Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024

Postado às 10h00 | 20 Nov 2017 | Redação Era uma vez...

Crédito da foto: Arquivo Marcos Fernandes deixa a presidência do Potiguar do jeito que recebeu: sem eira, nem beira

Marcos Fernandes deixou a presidência do Potiguar, alegando falta de recursos (dinheiro) para conduzir o projeto (?) 2018. Em sua carta-renúncia, escreveu que está abrindo espaço para que outro abnegado/torcedor assuma a nau alvirrubra e consiga navega-la para um porto seguro.

Sinceramente, a saída de Fernandes não altera nada. Absolutamente nada, exceto, claro, o nome do presidente do clube príncipe que terá outra assinatura.

Marcos Fernandes é um torcedor e que todos reconheçam os seus esforços. Porém, a sua passagem na presidência do Potiguar não contribuiu em nada para evolução do clube. Ele deixa o alvirrubro da forma como recebeu. Sem eira nem beira.

E não é culpa dele, vamos combinar.

Há tempo que o Potiguar deixou de ser clube, assim como o seu companheiro de sofrimento, o Baraúnas. Tornaram-se times sazonais, com perfis bem amadores. Alvirrubros e tricolores calejaram na atividade de juntar um punhado de jogadores para disputar o Campeonato Estadual. Depois, colocam o terno no baú para retirá-lo no ano seguinte.

A única exceção é quando tem Série D. Mesmo assim, o classificado vai contra a vontade, apenas para evitar punição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foi o caso do Potiguar nos últimos dois anos. Agora em 2017, serviu apenas de saco de pancadas.

Triste e desalentador. Pior do que isso: vende de forma negativa o nome de Mossoró para o resto do País.

Se o torcida, passional por natureza, dúvida disso é só observar as manchetes negativas do tipo: jogador tal, profissional tal, colocou Potiguar ou Baraúnas na Justiça para cobrar salários e direitos trabalhistas; jogadores fazem greve por salário atrasados; dupla Potiba não sabe se vai disputar Estadual por falta de recursos; etc etc etc.

Não vale culpar a Prefeitura de Mossoró por essa desgraça. O dinheiro público não pode bancar o futebol que é privado. É lei. A cota-patrocínio que vinha funcionando nos últimos anos, driblava as regras, mas agora o Ministério Público está de olho.

Também não é só isso: ao condicionar a sua participação no Campeonato Estadual ao cofre público, a dupla Potiba está, direta ou indiretamente dizendo que nada faz para levantar recursos próprios. Os dirigentes cruzam os braços e ficam esperando chegar dezembro, véspera da temporada, para pressionar a Prefeitura por dinheiro, com frases do tipo: “se não tiver apoio da Prefeitura, o clube não disputará a temporada.” Fato.

É exatamente isso que acontece e se repete. Veja, por exemplo, a situação do Baraúnas: o clube encerrou as suas atividades profissionais no final de abril deste ano e depois daí não realizou qualquer atividade visando a temporada 2018. Seus dirigentes garantem, porém, que o tricolor entrará em campo em janeiro próximo, no entanto, sem saber como. Daqui vai dizer que só participará se tiver dinheiro da Prefeitura.

O fato é que o futebol de Mossoró está falido. Não tem projeto, não tem clubes (clubes de verdade), não tem dirigente capaz de mudar o cenário. Todavia, alimentado pela paixão incondicional do torcedor, a bola vai continuar rolando no esburacado gramado do velho Estádio Nogueirão, para alguns gatos pingados nas arquibancadas.

Era uma vez o futebol de Mossoró.

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