"O prefeito é um mentiroso, um crápula."
O desabafo, em tom pesado, é da enfermeira Andrea, revoltada com o "calote" que o prefeito Silveira Júnior (PSD) deu nos servidores da saúde.
Ele havia assumido o compromisso de pagar o restante do salário novembro ao pessoal da saúde nesta sexta-feira, 30, mas não cumpriu.
"Simplesmente não foi depositado nada na conta dos servidores", denunciou a enfermeira, ao participar do programa do radialista Jota Nobre, na Rede Potiguar de Comunicação (RPC).
Para piorar, segundo a enfermeira Andrea, o dinheiro que poderia ter atendido o pessoal da saúde, o prefeito optou por pagar os salários de dezembro dos detentores de cargos comissionados.
O "calote" denunciado pela enfermeira, na verdade, é extensivo à Justiça.
Explica-se:
O juiz Pedro Cordeiro, titular da 1a Vara da Fazenda, deferindo pedido de cautelar do Sindicato dos Servidores (SINDISERPUM), bloqueou as contas da Prefeitura para pagar os salários atrasados (leia AQUI).
Dias depois, precisando movimentar o cofre público, Silveira convenceu o juiz a desbloquear as contas, garantindo que usaria os recursos para pagar salários, inclusive, apresentando o calendário elaborado previamente (veja acima).
Só que, mantendo a sua característica de palavra flácida, ela não cumpriu o que assumiu perante a Justiça.
De cara, atrasou o pagamento de novembro do pessoal da Fazenda, Segurança e Mobilidade Urbana, que deveria ter sido feito no dia 21 de dezembro, mas só pingou na conta dos servidores no dia 27 - uma semana depois.
E, para agravar ainda mais o "pito" nos servidores e na Justiça, o pagamento dos servidores da saúde, que seria feito hoje, não foi cumprido, segundo a enfermeira Andrea.
A presidente do Sindiserpum, Marleide Cunha, também expôs a sua indignação com tamanho descalabro: "Há como não estremecer de indignação ante tamanha injustiça? Mais uma vez o prefeito de Mossoró paga seus cargos comissionados e deixa servidores da Saúde sem o salário de novembro e todos os efetivos sem salário de dezembro e décimo”, desabafou Marleide.
E a agora?
O que vai acontecer?
Silveira mostra-se tranquilo, se sente "blindado", acredita piamente que os supostos malfeitos cairão no esquecimento.
Será?
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.