Do globoesporte.com
Dia 4 de junho de 1998. Há 20 anos, o América-RN conquistava o Nordeste. Em um Machadão lotado, o Alvirrubro, que entrou na competição como um coadjuvante, bateu o estrelado Vitória comandado por Dejan Petkovic por 3 a 1 para ficar com o título da Copa do Nordeste - o único até hoje na história do clube.
A conquista coroava um período mágico vivido pelo Alvirrubro, que havia subido para a Série A em 1996 e conseguido se manter na elite em 1997. O título é visto por muitos torcedores até os dias atuais como a maior conquista da história centenária do clube.
- Até hoje a gente lembra disso. E quando lembra, se emociona, porque realmente foi um título que marcou e isso vai ficar na história do clube pra sempre - diz Moura, que fez parte daquele time e atualmente é executivo de futebol do América-RN.
Aquele título ficou marcado historicamente como um ponto fora da curva na hegemonia dos estados da Bahia e do Ceará na Copa do Nordeste. Até 2013, com a conquista do Campinense, o Alvirrubro de Natal era o único time fora desse eixo a ter conquistado o título, em nove edições da competição. O Vitória, naquela altura, buscava o bicampeonato, mas parou na forte base formada pelo América-RN ao longo dos dois anos anteriores.
- O Vitória era formado por estrelas. Sérgio, Petkovic, Agnaldo. O favoritismo era todo deles. A gente sabia que tinha potencial para chegar numa final, mas o favoritismo era deles. Era um clube com muito mais investimento. Nós éramos uma espécie de 'morto-vivo' ali - lembra Carioca.
Essa base, inclusive, foi fundamental para ter um time campeão. O Alvirrubro mesclou jovens formados no próprio clube com jogadores rodados no cenário nacional. Moura e Paulinho Kobayashi se juntaram a jovens como Carioca e Biro Biro e deram o equilíbrio que o time treinado por Arturzinho precisava.
- Arthurzinho soube olhar bem o nosso elenco, arrumou o time e depois trouxe alguns nomes mais experientes que ele conhecia para ajudar. E eles encaixaram muito bem com os meninos que já estavam aqui e o time deu certo. Não tinha nenhuma estrela e o time se fechou - lembra o volante Carioca, na época com 23 anos.
Campanha forte
A mistura no Alvirrurbo deu liga. Mas o time cresceu mesmo durante a competição. Na primeira fase, se classificou na segunda posição, atrás do Botafogo-PB no Grupo C. Na rodada final, aplicou um 5 a 0 no Náutico no estádio Machadão e garantiu a vaga.
A segunda fase da competição mostrou a força daquele time. O América-RN foi arrasador num grupo pesado com Santa Cruz, Ceará e ABC. Diante do maior rival, fez 4 a 0 na rodada inaugural, na primeira de uma sequência de cinco vitórias consecutivas. Na última rodada, já classificado, perdeu por 3 a 1 para o Santa Cruz. Ainda assim, garantiu a melhor campanha da competição e a possibilidade de fazer a final em casa.
A derrota no jogo de ida foi doída. O Vitória achou o seu gol aos 45 minutos do segundo tempo e levou a vantagem para Natal. O time formado por Gabriel, Gilson, Paulo Roberto, Lima e Rogerinho; Montanha, Carioca, Moura e Biro-Biro; Paulinho Kobayashi e Leonardo teria uma missão difícil, que logo tratou de resolver.
A vantagem foi desfeita em cinco minutos de jogo, quando Biro Biro e Paulinho Kobayashi fizeram 2 a 0 para o América-RN no Machadão. O Vitória buscou o gol que levava a decisão para os pênaltis com Flávio, aos três minutos do segundo tempo. E a partida só seria decidida aos 34 minutos, em pênalti sofrido por Moura e convertido por Carioca.
- As lembranças que eu tenho são da torcida do América-RN vibrando, do Machadão lotado. E a gente dentro de campo se doando ao máximo. A equipe do Vitória era favorita e nós conseguimos dentro de casa reverter o placar e conseguir esse título belíssimo. E eu tenho orgulho de dizer que fiz parte desse grupo - conta Moura.
Primeira fase
Segunda fase
América-RN: Gabriel, Gilson, Paulo Roberto (André Luiz), Lima e Rogerinho (Bruno Lima); Montanha, Carioca, Moura e Biro Biro; Paulinho Kobayashi e Leonardo (Wanderley). Técnico: Arthurzinho.
Vitória: Sérgio, Paulo César (Donizete Amorim), Flávio, Fábio Bilica e Esquerdinha; Donizete Oliveira, Preto, Fernando (Evando) e Kléber (Alex); Agnaldo e Petkovic. Técnico: Hélio dos Anjos.
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