O projeto “Cascudo Permanente” foi apresentado à governadora Fátima Bezerra (IPT) nesta quarta-feira, 25, pelo produtor cultural e um dos fundadores da Casa da Ribeira, Gustavo Wanderley. O projeto deverá ser exposto no Memorial Câmara Cascudo, no centro de Natal e terá caráter permanente e interativo, apresentando Cascudo e sua vasta obra.
A governadora disse que foi “encantada com a proposta” e prometeu somar esforços para viabilizá-la. “É uma exposição à altura de Luís da Câmara Cascudo", afirmou Fátima Bezerra, que é autora da Lei Estadual de incentivo à cultura que leva o nome do escritor e historiador norte-rio-grandense, quando exerceu mandato de deputada estadual.
O projeto contempla salas temáticas sobre gastronomia, nomes da terra, lendas, folclore, brincadeiras tudo baseado nos estudos e escritos de Câmara Cascudo de forma interativa. "Elencamos todos os itens necessários para montar o acervo. Contemplamos artes visuais, música, dança, culinária. Os recursos devem ser levantados através das leis de incentivo à cultura, Rouanet e Câmara Cascudo", afirmou Gustavo Wanderley.
A proposta é baseada na exposição "O tempo e eu e vc", sobre a obra do folclorista potiguar, apresentada no Museu da Língua Portuguesa em 2015, na Praça da Luz, em São Paulo. O incêndio no Museu, em dezembro de 2015, provocou a perda da exposição. Agora, a Fundação José Augusto (FJA) solicitou ao promotor uma adequação do projeto inicial para compor a exposição no Memorial.
Governadora Fátima e o presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto
FOLCLORE
Luís da Câmara Cascudo foi jornalista, professor, historiador e folclorista nascido em 1898, em Natal, no Rio Grande do Norte. Ele faleceu em 1986.
Câmara Cascudo dedicou sua vida a pesquisar o povo brasileiro. Mergulhou fundo no Brasil, revelando as facetas do seu povo registradas em extensa bibliografia. Entre suas grandes obras está o Dicionário do Folclore Brasileiro e a História da alimentação no Brasil.
Cascudo conseguiu larga abrangência nos seus estudos sobre o povo brasileiro: da rede de dormir aos jangadeiros, vaqueiros, cantadores, passando pelos mitos, culinária, superstições, costumes, até tradições da pecuária e contos populares trazidos de Portugal.
Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, ele deixou uma extensa obra, inclusive o Dicionário do Folclore Brasileiro (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma patrícia (1921), obra de estreia, e Contos tradicionais do Brasil (1946). Estudioso do período das invasões holandesas, publicou Geografia do Brasil holandês (1956). Suas memórias, O tempo e eu (1971), foram editadas postumamente.
Certa vez, Cascudo disse o seguinte sobre o seu interesse por história: "Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço."
Câmara Cascudo iniciou a carreira como jornalista aos 19 anos em "A Imprensa", de propriedade de seu pai, e depois passou pelo "A República" e o "Diário de Natal" - nos anos 1960 já havia publicado quase 2.000 textos.
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