Sábado, 28 de dezembro de 2024

Postado às 10h00 | 12 Ago 2024 | redação Produtores do Nordeste devem ficar atentos para reduzir chances de perdas durante a La Niña

Crédito da foto: Reprodução Nordeste deve ter excesso de chuvas durante a La Niña

Com a probabilidade de ocorrência de 69%, de acordo com estimativas do International Research Institute for Climate and Society (IRI), a chegada da La Niña a partir do final de julho deste ano acende um alerta aos agricultores. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil as chuvas devem se intensificar com o fenômeno climático e o manejo das lavouras de diversas culturas exigirá atenção redobrada, tanto durante o cultivo, com a proliferação de doenças fúngicas, quanto na colheita, com maiores chances de impacto na qualidade de sementes e grãos.

Para Frederico Dellano, Consultor de Desenvolvimento de Produtos da TMG - Tropical Melhoramento & Genética, a expectativa de aumento nas precipitações reforça a importância de os agricultores estarem bem preparados para lidar com as adversidades. “Em culturas como a soja, que ocupa grande parte do nosso território, o agricultor precisa escolher cultivares adaptadas para sua região e para as condições específicas de sua lavoura, além de escolher cultivares com boa sanidade. Isso porque em ano de alta umidade, o ambiente é favorável para o desenvolvimento de doenças”, diz.

Segundo ele, o momento demanda atenção aos processos e, nesses casos, é recomendado preparar toda a estrutura da semeadura para, quando o tempo permitir, iniciar o plantio. “Desde a realização da limpeza, regulagem e reparos em máquinas até a disponibilidade de insumos, tudo deve ser acompanhado para otimizar o tempo durante os períodos intensos de chuvas. É necessário se antecipar e ser ágil para aproveitar os intervalos entre as chuvas”, pontua.

O especialista orienta o produtor a evitar também semear em períodos em que o solo esteja exageradamente úmido para minimizar o risco de compactação e degradação da estrutura do solo. “Apesar dos maiores volumes de chuvas, há intervalos de tempo de sol suficientes para a semeadura durante o período recomendado”, completa.

 

Escolha das cultivares deve ser estratégica

De acordo com Dellano, escolher cultivares resistentes às principais doenças fúngicas que ocorrem na região, como a ferrugem asiática e a mancha-alvo, também é essencial para assegurar boas produtividades mesmo sob essas condições. “O melhoramento genético contribui muito para isso, pois disponibiliza ao agricultor soluções capazes de manter o alto teto produtivo mesmo em momentos mais delicados, com cultivares resistentes, boa tolerância ou bom comportamento a situações climáticas distintas, pragas e doenças”, reforça.

O excesso de chuvas, segundo Dellano, tende a elevar o risco de acamamento e com isso, há a necessidade de escolher cultivares mais resistentes ao acamamento. “Vale sempre ressaltar que o agricultor precisa escolher cultivares com resistência ao acamamento, além de prestar atenção à densidade de semeadura correta na hora do plantio”, indica.

Além disso, é fundamental buscar cultivares que apresentem maior tolerância às chuvas durante a colheita. “A chuva nesses períodos pode provocar grandes perdas, não apenas na produtividade, mas também na qualidade dos grãos. O excesso de umidade na maturação da soja favorece a ocorrência de doenças, abertura das vagens e germinação de grãos, por exemplo, gerando prejuízos”, explica Dellano, que acrescenta ainda que em anos de La Niña, os resultados das lavouras do Norte e Nordeste do país costumam ser melhores se comparados aos anos de El Niño, em razão do aumento das precipitações. “Entretanto, o cenário não deixa de ser desafiador, principalmente por conta das adversidades climáticas cada vez maiores, portanto, é sempre válido seguir as orientações dos especialistas”, finaliza.

Fonte: TMG

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