Quinta-Feira, 28 de março de 2024

Postado às 08h30 | 16 Jul 2018 | Redação Vereadora Aline Couto revela o motivo de sua saída do PHS

Crédito da foto: Marcos Garcia Vereadora Aline Couto em entrevista ao Cafezinho com César Santos

A eleição de Aline Couto para a Câmara Municipal de Mossoró, no pleito de 2016, não surpreendeu a quem conhecia o seu trabalho em prol das camadas mais carentes distribuídas em áreas menos assistidas da sociedade. Um trabalho social, voluntário, que a tornou popular principalmente nos bairros da periferia.

Antônia Aline Menezes do Couto, 51, conquistou o seu primeiro mandato eletivo com 916 votos. Ela é uma das cinco vereadoras que compõem a bancada feminina da Câmara e vem se destacando por levantar voz na Tribuna da Casa como representante legítima das camadas mais necessitadas.

No Cafezinho com César Santos, a vereadora Aline Couto fala sobre a sua origem, o trabalho social que a levou à Câmara e explica os motivos que determinaram a sua saída do PHS.

A SENHORA cumpre o primeiro mandato na Câmara Municipal de Mossoró, no momento que o Legislativo procura construir uma nova identidade para resgatar a confiança da sociedade. O mandato parlamentar surpreende ou está sendo da forma como a senhora esperava?

NENHUMA surpresa. Sempre fiz um trabalho social, voltado para os mais carentes, mais necessitados. Sempre fui uma fiscal dos serviços públicos, independentemente de mandato ou não. A diferença agora é que estou em um cargo para o qual a população me confiou e isso aumenta cada vez mais a nossa responsabilidade.

 

A SENHORA faz parte da bancada feminina que cresceu bastante no Legislativo mossoroense. São cinco mulheres na Câmara de Mossoró, com uma na presidência da Casa. Pode-se afirmar que o avanço da mulher na política é parte de uma mudança a partir do Legislativo?

NOSSA cidade sempre foi muito bem representada pelo sexo feminino, já tivemos várias mulheres que passaram pelo Executivo, pela Assembleia Legislativa e pela Câmara dos Deputados. No Legislativo, a nossa história sempre de luta, mas nessa última eleição Mossoró, mais uma vez, mostrou a sua bravura, colocando cinco mulheres na Câmara Municipal. São vereadoras com uma larga experiência de serviços prestados, e isso nos trouxe uma grande mudança na cidade, mudança essa que deve ser ampliada a cada eleição. É importante o Legislativo ter hoje uma bancada feminina forte, mas ainda é muito pouco; a mulher precisa ocupar mais espaços na política.

ESSA formação política, que desperta o interesse de segmentos da sociedade que antes resistia, por exemplo, a ter um mandato na Câmara, pode ser reforçada com a formação de futuro quadros a partir de projetos como a Câmara Mirim, que a senhora coordena?

AS RESISTÊNCIAS ainda são muitas, a política hoje passa por um momento difícil, processo delicadíssimo diante de tantos percalços que vive o Brasil. Precisamos, cada dia mais, ser corajosos e ir à luta, enfrentar gigantes. Devemos usar todas as nossas armas e estratégias para que a política brasileira sobreviva a esse momento difícil que estamos passando. A Câmara Mirim tem o objetivo de formar mais cidadãos conscientes, que devemos abraçar a política com lealdade, compromisso e responsabilidade, além de trabalhar o espírito político da criança. A Câmara Mirim também desperta a atenção dos pais, professores e amigos e, enfim, de todo o seu habitat. Abraçar, sim; desistir, nunca. Pois, a desistência ficou para os fracos, é que defendemos no dia a dia, na nossa atividade política.

 

O SEU mandato tem se concentrado em áreas onde existem carências. A senhora está sempre reivindicando para bairros da periferia, zona rural. Essa função parlamentar está enraizada no seu perfil popular?

SIM. Faz parte das minhas raízes. Nasci na zona rural, no sítio Rincão, e me criei no bairro Paredões-Barrocas, filha de um casal de agricultores, bairro onde até hoje vivo, moro. Tenho um trabalho direcionado para aqueles que, assim como eu, vivem em áreas que precisam que as políticas públicas cheguem com eficiência.

A SENHORA deixou recentemente o PHS, partido pelo qual se elegeu em 2016, e não escondeu a decepção com o deputado Souza, um dos líderes do partido. O que foi determinante para a senhora pedir desfiliação?

SOU grata ao PHS, partido pelo qual fui eleita. Em relação à convivência, nunca tivemos, vivemos o período eleitoral, nunca recebi uma ligação do senhor deputado, a não ser através de assessores, onde se marcava uma conversa e terminou o processo eleitoral e essa conversa nunca aconteceu. Após o período eleitoral, fui procurada e essa foi a única conversa para que eu assumisse a presidência do partido. Fizemos alguns ajustes para que ele nos desse um suporte em relação à convivência, pois precisava que ele estivesse mais próximo, até porque o PHS apoiou a então prefeita, e esse apoio foi todo intermediado pelo deputado. Eu estive ausente em todas essas conversas e intermediações do deputado junto à chapa majoritária que venceu as eleições de 2016. A partir daquele momento, essa convivência nunca aconteceu. A falta de apoio, da convivência, nos fez solicitar a nossa saída.

 

A SENHORA já definiu a nova filiação partidária?

AINDA não. Temos um prazo, mas em breve vamos nos filiar dentro desse prazo exigido pela Justiça Eleitoral.

 

A SENHORA já anunciou que apoiará o deputado George Soares, do PR, apesar de fazer parte da bancada da prefeita Rosalba Ciarlini (PP). É um sinal de que a senhora não acompanhará os candidatos apoiados pela prefeita?

O NOSSO apoio ao deputado George não se traduz a nenhum recado ao Executivo. Faço parte de uma bancada e estou aguardando o posicionamento para que possamos caminhar juntos.

DOS pré-candidatos a governador, qual a senhora entende que representa melhor os anseios do cidadão potiguar? A senhora já tem um candidato ao Governo?

O MOMENTO é de análise. Ainda não tenho candidato ao Governo do Rio Grande do Norte.

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