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Postado às 10h00 | 12 Abr 2018 | Redação Carceragem da PF em Curitiba tem Lula e mais nove presos da Lava Jato

Crédito da foto: Reprodução Sede da PF em Curitiba onde estão presos Lula e mais novos da Lava Jato

COLUNA DO CÉSAR SANTOS - JORNAL DE FATO

Fala-se muito do ex-presidente Lula (PT) na prisão em Curitiba (PR). Os defensores gritam: “prisão política, injustiça, perseguição etc..” Os adversários fazem coro: “ladrão, corrupto, líder de quadrilha etc..”

Longe do debate chulo, da gritaria das torcidas, da imbecilidade e da falta de respeito nos confrontos nas redes sociais e nos cantos de rua, há de se observar que não é apenas Lula condenado e preso em Curitiba por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa etc.

Na mesma carceragem da Polícia Federal, outros condenados da Lava Jato e de outros esquemas habitam o ambiente, em celas separadas, ao lado de Lula.

Veja os companheiros de Lula na PF de Curitiba:

1 – Antônio Palocci – Um dos aliados mais próximos de Lula e interlocutor entre o ex-presidente e o mercado. Palocci foi ministro da Fazenda na gestão Lula e ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

2 – Léo Pinheiro – Ex-presidente da Construtora OAS, também condenado em segunda instância por corrupção ativa e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Conhecido por amizade com Lula, ele decidiu fazer delação premiada e afirmou que o tríplex de Guarujá pertence ao ex-presidente. Inclusive, é com Léo Pinheiro que Lula aparece em imagens visitando a reforma do tríplex.

3 – Renato Duque – Ex-diretor de Serviços da Petrobras, tem uma das mais altas penas da Lava Jato, que, somados os processos em que está envolvido, chega a 84 anos e três meses de prisão. Ele foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, Duque afirmou que Lula sabia de tudo no esquema de corrupção da Petrobras.

4 – Agenor Franklin Medeiros – Ex-executivo da OAS, condenado em segunda instância a 26 anos e sete meses de prisão, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Responsável por controlar o pagamento de “vantagens indevidas”, Agenor afirmou que o partido mais beneficiado era o PT.

5 – Adir Assad – Empresário, que tem um dos “currículos” mais extensos dos presos na PF de Curitiba. Ele é acusado, entre outras coisas, de ser o operador de propinas que usava empresas de fachada para lavar dinheiro e distribuir pagamentos a funcionários da Petrobras, políticos e empreiteiros. Assad tem duas condenações que somam 23 anos e 10 meses de prisão.

6 – José Antônio de Jesus – Ex-gerente da Transpetro. Ele foi preso temporariamente pela Polícia Federal em novembro de 2017, na Operação Sothis, a 47ª fase da Lava Jato. É acusado de intermediar o pagamento de R$ 7 milhões em propina da empresa de engenharia NM ao PT, para que a empresa fosse favorecida em um contrato da Transpetro.

7 – Breno Luz – Lobista, apontado pela Polícia Federal como operador financeiro ligado ao MDB no esquema de corrupção na Petrobras, juntamente com o seu pai, Jorge Luz, que ficou conhecido como o “operador dos operadores”. Bruno foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a seis anos e oito meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

8 – Hélio Ogama – Ex-diretor-presidente da concessionária de rodovias Triunfo Econorte, suspeita de participar de esquema de lavagem de dinheiro. Ele foi preso no início deste ano, na 48ª fase da Lava Jato, a Operação Integração. Ogama foi acusado de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

9 – Leonardo Guerra – Sócio e principal administrador da empresa Rio Tibagi, subsidiária da Triunfo Econorte, também preso na Operação Integração. Guerra é acusado de desviar recursos da Econorte dentro do esquema de superfaturamento de pedágio e corrupção. Sua defesa nega.

Como se pode observar, longe dos interesses políticos menores e da insanidade de uns e outros, o combate à corrupção, com condenação e prisão de corruptos, não pega apenas o Lula; e os que ainda não foram alcançados, certamente serão no momento próximo. Bem próximo.

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