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Postado às 08h00 | 31 Mar 2019 | Redação Somente nos últimos oito anos, mais de 100 policiais são assassinados no RN

Crédito da foto: Cedida Protestos de agentes de segurança do Rio Grande do Norte

Fábioo Vale/JORNAL DE FATO

A onda de violência letal no Rio Grande do Norte tem atingido até os agentes de segurança pública. Profissionais da área têm ficado cada vez mais na mira dos bandidos. Somente nos últimos oito anos, mais de 100 policiais e bombeiros militares, policiais civis, guarda municipal e agentes penitenciários estadual e federal foram mortos no estado.

É o que aponta um recente levantamento realizado pelo Observatório da Violência (OBVIO). Com dados atualizados até o último dia 26, o balanço do Obvio dá conta de assassinato de agentes de segurança pública no território potiguar entre os anos de 2011 e 2018, além dos casos registrados nos três primeiros meses deste ano.

Segundo as estatísticas do Obvio, nos últimos oito anos, 106 profissionais da área foram mortos no estado. No ano de 2011, foram dois casos. As vítimas foram guardas municipais. Já no ano seguinte, foram 17 ocorrências. Os crimes resultaram na morte de dez policiais militares da ativa, três policiais civis, dois agentes penitenciários federais e um PM aposentado.

Já entre 2013 e 2016, manteve-se o número de dez agentes de segurança pública assassinados no estado em cada ano, sendo seis PMs da ativa e dois aposentados e dois agentes penitenciários estaduais vitimados em 2013. No ano seguinte, a letalidade policial atingiu cinco PMs da ativa e dois aposentados, um policial civil e dois guardas municipais.

Já em 2015, a violência contra agentes de segurança pública potiguar vitimou seis PMs da ativa e um aposentado, um policial civil e um aposentado e um guarda de trânsito. Em 2016, dez casos resultaram na morte de cinco PMs da ativa e dois aposentados, dois policiais civis e um agente penitenciário estadual.

 

Quarenta e sete agentes mortos no RN entre 2017 e 2018; cinco em 2019

Somente entre os anos de 2017 e 2018, quarenta e sete agentes de segurança pública foram mortos no Rio Grande do Norte. Dentro da tendência dos anos anteriores, a violência letal contra profissionais da área vitimou principalmente policiais militares.

Em 2017, foram 21 casos, sendo 13 contra PMs da ativa e cinco aposentados e um contra um guarda municipal, um agente penitenciário estadual e federal. Já em 2018, 26 ataques vitimaram 16 PMs da ativa e seis aposentados e dois foram contra policiais civis aposentados, um contra policial civil da ativa e um agente penitenciário estadual.

E nestes menos de três meses de 2019, cinco agentes de segurança pública já foram assassinados no estado. Os ocorridos vitimaram quatro PMs aposentados e um bombeiro militar aposentado. Com os casos deste ano registrados até o dia 26 do mês passado, o RN soma 111 profissionais da área mortos.

O levantamento dá conta de um aumento de 1.200% na quantidade de casos de 2011 para 2019.

Em junho do ano passado, movimento chamou atenção contra a morte de 16 policiais no RN

Entidades representativas de forças de segurança no Rio Grande do Norte falam em matança contra policiais e cobram reação por parte do Estado. Em meio ao assassinato de agentes de segurança pública, as entidades representativas das categorias promoveram protestos contra os crimes praticados contra os profissionais da área.

Em julho de 2017, as entidades fizeram um protesto após o registro da morte de 14 policiais militares naquele ano até então. Na época, segundo os sindicatos que formavam o Fórum de Servidores da Segurança Pública no estado, existia uma “matança” promovida pelo crime organizado contra os operadores da segurança.

Na ocasião, as entidades fizeram um protesto na Governadoria, em Natal, onde reafirmaram cobrança por uma reação do Estado. Cerca de um ano depois, entidades representativas da categoria realizaram outra mobilização contra a violência que mirava os policiais.

Até então, 16 agentes de segurança já tinham sido mortos no estado dentro do primeiro semestre do ano passado. O discurso de caça contra policiais se manteve na ocasião.

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