O prefeito Silveira Júnior (PSD) aplicou mais um "calote" nos servidores públicos municipais de Mossoró.
A queixa da presidente do Sindiserpum, Marleide Cunha, abre a última semana da desastrosa gestão.
Trata-se dos salários dos servidores.
Pelo calendário enviado à Justiça, para ter as contas públicas desbloqueadas, o prefeito assumiu o compromisso de pagar os salários de novembro do pessoal da Segurança, Mobilidade Urbana e Fazenda até dia 21 de dezembro. Até agora, nada.
A Justiça deu um crédito a Silveira, desbloqueou as contas. Ele simples decidiu não cumprir. Servidores continuam de bolso vazio.
O "pito" desta vez não foi em cima do judiciário. O juiz Pedro Cordeiro, titular da 1a Vara da Fazenda Pública, que teve a boa fé e assinou o desbloqueio, foi enganado.
Como o magistrado está se sentido nesse momento?
E o prefeito Silveira? Será que ele tá com algum receio?
Pouco provável. Ele não respeita o Judiciário, o Ministério Público, o Cidadão.
Foi e será sempre assim. Tá nele, e não muda.
De certa forma ele tem até motivo para acalentar o sentimento de impunidade. Na única vez que teve a sua prisão decretada, quando ainda era presidente da Câmara Municipal, por ocasião da Operação Vulcano, o próprio judiciário relaxou a prisão.
Portanto, ele está leve e solto e aprontando.
A pergunta agora é: o que foi feito com o dinheiro da Prefeitura pós desbloqueio?
Será que ele selecionou e pagou fornecedores e prestadores de serviço, digamos, sortudos?
Não sei. Mas é possível saber.
Bem que o Ministério Público e o Judiciário deveriam pedir explicações. Quem sabe, solicitar os extratos das contas da Prefeitura, já que o Portal da Transparência do município não informada nada faz tempo.
CALOTE
Esse comportamento de Silveira Júnior não é de agora. Aliás, é uma característica sua.
Os casos, concretos, se multiplicaram ao longo de sua gestão.
Lembra-se da operação financeira com os royalties de petróleo que ele prometeu para atualizar os salários dos trabalhadores terceirizados?
E da construção do Santuário de Santa Luzia com os 15 milhões do tal Pacheco que ele trouxe à cidade para fazer a "doação"?
Tem muito mais, tão grave quanto.
O pior é que Silveira conseguiu atravessar os três anos de gestão sem ser incomodado, intacto, sem nenhuma "dor de cabeça" por conta de ações dos órgãos de controle público.
Apenas (ainda bem) o cidadão mostrou que é possível, sim, fazer justiça, e o impediu de ser candidato à reeleição.
De sorte, ele fica no cargo até sábado, 31.
Ufa!!!
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.