfrenta enorme dificuldade para colocar quórum no plenário. Nós, da oposição, vamos seguir mobilizados para empurrar a sessão até a noite, de forma que a votação ocorra quando a população brasileira estiver em casa, vendo como cada deputado vai votar", disse Alessandro Molon (Rede-RJ).

Matéria ampliada às 15h06

 

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